22 março, 2007

Terranovela

Não vou a Fátima, nem a Lurdes (ainda), mas curto estas coisas dos festejos pagãos dos equinócios e dos solstícios.

Há fenómenos que interferem na nossa vida: o dia, a noite, a luz do sol, o luar… nós, seres pequenos, terrenos e mortais, temos a capacidade de os sentir e de os ver, actualmente já vamos tendo a capacidade de os compreender, e são eles de facto, que imperam na nossa vida.
Saber que o planeta terra, faz a sua rota certinha direitinha, todos os anos, dá-me um certo sossêgo! Nada de abusos, de excesso de velocidade, nada de álcool, nada de street racing, nada de maluqueiras de sábado à noite. Saber que chego ao dia 20/ 21 de Março ou ao dia 22/23 de Setembro e contar com o dia igual á noite, consegue equilibrar aqui o meu trabalho no estirador e até durmo muito melhor, mais tranquila.

Não comecem a imaginar que sofri uma virose astrológica e que daqui a pouco, estou a falar de ascendentes, e os peixes em Mercúrio, e Júpiter em peixes, pois não pesco nada disso.

O sol está lá paradão, tipo rei da abóbada celeste, a admirar tudo quanto circula à sua volta.
Bem, não sei se é admirar se é mesmo controlar!!!
Sei que os planetas andam lá nas suas pistas elípicas, obedecendo a um código deontológico/astronómico, que os faz girar numa passada certita, e prontus!!!
Apenas um atrasozito (como se escreve isto?) resultante de umas miradas rápidas para a lua e para os outros planetas (que diabo, a Terra também tem que olhar para o lado, para ver se mantêm as distancias em relação aos outros… ela não tem espelho retrovisor, nem GPS!!!), prontamente corrigido com os anos bissextos que nos baralham um pouco, mas absolutamente necessários.
Admiro a Terra.
Apesar de certinha, também tem as suas emoções e paixões, estados de ansiedade talvez,… que a leva a acelerar um pouquito quando está mais perto do sol (taquicardia amorosa)…. enfim paixões antigas que desconheço, mas sei que existem. Esse estado de paixão avassaladora, chama-se Periélio.
Mas como a Terra é uma garina com personalidade, acaba por se encher dos amoques (LOLOLOL) do sol, que entretanto e para variar, continua mudo e quedo, e vai-se distanciando, arejando ideias até chegar à fase afelisante, em que reconsidera as suas carências e volta a aproximar-se.
Isto é lindo.
Um namoro descarado que se passa à frente dos nossos narizes, e nós apenas, naquela de bronzear e acertar o despertador todas as noites.
Um dia virá, que a terra se tomará de brios românticos e se atirará de cabeça para o seu amor canastrão… nem camisinha lhes valerá! Não estaremos cá para ver, a taquicardia amorosa já terá tomado conta de nós, há muito!

(Despistei-me, tinha intenção de escreter sobre Serapis, e passei mazé pra a terranovela!!!)

3 comentários:

Anónimo disse...

Esta tua viagem interplanetária, viagem cósmica, absorve e delicia.
Não! Não sofreste uma viragem astrológica, nem por sombras. O que penso?
Penso que és dotada de imenso talento que junto aos melhores escritores. És capaz de olhar o imenso Cosmo com uma criatividade, com um encanto, que registarei sempre. Registarei com prontidão. Registarei pelo valor, pela dedicação deslumbrantes, em tudo o que fazes.
Mesmo que quisesse ficar indiferente, sinto que não o consegiria.
É com humildade e espanto que ponho aqui os meus comentários justos que não poderiam nunca ser ignorados, por alguém que aprecie e delicia a tua Arte.
Terminas a tua brilhante abordagem com um desenlace amoroso descarado que, com toda a certeza, presenciaste algures nos teus sentidos, de forma um pouco dura e que faz pensar. Quem pensaria nisso? Só a Terra e o Sol, é evidente! Eles têm a magia da vida, que nos comandam. Deixa-os namorar à vontade. Está bem?
A minha compreensão lenta ao pé da tua fértil imaginação, é capaz de não entender ou percepcionar as coisas que descortinas, com clareza e clarividência. Acredita, ela não dá para mais!
Beijos de Parabéns
pena

João Carlos Carranca disse...

A mim ia-me dando para além do amoque um chilique que me paralizou o cérebro num raio de elipse apocalítica (têm raios as elipses - raios que as partam por não serem redondinhas, mania das diferenças).
Gostei-te

Anónimo disse...

Gostei do texto e dos comentários. A passagem por aqui começa a ser obrigatória.
Inês