30 janeiro, 2023

copos


 Sofia, Bulgária

26 janeiro, 2023

Hoje foi assim

 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

DESENHO TÉCNICO - escola de ******

Hoje os alunos da professora ****** tiveram uma aula diferente.

No âmbito de um projeto ligado ao meio ambiente, os alunos sentiram a necessidade de construir um galinheiro, e convidaram a arquiteta Anabela Quelhas para lhes ensinar alguns truques do desenho. Quando tem que se comunicar corretamente aquilo que se pretende construir é preciso obedecer a algumas regras do desenho. Os alunos já tinham registadas as dimensões, já sabiam a sua localização, os materiais que irão ser utilizados, já imaginavam a sua forma, faltava só desenhar.

Aprendeu-se a medir, a utilizar uma escala de redução, a desenhar a planta e os alçados, a assinalar os materiais a aplicar, registar a legenda e finalmente fazer o rótulo de identificação do desenho. Conversou-se sobre galinhas, raposas, poleiros, ninhos, ovos, madeira, cimento, pregos, chapas, portas, redes e paletes e trabalhou-se a porta para o raciocínio abstrato e a visualização do espaço, de forma fácil e divertida. Informaram, que no interior iriam ter o poleiro, o bebedouro e 4 ninhos para as galinhas porem os ovos.

Perceberam que esta forma de desenhar é necessária em muitas profissões. Referiram-se algumas. Um dos alunos informou-me que o pai dele é engenheiro, mas que só desenha plantas, não desenha alçados.😁 Todos os alunos seguiram as explicações escritas no quadro. depois de espreitarem pela janela para o espaço onde será o futuro galinheiro, e registaram-nas numa folha tal e qual como se faz num verdadeiro projeto.

Finalmente perceberam o que é uma maquete e que nos dias de hoje até se pode fazer tudo isto no computador, mas sempre cumprindo as regras ensinadas. A Professora ****

confidenciou que os ninhos iriam ter ovos de várias cores para depois poder avançar para a matemática.

A arquiteta sugeriu que aproveitassem uma tarde de sol para refazer o desenho da planta no chão do futuro galinheiro, para perceberem bem a planta.

No final prometeram informar a arquitecta sobre a evolução da obra e da raposita que anda a rondar a escola. Boas práticas.

Boas práticos, projetos em escola pública sem altares papa-euros. 

SEMPRE


 SEMPRE

25 janeiro, 2023

A educação na Grécia antiga

 


A educação na Grécia Antiga.

Por vezes é necessário fazer marcha atrás, até à Grécia antiga, onde nasceu a organização de muitas áreas do conhecimento e recordar o que pensavam os pensadores, que viraram sábios, mais conhecidos por filósofos, sobre a educação. Os filósofos perceberam que a educação seria o fio da civilização. Passar os valores espirituais e físicos do Homem e todo o conhecimento adquirido para as novas gerações, seria o processo.

Para Sócrates, a educação tornava o Homem melhor cidadão e, por isso, mais feliz.  Considerava o saber a coisa mais valiosa que o Homem podia possuir, fazendo dele um mestre dedicado ao ensino. Platão, discípulo de Sócrates, desenvolveu uma das primeiras teorias sobre a educação, um sistema educacional que, na sua opinião, asseguraria a existência de um Estado justo e feliz. Não se pensava em riqueza, pensava-se em justiça e em felicidade. Esta ligação em cadeia entre educação, saber, sociedade, felicidade e justiça, é quase um “pentagrama” inspirador que poderia orientar a civilização.

O filósofo considerava a educação uma questão de interesse do Estado que deveria controlar e sustentar todo o ensino, para formar a sociedade ideal que seria mais justa e feliz.

Esta forma de pensar é fabulosa considerando que este senhor viveu 427-347 antes de Cristo. Em 387 a. C., Platão fundou a sua escola filosófica, a Academia, cujo objectivo principal era realizar investigações científicas e filosóficas. O filósofo tornou-se então o primeiro dirigente de uma instituição permanente de pesquisas desse tipo.

Aristóteles vivendo 384-322 a. C., quase contemporâneo dos anteriores, afirmava que o objectivo da educação seria tornar as pessoas virtuosas e devia ser adaptada às condições naturais do ser humano, contrariando o endeusamento e considerando sempre, as limitações da humanidade. Tanto um como o outro ainda concebiam uma estrutura para porem em prática estas perspectivas sobre educação. Aristóteles, abriu a sua própria escola, em 335 a. C., designado o Liceu, um centro de estudos lógicos, físicos, metafísicos, políticos, etc.

Afinal, isto das escolas e da educação não são invenções recentes e fúteis, que se podem remeter para segundo plano, numa sociedade que se pretende evoluída, respeitando a sua história e tentando assegurar melhores condições de vida aos cidadãos. Actualmente consideramos um país “rico”, o país que dá prioridade à educação, entendendo-a como motor para uma sociedade melhor.

Paideia era o longo processo de formação dos futuros cidadãos gregos, que funcionava como a aquisição de conhecimentos e treino para determinadas aptidões. “A ideia de base era que, sem educação, não poderia haver cultura e sem cultura não era concebível um exercício modelar da cidadania, que incluía uma participação influente nos órgãos políticos da democracia directa e uma prestação militar praticamente vitalícia” Este conceito de educação é incrível, considerando que hoje há sociedades que ainda têm dificuldade em valorizar a educação, considerando que se gasta muito dinheiro no sistema de ensino. Pesando na balança, o valor da educação e da ignorância, conclui-se que a ignorância sai muito mais cara. 

Sem educação teremos todos o nosso futuro comprometido. Todos pensamos que as crianças são o futuro, porém, o futuro são as decisões que tomamos hoje, sobre elas e sobre o que as orientará, ou seja, a educação.

Publicado em NVR, 25/01/2023

24 janeiro, 2023

ANÉIS






 A26. A27, A28, A29 e A30

DOLCE VITA

 


DOLCE VITA

Realizador: Fellini

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Encontrar Dali

 

Encontrar Dali, numa das suas pinturas mais famosas "O sonho causado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã." Museu Thyssen, Madrid

23 janeiro, 2023

Miradouro rei Alfonso XII - Madrid


 “No final do século XIX uma epidemia de tuberculose assolou Espanha, levando consigo centenas de pessoas entre elas o rei Alfonso XII, com apenas 27 anos. O rei era amado pelo povo e carinhosamente chamado de “Pacificador” e para lhe renderem homenagem, decidiram criar este monumento em sua honra pago maioritariamente com dinheiro doado pelos espanhóis.

Em 1887, dois anos após a morte de Alfonso XII, as Cortes propõem à Rainha Regente María Cristina a construção do monumento dedicado à memória do seu marido.”

Arquiteto José Grases Riera.

Está inspirado nos monumentos a Guilherme I em Berlim e a Victorio Emanuelle em Roma. A estátua equestre é obra de Mariano Benlliure.

A colunata é um exercício de rigor e de estética, rebuscando o classissimo grego, ainda não se inventou nada melhor.

Diário de Viagem

Surreal


Surreal

A chave dos afectos.

20 janeiro, 2023

O CONTO DAS DONINHAS

 


"O conto das doninhas"

Realização - Juan José Campanella

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18 janeiro, 2023

Mais uma vez na rua

 Mais uma vez na rua 


O protesto atípico, desproporcional e radical que preocupa o sr. ministro da educação, resulta de sucessivos ministros incompetentes, de anos e anos de paciência e tolerância por parte dos professores, perante desgovernos e malfeitorias.

100? mil profs estiveram em Lisboa em protesto e desta vez fora de controlo da Fenprof, orientados pelo pequeno sindicato liderado por André Pestana. Felizmente tudo correu bem, porém, esta atipicidade de uma classe profissional agir na rua, sem controle é algo que deve ser estudado em diversas vertentes.  A espontaneidade resulta de um cansaço generalizado dos professores em relação à orgânica negocial entre sindicatos e sucessivos ministros.  Se por um lado os professores/sindicatos tentam dignificar e melhorar a sua acção profissional obtendo algumas victórias, por outro, os génios que estão no ministério, vão complicando a vida de todos. É necessário reivindicar muito, para obter pouco, sempre foi assim, mas agora o mundo muda rápido e isso exige que as respostas aos problemas sejam também mais rápidas. Andamos nisto há 15 anos. Embarcamos num retrocesso guiado pela Maria de Lurdes Rodrigues, que nunca mais parou, para que afirmasse orgulhosamente que perdeu os professores, mas ganhou a opinião pública.  

O ministro segura-se na razão de falta de oportunidade desta manifestação e greves sucessivas em tempo de negociação e na legalidade das greves, a Fenprof, cautelosa, tenta manter neutralidade para que não a acusem de falta de ética sindical, focando-se na negociação e nas lutas já anunciadas, e os profs saturados vão para a rua e prometem voltar.

As lutas, para além das cotas, da progressão nas carreiras que já ninguém acredita, da recuperação do tempo de serviço “roubado” e esta questão da municipalização que me parece muito mal contada pelo ministro, existe a luta pela Escola Pública de qualidade. Os professores têm sido uns fantoches ao sabor das sucessivas reformas/projetos emanados do ministério da educação desde a Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, implicando um crescendo de tempo dedicado a burocracia sem efeitos directos na aprendizagem. Para mim recuavam-se 15 anos e começava-se tudo de novo, com um projecto sério e realista, libertando horários de professores para poderem refocar a aprendizagem e as actualizações científica e pedagógica, inerentes à profissão.  

A sociedade não percebe quando falamos sobre o aumento da burocracia. Quando se explica ficam perplexos porque as narrativas, teoricamente, sugerem que seriam para melhorar a aprendizagem, porém, não é isso que acontece. Os profs precisam de planificar, articular, participar, colaborar, supervisionar, monitorizar, avaliar, reflectir, e criar sinergias para finalmente ensinar com o mesmo horário de sempre.  É um desgaste, cada ministro que surge, surgem novos procedimentos documentais. Não se avaliam práticas anteriores, iniciam-se novas práticas e novos projectos, novas grelhas, com designações diversas e que em nada melhoram a aprendizagem – ocupam tempo, gastam neurónios e paciência.

Nas escolas deveria haver um cargo de leitor de actas, porque elas são tantas e tão extensas, que o director não dispõe de tempo para ler tudo, adicionando-se grelhas e mais grelhas, planificações, planos de recuperação, medidas de inclusão: universais, selectivas e adicionais, definidas e implementadas com base nas evidências, em função das necessidades educativas dos alunos, rumo ao sucesso educativo garantido… (será?)

Os professores revelam uma paciência infinita, segurando a Escola Pública em todos os momentos, apesar de todas as pressões e a falta de condições existentes, continuam a ensinar, a educar, a motivar os alunos para estar na Escola, e temos a prova recente, da sua dedicação total à Escola e aos alunos, durante a pandemia. Deveríamos reflectir sobre o que diz Santana Castilho, Paulo Guinote e Rui Correia (teacher prize Portugal 2019) convidados televisivos no dia 14 e que os timings televisivos nunca permitem, que aprofundem o que pensam e que apontem soluções. Todos os portugueses que não percebem bem a nossa luta, ficaram a perceber o mesmo. Magoa a falta de consideração pela profissão, a desconfiança constante e o massacre burocrático resultando de políticas erradas sobre a arte de ensinar. Enquanto o futebol for mais importante do que a educação, continuaremos neste charco.

Depois, ”porque as greves dos profs desorganizam a sociedade, e deveriam ser previsíveis e sem danos.” Querem o quê? O ministro vai intimidar (já começou), fará pequenos ajustamentos nas cotas e virará os pais contra os professores, através de comentadores demagogos, daqueles que dizem que a breve prazo, os trabalhadores serão contratados ou não, dependendo se têm os filhos na escola pública ou privada, porque não estão para levar com as repercussões das greves dos professores.

Publicado em NVR, 18/01/2023


17 janeiro, 2023

Castelos - fosso

 

O Fosso do Castelo - Um fosso, que é um corpo de água que circunda o castelo, é muitas vezes pensado como um obstáculo que deve ser atravessado. Mas essa não era a principal função de um fosso. Uma das maiores preocupações dos habitantes de um castelo ou fortaleza medieval era o medo de que um exército invasor cavasse túneis sob a fortificação.

Estes túneis poderiam fornecer acesso ao castelo ou causar um colapso das paredes do mesmo. Um fosso impediria isso porque qualquer túnel sob o fosso entraria em colapso e encheria de água.

Os castelos sempre me encantaram. Fazem parte do meu imaginário infantil, que depois com a minha formação fui estudando e encontrando justificações para o seu desenho.

Hoje vou escrever sobre o fosso do castelo. Todos nós quando visitamos um castelo que ainda conserva o seu fosso, corremos para tirar uma boa fotografia e pensamos sobre a sua beleza, um espelho de água, tão bonito para remar ou até para tomar uma banhoca.

Os construtores do castelo não pensavam em nada disso, a prioridade era sempre defensiva.

Este detalhe arquitectónico existia para proteger o castelo dos ataques dos inimigos.

O fosso é uma escavação enorme que circunda o castelo, coloca ao invasor mais um obstáculo até chegar à parede do castelo e é preenchido com água, normalmente abastecido por uma fonte de água próxima, o desvio da água de um lago ou de um rio.

Havia mais um pequeno pormenor. A preocupação defensiva considerava a hipótese do exército inimigo cavasse túneis sob a fortificação, facilitando o acesso ao interior da mesma ou até causasse a derrocada das paredes. O fosso tinha mais esta função, acentuar a dificuldade de criar túneis, porque teriam de ser muito profundos e, normalmente,o ri sco de serem invadidos por água, seria muito provável.

O fosso tinha ainda a vantagem de ser uma reserva de água para apagar incêndios. Quem imagina que esses fossos teriam crocodilos, isso é conto de espadachins. Se o fosso fosse seco poderia ter uns ursos, que também proporcionavam encontros desagradáveis. Por vezes o fosso seco era a opção correcta – há narrativas que nos contam sobre fossos de água putrefacta, cheia de insectos e algas, ameaçando perigosamente a saúde dos habitantes do castelo.

Foto Castelo de Chenonceau.














16 janeiro, 2023

Antecipando




 Antecipando

Westin Palace

Madrid

15 janeiro, 2023

11 janeiro, 2023

DIA INTERNACIONAL DO OBRIGADO

 


Dia Internacional do Obrigado

 

Antigamente existia um código de ética na família, onde se integrava a gratidão.

Mal aprendíamos a falar, os nossos pais ensinavam-nos a agradecer perante qualquer gesto simpático do nosso interlocutor. A gratidão ultrapassava a boa acção realizada, a solidariedade, a esmola, o reconhecimento pela ajuda e, redesenhava o acto com simpatia biunívoca. Dizer obrigado (a), muito obrigado(a) e até muito agradecido(a) faziam parte da nossa relação com os outros. Quando alguém nos passava o pão na mesa, merecia um obrigado, quando alguém nos segurava na porta para entrarmos em algum sítio, quando nos caía algo ao chão e o outro apanhava e nos entregava, quando um automóvel parava para nos ceder passagem, a acção rematava com um “muito obrigado”, que recebia em troca algo ainda mais gentil:

- De nada.

Em qualquer sítio, que se pretendia obter um serviço, mesmo comercial, havia sempre dois obrigados. O obrigado do sapateiro que arranjava os sapatos – porque lhe deram trabalho remunerado - e o nosso obrigado, que excedia o pagamento e refletia o reconhecimento do trabalho do outro, mesmo tendo sido pago, para nos servir.

Gratidão é uma espécie de dívida, que enobrece quem a pratica, é querer agradecer a outra pessoa por ter feito algo muito benéfico para nós. Gratidão e obrigado não terão a mesma origem etimológica, mas deixo isso para os especialistas. 

Para a Psicologia, a gratidão é uma emoção positiva associada a vários benefícios comprovados para a saúde mental e física. A Esopo é atribuída a frase: “a gratidão é a virtude das almas nobres.” O filósofo grego Cícero, dizia que “a gratidão não é apenas a mais rica das virtudes, mas sim a mãe de todas as outras”. “A gratidão é o único tesouro dos humildes.” – William Shakespeare.

Manifestar gratidão é um trabalho educacional que se foi desleixando, sendo necessário criar um lembrete à sociedade com o dia do Obrigado, influenciando cada um, a parar e a reflectir sobre o quanto esquecidos e pouco reconhecidos somos, em determinadas situações. Será que manifestei sempre a minha gratidão pelo outro? Quando uma pessoa sente gratidão por algo ou alguém, tende a responder com sentimentos de bondade e outras formas de generosidade. Respondi?

Olhando para trás, nem sempre se vislumbram práticas que mereçam esse nosso gesto. Deveremos pensar que, por vezes, momentos que correram mal, talvez tenham o poder do ensinamento e assim terão a nossa gratidão no horizonte. Não tenho essa capacidade de retorno para quem me fez mal, afasto-me e utilizo a gaveta da indiferença, porém, nunca terá a minha simpatia ou gratidão. Sou humana e imperfeita, não olhem para o que eu faço.

Mesmo parecendo insignificante, esta palavra de oito letras pode fazer toda a diferença para quem a recebe, assim como deixará mais feliz quem a profere. Simples de pronunciar, por vezes até o fazemos de forma automática, porém, será assim tão fácil para todos? O orgulho dificilmente se deixa dobrar pela gratidão.

Não esqueça uma coisa, o homem diz obrigado com ó, porque obrigada, pertence à mulher.

No dia do obrigado, 11 de janeiro, faça agradecimentos especiais, porque os restantes devem ser utilizados ao longo do ano. Ensine aos seus filhos acerca da nobreza da gratidão e eu, humildemente, agradeço a todos os meus leitores, aquele tempinho que dispõem para me ler. MUITO OBRIGADA

Publicado em NVR 11/01/2023

Dia da gratidão



O mundo não pára. O meu sentido crítico também não e quanto mais investigo, felizmente descubro que sei pouco, e há muito mais para estudar e descobrir. A vida tem esta dialéctica, que nem todos estão capazes de a entender. Quem pensa que sabe tudo, desengane-se. Quem pensa que tem uma entidade lá no céu a comandar isto tudo, viverá feliz. A felicidade misericordiosa. A escala do universo é incomensurável e não se compadece com os arrogantes e com aqueles não possuem aptidão para entrar no raciocínio abstracto. Só nessa dimensão é que se entende como somos pequenos, e nos confere a verdadeira humildade universal. É mais fácil crer, do que perceber. Estou grata a todos que me ensinam alguma coisa, todos os dias e me fazem descobrir como sou frágil no meu conhecimento da vida. Só assim tem interesse viver. Livre, sem amarras e o mundo inteiro para descobrir. 
 

09 janeiro, 2023

ANÉIS






 A21, A22, A23, A24 E A25

07 janeiro, 2023

Porto enxurradas

Estou a pensar nisto, a descida das Fontaínhas na cidade do Porto. Como estão os vários rios e riachos que circulam por baixo da cidade do Porto? Estão doentes, certamente. Ninguém os vê, até um dia eles fazem-nos lembrar sobre as suas existèncias mal cuidadas. Os problemas são sempre os mesmos, impermeabilização dos solos e interrupção dos cursos naturais. Pela primeira vez o caos em muitas ruas do Porto.

Na cidade do Porto existem 66 Km de rios e ribeiras, 76% (49,7 Km) dos quais estão entubados em consequência da crescente expansão urbana. Sei destes: Rio da Vila, Rio Frio, Rio Mijavelhas, Ribeira da Granja, Ribeira da Asprela, ...

https://www.cmjornal.pt/multimedia/videos/detalhe/chuva-transforma-bairro-das-fontainhas-no-porto-num-autentico-rio

IF Pink Floyd

 

06 janeiro, 2023

DIA DE REIS






 Pelo Douro fora, comemorando o Dia de Reis, em dia de nevoeiro espesso. Outra forma de ver o Douro, o vale mágico.

Capela de S. Francisco


 Capela de S. Francisco, Casa da Fonte

Celeirós, Sabrosa

A fachada principal tem pilastras de fuste estriado e capitéis de inspiração coríntia nos cunhais, suportando frontão triangular truncado, sem retorno, superiormente ornado de folhas enroladas e recortadas, coroado, ao centro, por representação do Calvário, com imagem de Cristo na cruz, de braços nodosos, ladeado pelas imagens, em barro, da Virgem e de São João, e, lateralmente, por largos fogaréus encimados por aves. É rasgada por portal de verga recta, com moldura sobreposta por elementos decorativos (florões, conchas e outros) e cartela com a data de 1710, bastante relevados, entre duas piastras, de fuste decorado por motivos discoides, e capitéis coríntios, suportando friso com florões e drapeados enrolados, cornija convexa com elementos discoides e uma outra cornija, mais avançada, com enrolamentos; sobre esta, surge tabela rectangular, com brasão de família, encimado por elmo e com paquife, ladeado por aletas fitomórficas, plintos com vasos e aves, terminada em denticulado e cornija convexa com motivos vegetalistas. O portal tem porta entalhada de duas folhas, com florões e losangos interligados por molduras. Ladeia-o duas cartelas ovais, inscritas, com moldura de elementos enrolados, e óculos octogonais, gradeados, com moldura de folhas enroladas e recortadas. No tímpano, abre-se nicho em arco de volta perfeita, com parastase, tendo a coluna torsa, de capitéis coríntios prolongada na arquivolta do arco, unida no sentido do raio, interiormente concheado e albergando imagem de São Francisco, em barro; ladeia o nicho dois açafates de flores e encima-o cornija recta. Fachadas laterais e posterior terminadas em friso e dupla cornija, sobreposta por beirada simples, possuindo pilastras almofadas de capitéis coríntios a separa a nave da capela-mor, e pilastras simples a definir os três panos da cabeceira; são rasgadas por óculos octogonais, de moldura em capialço.

http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=11054


04 janeiro, 2023

Anita e o Natal 22

 


Anita e o Natal 22

Com tantos dias para sair, escolhi hoje, a chuva cai certinha e grossa.

Encontro a Anita, recolhemo-nos debaixo do quebra-sol da Pastelaria que estava vazia, que neste dia funciona como quebra-chuva e perguntamo-nos pelo Natal.

Eu, lamentando sempre a minha pouca apetência pelas coisas da cozinha, facto inalterável na minha vida e a Anita conta:

- Correu bem, festa em família, ainda considerei fazer férias nessa altura para evitar certos constrangimentos. Toda família estacionou os carros em Codessais, porque na minha rua tem dois passeios com adrianitos extra-longos, fazem lembrar os extra-longos da polícia de choque. Os mais velhos, a tia Alice, pediu à assistente do lar para a levar, e o tio Antenor, como foi bombeiro, foram os bombeiros levá-lo.

- Essa dos Adrianitos já é piada velha.

- Velha, mas continua a provocar estragos. Olha nós, aqui as duas à chuva, sem sítio para nos abrigar, com os carros lá longe… os outros vão para o shopping e nós a fazer trocas do Natal no comércio tradicional!

- Mas conta, como foi?

- Olha dois packs de Água das Pedras que foram à vida, já todos têm estômago frágil, bebem uma Cola e arrotam à Cuba Livre, bebem um Favaios e já fazem estragos como se tivessem marchado 5 Caipirinhas. Estivemos muito compostinhos à mesa, a tia Fátima até colocou uns óculos vermelhos encimados com o pinheirinho de Natal e um presente, comprados… só ela sabe. Este ano estivemos menos pessoas. Tive que fazer umas pizzas para os mais novos nos deixarem em paz com a ementa. O Tomás só largava a consola para vir à mesa sacar a mousse de oreos e o bolo de bolacha. Está a ficar com ar de lunático, porque vive num mundo virtual, já tem os dedos polegares maiores do que os outros. O Francisco sempre a fungar desde as 5h da tarde, e a perguntar a que horas chegaria o Pai Natal.  A Maria com o telemóvel da mãe, a vestir e despir bonecas. O Eugénio já fez 16 anos, pintou o cabelo de loiro, depilou as sobrancelhas, as orelhas dele viraram dois audiofones e quer que lhe chamem Genita, não sei se com G ou com Jota.  A tia Alice a queixar-se da ciática, queria saber onde se arranja canábis, porque lhe disseram que tirava as dores; afundava-se no sofá e depois era preciso um “guindaste” para a pôr em pé. O tio Antenor a implicar com a televisão e a perguntar a cada um de nós, se na Consoada não transmitiam o Preço Certo. O Alberto sempre a dizer que a mãe dele é que fazia boas rabanadas e a tentar convencer-me a ir passar o ano com o Quim Barreiros na Avenida. O Paulo e a Ana Paula foram dançar com os pauliteiros para recolher dinheiro para uma ONG. A Helena comeu de tudo, mas com a promessa de só comer sopa sem batata até ao ano que vem - trabalha na TAP, está a ver se a despedem.  O meu primo Silvestre fez uma cave e anda a revesti-la com isolamento que se usa nas salas de raios X, foi difícil convencê-lo a vir passar o Natal connosco. Fica furioso comigo, quando lhe digo que morrerá sozinho e esfomeado dentro do seu bunker caseiro. Estava convencido de que esta consoada marcaria o início da guerra nuclear. Tivemos que lhe dar um Xanax. 

- E a tua amiga de Timor? Não foi?

- Deslocou a retina e agora amuou, quer passar o Natal sozinha.

- E aquele teu tio mais velho, muito divertido, que fazia o joelho da porca?

- Não foi, foi passar o Natal em sítio recomendado por Leandro Karnal, com uma menina que está loucamente apaixonada por ele, e lhe chama SugarDaddy. 

- O teu primo Joaquim?

- Ah, esse pegou na mala e abalou para a Suíça. Fez ele bem, manda fotos no lago Léman, banhinhos quentes em Saillon, chocolate quente daquelas vaquinhas pretas e brancas que dão leite achocolatado… Tentei criar uma mesa natalícia, com decorações compradas nos saldos do ano anterior, com os lugares identificados com letras enormes, porque já estamos todos meio pitosgas; o arroz de polvo saiu um pouco salgado e a couve com muita fibra – as mudanças climáticas dão nisto! O polvo salga-se e a couve fibra-se! - olhou em volta e sobre os presépios de rua, ensopados e devastados com tanta chuva, apenas disse: Coitados, estamos em ano de guerra!

Mencionámos toda a sua família, um a um, e de seguida contou sobre as prendas, as velhas ideias das mantinhas, os caquinhos e as peúgas, quando seria muito mais interessante oferecer cheques do supermercado ou viagens a prestações. As dos mais velhos ainda vinham com o preço colado.

Despedimo-nos. Desejei-lhe bom ano. Disse-me que já tinha lugar na janela da felicidade, para o Réveillon. Não entendi, mas em todo o caso pedi para guardar lugar também para mim, porque estou saturada do romance da TAP, da Alexandra Reis e das indemnizações que se praticam há vários anos e que, infelizmente, nunca escandalizaram ninguém, na rotatividade dos jobs... e já agora das aposentações dos deputados. Habituem-se, é o país que temos, mesmo assim melhor do que muitos outros.

De guarda-chuva XXL, daqueles muito invejados, onde repousam precisam de guarda, para não mudar de dono, atravesso pequenos cursos de água na Avenida, que comprovam facilmente um teorema da engenharia hidráulica: a água corre para a cota menor. E eu, cota maior, com bota de Mulher-Aranha, onde pousa, agarra e não escorrega, imaginando que atravessar o rio Kwanza seria bem pior. Aqui pelo menos não tem jacaré! Penso na sapiência e paciência daqueles, que esperam tranquilamente, que a chuva passe - afinal é uma boa estratégia. Porque não fico em casa?!!!

BOM ANO

29/12/2022

Publicado em NVR 4/01/2022

03 janeiro, 2023

02 janeiro, 2023

Pôr do sol




 - Pra onde me levas?

- Não te digo. Vamos assistir ao pôr do sol, o maior espectáculo do mundo.

Foram o Marão e o Alvão, os personagens dialogantes com o astro-rei.

E nós, sentados nos degraus de uma capela, após termos visualizado mais uma vez os cachorros da cornija, e percorrermos com os dedos as assinaturas dos pedreiros.

Ensaiámos registos fotográficos deste fenómeno grandioso, diário e gratuito, pela primeira vez neste novo ano. Assim se constrói um final de tarde em boa companhia.

01 janeiro, 2023

JUNTO AO MAR


 Romance, mestria de escrita, a delicadeza, a liberdade, a opressão e os refugiados.

*****

O lider mais conhecido do mundo depois de Mandela.


A força da democracia