30 abril, 2022

29 abril, 2022

26 abril, 2022

TEATRO

 ANTECIPANDO


Bora lá teatrar.

Preparemos vestidos se seda, os cremes, o carmim, o smoking, o charme, a água de colónia, o frufru e a boa disposição. A noite começará aqui, o que se seguirá será surpresa. já perceberam que temos que compensar 2 anos de confinamento, certo???? o divertimento espera-nos, BaiBye

25 abril, 2022

25 de abril

 

25 de abril de 2018 - Roma

25 de abril de 1974 - Luanda (imitando Spínola)





24 abril, 2022

CRAVOS DE ABRIL


 Pintura sobre suporte de transparente.

Autora: Anabela Quelhas

20 abril, 2022

Irresponsabilidade

 


“Não sei, não quero saber” e faltou dizer que tem raiva a quem sabe.

Foi assim que a Maria de Lurdes Rodrigues terminou a sua intervenção, ontem no programa da RTP1. Que má intervenção! Estou como o Paulo Guinote, estou farta de presenciar declarações diferentes conforme os cargos que ocupam, chama-se a isso ser vira-casacas e ter uma grande lata. Um dos problemas desta senhora é de facto comparar um professor a um técnico superior da função pública, esta foi a raiz do problema, e que deu origem a toda esta trapalhada: Modelos de avaliação para profs copiados ao Chile, avaliação utópica e desgastante, cargas horárias excessivas, uma carreira com cotas e com tudo muito bem registado e evidenciado em vários suportes, criando um monstro chamado burocracia, feita de papéis e registos, que ninguém lê e a abertura a projectos sem fim, que até já lhes perdi a conta, que pressionam e distraem a escola do seu foco principal. Formar futuros cidadãos não é igual a trabalhar em excel como os economistas e engenheiros.

Vimos mais uma vez a arrogância desta senhora, a sua petulância e o seu não entendimento sobre a profissão mais nobre do mundo. 

Há umas semanas foi o ex.-ministro Crato, a meter os pés pelas mãos e agora esta que me irrita tanto, que me obriga a tomar um Kompensan. Talvez o próximo seja um tal Albino representante dos pais do antigamente... e mais tarde, Tiago Brandão. Todos “com culpa no cartório!”

Não sei se estiveram atentos sobre a MANIPULAÇÃO QUASE INVISÍVEL, como se fosse inevitável a alteração do modelo de recrutamento dos docentes, eliminando a lista graduada nacional.

Sou completamente contra a contratação directa realizada pelos directores porque abre um caminho perigoso de possível favorecimento, na contratação. A autonomia é algo que teoricamente parece bem, mas aqui funcionará muito mal. O processo actual fica sem a sua característica de transparência, das mais positivas desde sempre. Sempre soubemos quem nos passou à frente na lista graduada e porquê.

 Confesso, para além de gostar de ensinar e influenciar os meus alunos nos caminhos da arte, a lista graduada nacional foi um dos parâmetros que me atraiu à profissão - concorrer, ser contratada e nunca ter de pedir nada a ninguém, nem procurar cunhas e favores.  O futuro pode ser a surpresa de alguém que consegue trabalho, porque fez uma boa entrevista e até tem competências na área do Reiki e do  Ubuntum, para não dizer mais!... Não isso não! todo o processo pode ser alterado, mas que seja limpinho, transparente e visivelmente centralizado, recorrendo a plataformas abertas e devidamente organizadas.  AQ

16 abril, 2022

FELIZ PÁSCOA

 


A Páscoa quando eu era criança tinha outro sabor. Quando somos crianças e estamos com os nossos pais e irmãos, vivendo na aldeia, tudo é diferente para melhor. Apesar de embirrar com os jejuns de sexta-feira, ficar todo o sábado a salivar e a olhar para o pão-de-ló, que só se poderia comer no domingo... apesar de embirrar com as pérolas de açúcar que se colocavam sobre o folar doce, para o enfeitar... apesar de naquela idade não apreciar a carne de borregos, porque os via nascer... mesmo assim, aguardava ansiosa pelas amêndoas, belíssimas decoradas e “importadas” da Arcádia na cidade do Porto.

Cheirava a bola de carne, leite-creme e aletria, e eu não tinha que me preocupar com nada, porque a minha mãe tratava de tudo. Recebíamos os padrinhos, eu as minhas irmãs e o nosso pai, tínhamos os mesmos padrinhos, um casal de tios do meu pai, e que eu, na Páscoa, me interrogava sempre, porque me tinham escolhido uns padrinhos tão velhos; afinal o verdadeiro motivo era porque não tinham filhos. Queridos, honrados, mas velhos. Naquela idade pensava que a velhice começava quando as mulheres não dançavam mais na festa ou quando os homens ficavam calvos. Afinal alguns deles eram mais novos do que eu sou hoje. Mas voltando à Páscoa, a tarde passava-se aguardando o Compasso. A nossa rua era varrida no dia anterior e todos os vizinhos após o almoço abriam as portas principais das suas casas para receber o Compasso, e conversando, aguardavam o sr. padre, o sacristão e os ajudantes, o da caldeirinha e o dos envelopes. Inicialmente pensei que os meus pais enviavam correio para o Reino dos Céus, depois percebi que o envelope continha 100 mil reis.

Até que se ouvia uma sineta, lá para o lado das Fontes... depois ficávamos em suspense desconhecendo se o sr padre virava logo â esquerda para a rua da Pereira, ou se seguiria em frente, levando o Senhor, primeiro ao Franco. Nunca ninguém sabia. O sr Padre Sampaio era imprevisível e irritável, e ninguém ousava perguntar com antecedência. Eu ia beliscando o meu folar, primeiro as malditas pérolas que sabiam mais a farinha do que a açúcar, depois uma amêndoa, mais escondida e finalmente passava o indicador na açucarada cobertura alva, e lambia.

A Páscoa era, portanto, um domingo de espera, apenas com a garantia que terminava à hora do lanche, quando finalmente se comia umas talhadas de bom presunto ou salpicão e os folares mordiscados por mim.

Hoje, para além de ter saudades dos pais e padrinhos que já partiram, 1/3 das tarefas sobram para mim, as amêndoas são de chocolate, as pérolas já não existem porque se descobriu que a tinta prateada era tóxica e o pão-de-ló, considero-o muito seco e foi substituído democráticamente por bolo de bolacha e outros bolos muito mais saborosos e calóricos, mas sem tradição. Já não nos interessa o horário do padre, porque já não há padres para ir benzer as casas da cidade, e estes são substituídos pelo senhor. da retrosaria, o chefe dos escuteiros e o senhor que vem cá a casa fazer reparações eléctricas, o que já não faz sentido nenhum

Sobre o almoço principesco... agora, gosto de borrego porque decidi assumir que a carne nasce na prateleira do hipermercado, pronto, para não virar vegetariana e ficar com o cabelo encaracolado como a minha psicóloga. Os mais novos continuam on line e os mais velhos discutem política, terminando sempre com a célebre frase “É o país que temos!” descartando qualquer esperança e entusiasmo pelo futuro... há sempre alguém que queira registar o momento com umas fotos realizadas no telemóvel, que ficam sempre umas fotos um pouco idiotas, porque a terceira geração encontra-se na faixa etária do armário e coloca sempre as mãos à frente, e o autor da fotografia fica em primeiro plano e parece picado pelas vespas.

A seguir ao almoço se estiver sol, vamos dar uma volta pela avenida e em vez de rezarmos, alguns já nem sabem, apelamos:  Ai meu Deus, comi tanto.... Ai meu Deus e aquele bolo lençol?!... Ai meu Deus amanhã começo a fazer dieta... Ai meu Deus vou enfartar... Ai meu Deus sobrou tanta comida, teremos que jantar para acabar com os restos.   

in "Ensaios de escrita, um projecto sempre adiado" Anabela Quelhas  

A ESTRANHA BELEZA DA VIDA

 A estranha beleza da vida, Rodrigo Leão.

Sempre fabuloso, soube a pouco.
Em boa companhia.


15 abril, 2022

EUNICE

 


Comecei a gostar de ver teatro muito cedo. Um pouco desse gosto devo-o a Sra D. Eunice. Um dia no teatro Avenida em Luanda anunciava-se FEDRA do Teatro Experimental de Cascais. O cartaz era apelativo, a palavra “Experimental” denunciava algo diferente e revolucionário na arte de representar, apesar de Fedra ser um clássico de Racine. O tempo já apagou o ano, mas deixou o registo de Eunice. Depois disso, sempre que tive oportunidade, fui vê-la no palco, e gostei de vê-la nas telenovelas.

Um dia aqui no teatro de Vila Real, num espectáculo escolar, imaginei uma pequena encenação para alunos e professores e receava que a figura principal falhasse e perguntei a um dos funcionários de palco se não havia um auricular para se poder utilizar o truque da figura que se chama PONTO.  O funcionário respondeu-me que havia apenas um, que tinha sido instalado de propósito e utilizado apenas pela Senhora Dona Eunice que já estáva com alguma idade e preferia ter a segurança do auricular, nas falas muito longas... Senhora Dona Eunice..., aquilo bateu cá no fundo... percebi que era assim tratada em presença ou em ausência, revelando o imenso respeito e admiração dos que tinham o privilégio de trabalhar com ela.

Na sua última representação foram expostas as suas fragilidades de uma senhora com 90 anos. Deviam ter-lhe poupado essa exposição.

Hoje no dia em que Eunice partiu, fui investigar a ficha de Fedra e só agora percebi os grandes nomes que a acompanharam e que definitivamente me conquistaram.

TEC Teatro Experimental de Cascais - 10ª produção | 1967

FEDRA de Jean Racine | encenação Carlos Avilez | cenografia e figurinos Júlio Resende | capa do programa Júlio Resende

Interpretação Amélia Rey-Colaço, António Marques, Eunice Muñoz, João Guedes, João Vasco, Maria do Céu Guerra, Mário Pereira, Lia Gama, Zita Duarte.

Obrigada

JC on line

 


13 abril, 2022

Dar beijos sem dar


 Dia do Beijo

“Há muitos, muitos anos, quando ainda acreditava em heróis, ignorava Munch, lia BD e via uma faixa de mar lá ao longe, cingindo em abraço a minha cidade, dei beijos sem dar.

Dançávamos ao som da música “I Put a Spell on You “ e limitámo-nos a seguir a letra, construindo um feitiço mútuo que nos encantou e uniu para sempre. Dançámos todas as outras músicas, abraçados e com os lábios quase se tocando, num diálogo sem legendas, recitando os mais belos poemas de amor, que cada um escutará em Cassiopeia.

Foram beijos com aroma a estrelas, bordados a seda dourada sobre suporte de cetim. Foram beijos, ora longos, profundos e sem pressa, ora beijos sôfregos como se não houvesse amanhã. Foram beijos de tempo e de espaço, com fantasia e emoção, feitos de auroras e de pores-de-sol inconfessáveis. E os lábios, esses não se tocavam e a música continuava repetindo-se e rgirando no disco de 45 rotações desgovernado. Foram beijos de paixão desenhados já com a nostalgia da saudade e da perda. Foram beijos sem dar, os mais belos e sedutores, que nos pertencerão para sempre.”

In “Ensaios de escrita, um projecto sempre adiado”   Anabela Quelhas

05 abril, 2022

Pousada de Sta Marinha - Guimarães

 Voltamos aos nossos jantares requintados.

São poucos, mas bons, permitindo-nos conhecer lugares únicos, degústar um bom vinho (eles) e comer algo diferente. E os olhos também comem-

Desta vez fomos comer à Pousada de Sta Marinha perto de Guimarães.

Vimos o Claustro lindissimo e os interiores. Para ver todo o mosteiro, teremos que ir mais cedo-

TOP, prometi uma boa escolha e cumpri, acho que gostaram. Seguem as fotos. Eu já estava farta de tanto candelabro.