30 dezembro, 2022

Castelos pormenores

 


As latrinas de um castelo eram, de modo geral, construídas nas muralhas, projectando-se pequenos volumes para o exterior e os dejectos caíam no fosso do castelo ou, melhor, directamente num curso de água. Vejam o corte em desenho. Estes volumes não eram vigias, nem postos avançados para os seteiros, eram mesmo latrinas.

No interior do castelo, nem sempre havia porta. Apenas o senhor do castelo e o sacerdote é que possuíam latrina privada.

Feno, erva ou mesmo musgo eram usados como papel higiénico. Febre da latrina é referida pelos escritores médicos medievais, mas ainda não percebi do que se tratava.

Também havia duplas latrinas, sem separador, o que poderia proporcionar amena cavaqueira.

- Então Zarolho, afinal quem vai ganhar?

- Quem resistir a este cheiro nauseabundo!

Isto sou eu a inventar, apenas para referir que a higiene era pouco cuidada, um balde de água, de vez em quando. O odor era tão mau que, espantem-se, penduravam roupas próximo às latrinas porque o pungente odor da amónia ajudava a matar piolhos.

Viva a sustentabilidade!

Quando passarem por baixo, cuidem-se. Em princípio estão desactivadas, mas nunca confiar.

AQ

27 dezembro, 2022

PANTEÃO ROMA










 PANTEÃO ROMA

Há construções grandiosas da Roma Antiga, o Panteão é uma delas.

Planta circular, encimada por uma cúpula edificada através de caixotões que conferem beleza e leveza a todo o interior. Ao nível dos materiais de construção, eles são escolhidos pela sua leveza conforme sobe a construção – betão com travertino, tufo calcário, tijolo e finalmente o fecho da coroa circular lanternim, a vulcânica pedra-pomes.  

O lanternim é aberto, o que permite um fácil arejamento do espaço interior. Pensemos em muitos crentes e muitas velas a arder. Conforme areja, também deixa que a chuva entre no interior do edifício, purificando-o - mal menor, o desconforto provocado.

As dezasseis colunas de granito, que caracterizam a entrada do Panteão, foram trazidas o Egito. Cada uma mede 15 metros de altura. Imaginem a dificuldade do transporte.

A técnica construtiva desta cúpula inspirou Brunellechi na construção da Duomo de Florença.

Adiciono uma planta que requer uma permanência mais atenta no local – fica para a próxima viagem.

(Diário de viagem AQ - 26/04/2018)

24 dezembro, 2022

22 dezembro, 2022

ANÉIS

 






A15, A16, A17, A18, A19 e A20

21 dezembro, 2022

A ANITA NÃO SABE A QUEM ESCREVER

 A ANITA NÃO SABE A QUEM ESCREVER

Não sei se escreva ao Pai Natal ou se escreva ao Menino Jesus. Sim, porque eu também gosto que me presenteiem! Quem não gosta? Depois de adulta, eu e os outros fazemos sempre aquele ar de surpresa cerimoniosa, quando nos oferecem algo:

 – Ó não estava nada a contar, para que te estiveste a incomodar e a gastar dinheiro?! - e vamos abrindo os presentes, “apenas” porque pessoas bem-educadas abrem os presentes na presença de quem oferece e dizemos que adoramos, mesmo que nos calhe um galo de Barcelos feito na China, ou uns chinelos cor-de-rosa com penachos em cima.

Isto é só aparência e delicadeza, porque todos gostamos do miminho de um presente que encaixe no nosso coração. E então se for no Natal, melhor!

Quando era criança, quem colocava os presentes no meu sapatinho era o Menino Jesus, depois não sei o que aconteceu, o senhor Nicolau, funcionário da Coca-Cola, despediu-se amigavelmente, e decidiu trabalhar por conta própria com a parceria da mesma empresa e transformou-se em Pai Natal. A partir daí, decidiu estragar anualmente o aniversário do Menino Jesus, antecipando-se na entrega dos presentes, logo após a consoada, com o seu trenó puxado por renas voadoras.

O Menino Jesus, coitado, recém-nascido, perseguido, e ainda com o umbigo ao pendurão, nem sei como arranjava as prendinhas e como as arrastava para os sapatos de cada criança, certamente tinha ajuda dos Reis Magos e dos camelos. O Pai Natal, diziam-me, tinha uma fábrica de brinquedos no Pólo Norte localizada no Círculo Polar Ártico, com os duendes a trabalhar para ele, sem horário de trabalho, certamente a fazer jornada continua, durante muitos meses e depois com um big trenó, transportava as prendas, com oito renas a puxar, mais o Rudolfo com uma luz no nariz, que seria o GPS do senhor Nicolau. Os camelos, aqueles animais com duas bossas e pouco pêlo, que demoram muito tempo a baixar-se e a levantar-se, temperamentais e nem sempre correm, foram substituídos por renas voadoras (evolução das espécies, que nem Darwin imaginou). O Pai Natal cumpria esta azáfama, nem teria férias, focado em honrar os seus compromissos.

Nos últimos anos, com a globalização e a revolução digital, o espírito empresarial do Pai Natal converteu a sua oficina modesta e sem horário, em várias multinacionais, talvez com apoio financeiro da comunidade europeia. Já não é ele quem produz e quem entrega as prendas, abriu concurso, contratou as empresas de fabrico em série, lá da India e do Paquistão, e sobre o transporte, optou pelo transporte mais barato, combinando drones, com ubers e estafetas, para os locais com muito transito. Alimentar nove renas ao longo do ano é muito dispendioso e logo que lhe foi possível vendeu-as a bom preço a um circo de Natal, que passou a ter como propaganda “o circo das renas voadoras”.

Não sei se tem NIF, se tem os impostos em dia, se respeita os limites de velocidade e as leis do trabalho. Antes, o trenó aterrava no telhado, mau exemplo para as crianças, e entrava clandestinamente na casa das pessoas pela chaminé e ainda dava aquela risada irónica, oh, oh, oh, … tudo se lhe perdoava, porque nos oferecia alguns presentes, não abonando sobre os nossos valores.

O Menino Jesus tem uma história, fictícia ou não, mas tem! com nascimento polémico, em adulto com retrato físico variado, mas parece haver certeza, sobre a sua existência e como morreu. O que fez ao longo da vida?… milagres dizem. Sobre o Pai Natal sabemos pouco, quando nasceu? Não sabemos. Nunca o representaram graficamente em criança. É imortal? Parece que caiu num caldeirão de ácido hialurónico, quando tinha para aí 60 anos, nunca percebemos que fosse novo algum dia, não envelhece, parece conservado como os picles. Imutável.

Poderia ainda fazer umas contas por alto, para perceber melhor como tudo isto funciona… no mundo existem cerca de 2 mil milhões de crianças, como o Pai Natal só dá prendinhas aos cristãos, tem assim a vida facilitada, porque fica apenas com 378 milhões,… é só fazer as contas. Os matemáticos já as fizeram e chegaram a esta conclusão em 2007:

“967,7 visitas por segundo, o que significa que para cada lar o Pai Natal apenas dispõe de cerca de um milésimo de segundo para estacionar o trenó, sair, descer pela chaminé, colocar os presentes, provar as guloseimas que lhe deixam, voltar a subir a chaminé, saltar para o trenó e dirigir-se para a casa seguinte.” (1)

Não sei a que conclusão querem chegar, os matemáticos existem para nos complicar a vida…

Agora, sendo grande empresário, desconheço o que o Pai Natal faz o resto do ano, do que vive, se tem família ou se é um solteirão que vive com alguma garota que poderia ser neta dele, mas que o ama muito. As cartas só chegam em Dezembro e não há reclamações, nem devoluções, então talvez fique nas Bahamas, onde a água é turquesa, a areia rosa e as conchas vermelhas, a apanhar sol e a mergulhar naquele mar lindo e quente. Mas por que razão coloco estas questões se ele nada vende, não se insere no liberalismo económico, apenas oferece os presentes, portanto, não faz sentido os impostos, o nif e toda a narrativa que aqui desenvolvo.

Apesar de saber, que ninguém dá nada a ninguém, quero continuar a acreditar que com o Pai Natal é diferente, apenas não sei a quem escrever. Se escrevo ao Menino Jesus, sempre é o autor da ideia, com ele talvez receba uns restos de incenso, uma peça qualquer que sobrou da carpintaria do pai, umas tâmaras, uns kiwis dourados de Israel… ou se escrevo ao Pai Natal… temo pelos chinelos cor-de-rosa, ou algum casaco aos quadrados e babydoll vermelho, que tanto anunciam nas vendas on line e julgo serem para vestir no Natal. É que nem sempre somos presenteados com o que pedimos, e não acredito em milagres, senão já teria, há muito, na garagem, um Lamborghini Huracán de 2014. Em qualquer dos casos devo ser rigorosa na escrita e nos pedidos: um voucher anual para as termas de Saturnia, algumas doses de tolerância para ouvir o Montenegro, um CD do Abrunhosa e o manual “Como gerir bem este mundo e o outro” para eu re-oferecer ao Grande Arquitecto, que ultimamente estacionou a nuvem mesmo em cima de nós e foi tratar da vidinha dele e pronto. No céu não há “adrianitos”, se houvesse, a cidadania outra coisa seria! Feliz Natal.

(1)

https://dererummundi.blogspot.com/2007/08/mais-humor-na-cincia-o-pai-natal-no.html

Publicado em NVR 21|12|2022

19 dezembro, 2022

MADONA


 Mosteiro de Sta Maria de Cárquere

18 dezembro, 2022

sea life

 O Aquário gigante da Sea Life colapsou. Estou triste.

Estou triste, escrevi um artigo sobre este aquário, após pesquisa, visitei-o duas vezes, aconselhei a visita a vários amigos e, pensando em voltar a visitar Berlin, seria sítio obrigatório para admirar ou pernoitar.

Acabou uma das obras mais interessantes de Berlin. 

Os especialistas dizem que foi fadiga dos materiais. 

 https://estiradorsemrima.blogspot.com/2007/05/o-maior-aqurio-cilindrico-do-mundo.html


















































FIM