21 janeiro, 2011

"Filme do desassossego" de João Botelho


"Filme do desassossego" de João Botelho
Quero felicitar o realizar João Botelho pelo filme que criou.
Acho que nunca vi um registo em cinema tão belo, e considero mesmo que é aquilo que se pode chamar uma Obra de Arte. (eu não emito facilmente elogios)
Raramente vejo um filme ou leio um livro mais do que uma vez, excepto os livros de poesia.
Neste caso precisarei de ver este filme, outras vezes, pois viajei em pequenas/grandes distracções provocadas pela fotografia excepcional e perdi a ligação ao conteúdo.
Cada ângulo de filmagem, a cor, a composição foram estudados ao detalhe, nada surge ao acaso. Já conhecia as sobreposições de imagens relacionadas com as filmagens da baixa de Lisboa, e apesar de haver um desfasamento de escalas que se torna visível pelo tamanho das janelas, nada disso mancha a intenção. Dei comigo a pensar que todas as imagens se podiam converter em excelentes fotografias. Reparei na preocupação em evitar que as linhas fortes dos planos coincidissem com o paralelismo dos limites das fotografias, o que implica uma grande sensibilidade artística e uma grande sintonia entre o realizador e o técnico que filma, e aí é que se faz a diferença entre um excelente e um razoável registo. Depois a presença frequente de um elemento de cor vermelha a fazer o contraste com os cenários melados e de luz coada que são frequentes, torna as imagens apelativas e de muito bom gosto. Recordo a porta do vidro vermelho, as bandeiras vermelhas, o corrimão do café/restaurante, as cadeiras da igreja de S. Domingos, os lábios Catarina Wallenstein, a caneta vermelha e as riscas vermelhas dos envelopes pousados sobre a mesa de trabalho …. E outros que já não recordo. Belíssimo! Outro pormenor a cor do vestido de Rita Blanco naquele cenário dos anos 50 com uma arquitectura de interiores à anos 50, onde é muito visível um corrimão vermelho, e as cadeiras azuis,… o vestido da Rita tinha que forçosamente ser a cor primária que falta naquele cenário, o AMARELO.
Claro que já não falo do desempenho do actor Claudio Silva que é extraordinário como é demasiado evidente. Um filme para ver e rever, uma obra de arte!


16 janeiro, 2011

GALCONDA, René Magritte


Galconda, 1953 (autor: René Magritte)
Galconda, cidade indiana que conheceu o esplendor e a miséria. Certamente Magritte não pensou nesta cidade ao criar esta composição, visto que este nome foi atribuído por Louis Scutenaire.
Nesta pintura há um padrão de homens suspensos no a; uns dizem que se elevam, outros que descem, como uma chuva humana que ocupa diversos planos na composição. O homem é sempre o mesmo desenhado em 3 posições estáticas e serenas,em perfeita levitação, com o mesmo tipo de vestuário, roupas escuras, gabardina e chapéu de coco, formando assim um verdadeiro padrão geométrico baseado num ritmo semelhante à fenestração do edifício localizado ao fundo. Este padrão humano é um padrão de homens anónimos, iguais, amorfos e sem personalidade própria.
Será?
Magritte viveu a cultura burguesa que representa e critíca na sua pintura, tornando-a inquetante e gerando pontos de partida para o questionamento sobre nós mesmos: a solidão vivida no meio da multidão.
Esta é uma das obras mais emblemáticas de René Magritte, e após 50 anos ainda é reinterpretada por artistas nossos contemporâneos:
1 - O vídeo Across The Universe (2002)do músico Rufus Wainwright mostra Dakota Fanning rodeada de homens de chapéu de coco e gabardine estáticos no ar, numa semelhança inegável com "Golconde". Este músico faz na perfeição a ligação entre a obra dos The Beatles e o mundo surrealista de Magritte.
2 _Uma campanha publicitária para uma seguradora holandesa RVS, inspirada sem dúvida em Golconde.
Veja:






e também

15 janeiro, 2011

12 janeiro, 2011

FESTO AIR RAY

Festo Air Ray é um dirigível fabuloso. Vejam no filme a delicadeza daquele balão com forma de manta, que é em tudo semelhante ao movimento real dentro de água. Será possível passar do virtual para o real?




06 janeiro, 2011

Contertainer




Contertainer, edifício projectado pelos arquitectos dpavilion de Surabaya - Indonésia,
é um amálgama de duas palavras: recipiente e entertainer. No seu aspecto exterior identifica-se de imediato contentores de várias cores, combinando-se entre si de forma escultórica capaz de atrair o observador.


Localização: Batu, Oriente Jawa, na Indonésia.
Função: policlínica e biblioteca, onde ordinária
Utilização: Gratuíta
Ano de construção: 2008

Esta peça de arquitectura desperta a reflexão sobre a distinção cada vez mais acentuada entre ricos e pobres no sistema da economia global, onde a arquitectura liga a parte social, económica e cultural e lhe dá expressão, goste-se ou não.
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Pedro Burgos

in JA

02 janeiro, 2011

ARCHITECT

ABSOLUTAMENTE CORRECTO