31 outubro, 2021

DIA DAS BRUXAS


 Hoje dia de bruxaria, lembrei-me quando o meu filho era criança e passávamos este dia em Justes. Naquela época fazia o jantar de Halloween para o Hugo e os seus amigos (7-10 anos). Eles chegavam vestidos a rigor e eu até acho que tinham medo a eles próprios. Já era noite, tinha 2 ou 3 abóboras iluminadas espalhadas no quintal, o que os intimidava um pouco.

Pendurava a ementa na porta da entrada dos dois lados, com meio punhal agarrado, para poderem ler.

Entradas -  Croquetes fantasma, ovos de salamandra e enroladinhos do Diabo,  

Prato - Miolos de Frankenstein,

3 – Sobremesas – Baba de sapo, tremelikes do Drácula, salpicos de morcego, diarreia de coruja.

Eles engoliam em seco, um pouco atrapalhados com a fomeca que iriam ter. Quem se atreveria a comer?

A mesa era decorada a rigor, toalha preta e só iluminada por velas.

Coitaditos na primeira vez, eles sentados à mesa à espera daquelas “iguarias”, não sabiam se rir ou se chorar.

Finalmente servia-os.

Abracadabra abracaboa!!!!! Que a comida má se transforme em comida boa.

Afinal a ementa magicamente se transformava

-  Croquetes fantasma = croquetes com queijo derretido; ovos de salamandra = ovos verdes; enroladinhos do Diabo = enrolados de salsicha; miolos de Frankenstein = massa à bolonhesa; Baba de sapo= baba de camelo; tremlikes do Drácula = gelatina de morango; salpicos de morcego= pipocas; diarreia de coruja= mousse de chocolate.

Ou seja, arranjei “clientes” para os anos seguintes.





29 outubro, 2021

POUSADA DE STA MARINHA




 Antecipando, desta vez com todo o glamour e tradição e assinado por Fernando Távora.

Os dias frios chegam e sabe bem o conforto de uma pousada. 

Pousada de Sta Marinha em Guimarães.

Yupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

27 outubro, 2021

O SONO

 

O sono


          Dois terços da nossa vida é passada a dormir. Por vezes acho excessivo. A nossa esperança de vida ronda os 80 anos, porém, o tempo útil resume-se a 53 anos, porque nos anos restantes estamos a dormir. Dá vontade de não dormir mais. Teoricamente o sono não deveria existir. Estamos aqui para viver e não para dormir e sair da realidade.

          Se pensarmos bem, reparem, nós, seres terrestres estamos programados para dormir diariamente. Enfrentamos a luta pela sobrevivência, estamos activos muitas horas ao longo do dia, mas chega a noite e todos temos que obrigatoriamente recolher a um canto e desligar. É isto, parece que transportamos uma bateria que entra em falência diariamente sendo necessário recarregá-la, como faço com o telemóvel, todas as noites. O grande responsável por esta nossa faceta, parece ser o nosso cérebro, por lá passam diversos circuitos que ele faz questão de interromper, desativando o pensamento, a consciência, condicionando o movimento e mantendo a respiração compassada e regular. E nesse momento entra em função, o sono. Procuramos um espaço para nos podermos encostar ou deitar e repousar a cabeça. A maioria fecha os olhos.

          Inventou-se a almofada e os lençóis, tornando este retiro da actividade mais confortável e mais íntimo. Parecemos um papel dentro de um envelope, entre o lençol de baixo e o de cima. Antigamente dormia-se embrulhado em peles junto do fogo para afugentar os animais. Quando dormimos estamos desprotegidos. Ignoramos o que se passa à nossa volta tornando-nos frágeis e vulneráveis. Podem circular ladrões, mamutes, morcegos, aranhas, fantasmas, anjos, demónios e nós ali, em repouso, vulneráveis e desprotegidos... até os mosquitos percebem e aterram na nossa pele como se de um aeroporto noturno e sem vigilância se tratasse ZZZZZZZZZZZ. Tudo isto poderia ser uma alucinação humana, todavia, se teimarmos em não dormir, o que acontece? Na verdade, um terço da nossa vida vai ao ar, mas o que acontece se não dormirmos? As crianças ficam rabugentas e chegam a um ponto que abrem a comporta das lágrimas e desatam a chorar e a gritar sem qualquer lógica. E nós os adultos? A energia reduz-se, assim como a produtividade, o mau-humor e a irritabilidade aceleram, ficamos cada vez mais cansados, até ao colapso, até ficarmos tipo brinquedo escangalhado, com as peças todas, mas avariado. Ficamos sem concentração, com a memória a falhar, assim como os reflexos, aumentando a probabilidade de ocorrerem acidentes e adormecermos sem querer em qualquer lugar.  Os cientistas dizem que o período mais longo que uma pessoa já conseguiu ficar sem dormir foi de onze dias, portanto muito distante do objectivo apontado dos 27 anos.     

          A contradição que existe é a seguinte, se estamos inactivos de olhos fechados, paradinhos, sem consciência do que se passa à nossa volta, porque todos nós gostamos de dormir? É que não se passa nada, numa boa noite de sono, no meio da escuridão e do silêncio, apenas vai passando lentamente o vazio das horas, e os aranhas nocturnas até se assustam com o nosso ronco e mais nada. A dormir quase não existimos, somos possuídos pela insensibilidade dos sentidos compostos de vazios diários, que se vão unindo através das horas de acordados, unindo memórias e teias de pensamentos interrompidos e suspensos pelo sono. Normalmente conseguimos identificar-nos, ou seja, aquele que adormeceu consegue identificar-se com quem o acordou.

          Diminua o sono, e não é apenas o cérebro que sofre. Os sistemas reprodutivo, metabólico, cardiovascular, termo-regulador e imunológico também sofrem. Talvez seja a acção inactiva que mais benefícios nos traz. Mas se é assim tão benéfico, porque acordamos?

Publicado em NVR, 27/10/2021 


24 outubro, 2021

Celanova


 Abõbada do transepto da igreja do Mosteiro Celanova, Galiza

23 outubro, 2021

22 outubro, 2021

GEOMETRIK

Quando uma tela tem a capacidade de mostrar 3 efeitos visuais.
GEOMETRIK - brevemente
13 DE NOVEMBRO DE 2021



 

20 outubro, 2021

HYPERLOOP


 

HYPERLOOP

            Quando tomei conhecimento sobre a informação do Hyperloop, fiquei tão contente, porque verifiquei que algo que eu sonho e imagino há tantos anos, pode ser realidade.

            O leitor já ouviu ou leu algo sobre isto?

            Trata-se do comboio hyperloop - comboio do futuro, supersónico capaz de fazer 600 km em meia hora. Todos queremos anular ou vencer o tempo, viajar, fazer grandes distâncias, no menor tempo possível. E como isso é possível? Sem ter grandes conhecimentos da mecânica, imaginei sempre veículos a circular num tubo que permitisse alta velocidade em total segurança, semelhante a uma minhoca gigantesca. Segundo entendi o hyperloop é isso mesmo. Destaca-se um empresário norte-americano, Ellon Musk, que já iniciou experiências nesse sentido. Nós que pensávamos que o TGV seria o máximo, que estamos deslumbrados com a ligação Vigo/Madrid, agora percebemos que o TGV é um parente longínquo do Hyperloop.

            O Hyperloop irá constar de uma cápsula que se desloca num tubo gigante de vácuo, com um sistema de levitação magnética, permitindo movimento, sem gasto de energia eléctrica. O vácuo permite eliminar o atrito, rentabilizando ao máximo a velocidade atingida que pode ir até 1.200 km por hora, superior à velocidade do som e reduz o custo com as infraestruturas. Mais pormenores construtivos, desconheço, sei apenas que já há protótipo e pista para testes, no Texas.

            Já imaginaram Porto /Lisboa em 20 minutos? ou Porto/ Barcelona em menos de uma hora? Que impacto financeiro terá no mundo? inimaginável. O prazo de 10 anos para testes e aperfeiçoamento está quase a chegar ao fim, que novidades nos irá trazer o ano 2023? Já falta pouco.

            Em 2020 houve notícia que a Virgin, do multimilionário Richard Branson, já está integrada nesta corrida contra o tempo. O primeiro teste com passageiros, foi bem-sucedido e o objetivo da empresa é colocar o comboio em funcionamento "ainda durante a década de 2020". Andávamos tão absorvidos com os problemas da pandemia que esta notícia escapou a muitos leitores.

            Cada cápsula conseguirá transportar 30 passageiros, à mesma velocidade de um avião, pelo valor de um bilhete de autocarro. O sistema permite que o veículo deslize silenciosamente, sem qualquer turbulência.

            Sabemos que começa em Portugal, a viagem de comboio mais longa do mundo. São 17.000 kms de ferrovia que ligam a cidade do Porto, a Ho Chi Minh City, no Vietname, fazendo as contas dá 1.428,3€. O tempo gasto é algo como 11 dias, 11 horas e 49 minutos, se fosse possível um directo.

            Imaginem no tal Hyperloop, em 14h10m, num directo, estaríamos no Vietname. Vamos “surtar”: sairia às 8h da manhã, após tomar um cimbalino e uma torrada, na Estação de Campanhã, e às 22h10m estaria a chegar a Ho Chi Minh City para me dirigir ao hotel, fazer check in e preparar-me para uma tranquila noite asiática.

            Cada vez há menos impossíveis!

Publicado em NVR, 20/10/2021

19 outubro, 2021

Cieloastur

 




ANTECIPANDO a montanha, o frio, o abrigo e o lazer.

Hotel Rural Cieloastur

Parque Natural de las Ubinas La Mesa

Oviedo 

13 outubro, 2021

7 de Outubro

 7 de Outubro 


              Há umas décadas preparava a tecnologia para o início do ano escolar que se iniciava dia 7 de outubro. A lousa, o ponteiro, o caderno de linha estreita, com o Camões na capa e a tabuada na contracapa, uma pena para molhar no tinteiro da escola e uma esferográfica com mola só para escrita especial, faziam parte deste kit educacional que me permitia frequentar a escola. A tecnologia era fraca, mas a data era excelente... a 7 de outubro regressávamos à escola iniciando um novo ano lectivo.

              Tínhamos 4 meses de férias, que davam para brincar, correr, subir às árvores, ir à praia (iam poucos), descansar, ler e fazer tantas outras coisas fora de casa. Ajudar os pais, também. Aprendi a descascar batatas, a limpar o pó, a carregar água, a passar a ferro, a apanhar fruta, a coser botões, a fazer malha, a bordar, a lavar loiça e roupa, a envernizar janelas e a fazer algumas reparações domésticas, a apanhar fruta, a saltar à corda, a ouvir as histórias da minha família e das outras. Televisão, quase não existia. Tínhamos todas as nossas horas de lazer preenchidas. Gozávamos de uma liberdade desmedida com o tempo a passar devagar, chegando e sobrando para tudo, para divertir e também para trabalhar, ajudando os pais. Ninguém tinha relógio, ouvíamos as horas através do sino da igreja que indicava a hora de recolher a casa para almoçar e jantar. Alguns dos meus amigos almoçavam no campo à sombra de uma árvore, na hora da paragem da labuta campestre. Eram tempos duros, mas de férias grandes e abastadas.

              Não eram os 4 meses de férias que nos retiravam capacidade de aprendizagem e nos limitavam competências. Pelo contrário. Eram 4 meses de aprendizagem não académica intensa, que favoreciam a motricidade e a potencialidade para resolver problemas. Muitos viviam o verão descalços, em contacto com a natureza, aprendendo aquilo que a família ensinava – aprendizagem de afectos e de sentido de pertença aos lugares e às famílias. Alguns escapavam até ao rio para uma banhoca. Brincar na rua, era bom, correr atrás do arco, saudável e viajar no interior da dorna de uvas que ia para a vindima, tresloucado e radical.

              Agora as nossas crianças têm uma existência pobre, com experiências pobres, em frente de uma televisão pobre ou com um tablet nas mãos. Os papás querem despachá-las o mais cedo possível para a escola. Na segunda semana de setembro começam as aulas, e lá vão eles para a escola, onde permanecem quase todo o dia. Contentes por reencontrar os colegas da sua existência tão triste e tão amarrada à tecnologia. Eles até pensam serem felizes olhando para um écran!

              Pobres deles, nem uma maçã sabem descascar! Não imaginam, como é pobre a partilha de experiências, quando devem escrever ou falar sobre as suas férias... todos contam as mesmas coisas, nenhuma aventura para partilhar, para além do jogo on line. Não sabem descascar uma batata, não sabem recortar uma figura em papel, todos trazem tesouras de pontas redondas, para ninguém se aleijar, coitadinhos, alguns correm desajeitadamente...

               Têm medo de saltar à corda, têm medo de saltar ao eixo, têm medo de saltar ao saco. As suas sapatilhas são caras, de marcas famosas, porém, não sabem apertar os atacadores. O seu imaginário é muito limitado, na ausência do um banco de experiências e emoções. Nunca brincaram à cabra-cega. Não sabem lançar um peão e desconhecem o que seja um ioió. Nunca saltaram para dentro de uma poça de água. Nunca fizeram um baloiço de corda suspenso numa trave, todos eles acham que os baloiços nascem nos parques infantis.  São jovens que vivem na escola quase desde que nasceram, sem investimento afectivo e experiencial. Talvez sejam felizes assim, não sei. Entre o tablet, o android e a televisão, pouco resta.

              Lá vão eles após com 2 meses de férias recuperar aprendizagens e tentar digerir currículos maçadores e enfastiantes, que não lhes ensinam a descascar maçãs, a coser botões e a fazer o jantar. Tentam aprender aquilo que poucos aprendem em casa, ser simpáticos, ser responsáveis e a ter respeito pelo outro. Gritam, quando aparece um aranhão a querer atravessar a sala de aula e ficam intrigados com a “cama do gato” que eu tento ensinar-lhes quando iniciamos a geometria.

              Observo-os, com a distância de várias décadas e tento adivinhar o seu abecedário da felicidade, já com cerca de um mês de aulas, neste 7 de Outubro.

Publicado em NVR em 13/10/21 

11 outubro, 2021

Catedral de Ourense


 Catedral de Ourense

09 outubro, 2021

APITA O COMBOIO

APITA O COMBOIO

              “2021, ano europeu dos transportes ferroviários” constitui oportunidade para aprendizagem e de reforço da parceria existente entre o Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus e o Espaço Miguel Torga.  Em terras nortenhas, o comboio tem sido um meio de transporte e de comunicação que trouxe benefícios às gentes das cidades e das zonas rurais, abraçando a transmontaneidade de memórias e de história, unindo geografias diversificadas, diluindo contrastes e contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

              Apesar de ser um invento do século XIX, transformou-se na aposta do século XXI. As alterações climáticas criam a tendência para o abandono do automóvel e do avião e para uma valorização da rede ferroviária. As cidades estão a reorganizar-se, requalificando os seus espaços e contando com esta forma de transporte mais sustentável. Tratar o tema na escola significa informar e exercer influência positiva sobre os nossos alunos.

              APITA O COMBOIO esteve presente ao longo do ano letivo como tema popular inspirador para desenvolver conhecimento e experiências artísticas, dando a conhecer a História e preparando os alunos para esta realidade ambiental. O desafio feito pela biblioteca escolar, que é a estrutura que coordena esta parceria, tem um matiz pedagógico transversal, com potencial multidisciplinar e aqui mostra-se a vertente predominante artística, capaz de se visionar numa sala de exposições. Considerando que se vive uma época atípica, a mostra apresentada é a consequência de muito esforço, empenho, resiliência e criatividade que caracterizam a identidade deste agrupamento e a personalidade torguiana.

              Visite o Espaço Miguel Torga e aprecie a exposição “Apita o comboio”. A exposição tem entrada gratuita e está aberta ao público desde o dia 7 de outubro até ao dia 3 de novembro de 2021. A apresentação será dia 9 de outubro pelas 16 horas.

Anabela Quelhas 

Na qualidade de coordenadoras de todo o projeto e evento, eu e Sofia Doutel agradecemos o entusiasmo e o empenho de todos. 
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06 outubro, 2021

Mas, voltando à justiça, por onde anda?

 


Mas, voltando à justiça, por onde anda? 

            A nossa letargia acordou com a notícia da fuga de João Rendeiro.

            Se há coisa que eu já desisti de entender é a Justiça. Refiro-me à justiça instituída no nosso país. A Justiça cada vez se afasta mais do conceito de Justiça e do senso comum.

            Começa logo por usar uma terminologia para o comum dos mortais ficar perplexo. Alguém já recebeu uma notificação do tribunal? Uma escrita ortorrômbica comunica-nos algo que não entendemos. Esse é o primeiro passo para nos afastarem da Justiça. No meu caso, passo-me a mim mesma, um atestado de ignorante e pergunto-me sempre, porque não aprendi nada disto na Escola? Recorro ao dicionário com frequência e por vezes a um advogado para me traduzir, para ficar segura sobre o que me querem, não vá eu ter-me esquecido de pagar alguma portagem. Deveria existir um Google Justice Translate de acesso gratuito.

            O Rendeiro deu à sola. Estão-lhes destinados dez anos de prisão... ele se calhar não entendeu a notificação do tribunal (brincadeira). Então ele é que tem de avisar sobre o seu paradeiro? Será que os violadores domésticos cresceram em tal número, que esgotaram as pulseiras electrónicas? (outra brincadeira)

            As prisões preventivas, as efetivas, as pendentes, as que transitaram e não transitaram em Julgado... assim não vale, o homem baralhou-se e foi viajar para descomprimir! Foi à vidinha dele! João Rendeiro, anunciou estar fora de Portugal e não pretender regressar para cumprir as três penas de prisão efetiva a que foi condenado, num total de 10 anos de prisão efetiva. Atitude muito responsável, ele não quer que nos preocupemos. Eu também faço assim quando viajo, emito uma mensagem para a família, para não se preocupar. Rendeiro, como muita gente gosta dele, anunciou na net. O outro usava o Twitter, este nem sei como foi. Paciência tem ele, desde 2017 que não fazia férias no estrangeiro e um homem como ele não aguentou. Dia 19 de Julho informou que estava na Costa Rica. Entre 81 países classificados como paraísos fiscais, escolheu a Costa Rica. Por ordem alfabética ainda tinha 12 países antes da Costa Rica. Andorra é um saltinho, eh pá mas ir para o Bahrain, Bolívia...Costa Rica diz aqui na web, fala-se espanhol, clima tropical (o senhor já não é novo) “Apesar do impressionante crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), da inflação baixa, das taxas moderadas de juros e de um nível de desemprego aceitável, a Costa Rica enfrentou, nos últimos anos, uma crise de liquidez devido à dívida crescente e ao déficit orçamentário.” – isto é música para os ouvidos do sexagenário.

            Dia 13 de Setembro, farto da pasmaceira da Costa Rica, informou que estava em Londres – época de saldos, compreende-se. Dia 28 de Setembro ele informou que não pretendia regressar a Portugal. Pudera!!! Alguém no seu juízo perfeito regressa ao país para ir para a pildra? Honestidade e pouca vergonha ele já provou que não tem. Agora mostrou ponderação, entre Londres e a pildra ele optou por Londres. Na pildra não falam inglês nem cumprem o five o’clock tea... daqui a 10 anos o homem tem 79 anos, com 79 anos ele vai fazer o què? Já nem o lar da 3ª idade da Suazilândia o recebe!

            É urgente abrir uma galeria de cromos famosos - Vale e Azevedo, Padre Frederico, Pedro Caldeira, José Manuel Beleza, Fátima Felgueiras – tive que recorrer à net, porque eles ficam fora tanto tempo, que a gente até se esquece deles.

https://eco.sapo.pt/2021/09/29/rendeiro-entra-no-clube-dos-fugitivos-famosos-em-portugal/

            Mas, voltando à justiça, por onde anda?  

Publicado em NVR em 6/10/2021

02 outubro, 2021

Termas de Outariz

 





                As burgas do casco histórico estão cerradas!!!! Todos os planos tiveram que ser alterados. Tinha intenção de experimentar as burgas do centro da cidade. Foi uma surpresa quando participei no Simpósio há um anos, sobre a rota termal e descobri as termas romanas e as piscinas públicas que lhe estão próximas. Ora, como estão encerradas, indicaram-nos as Burgas de Outariz, privadas, que ficam já no exterior da cidade. Foi bom acontecer este imprevisto. Tive a possibilidade de utilizar as burgas exactamente entre as 19 e as 21 horas permitindo usufruir do entardecer, o por-do-sol e a noite.

              Um edifício bem concebido, na forma e na função, pelo meu colega galego Álvaro Varela (2006/2008), com diversas infraestruturas para apoiar o lazer termal – bar, esplanada, vestiários, sala de massagens, chuveiros, tanques de água fria e de água quente cobertos e várias piscinas termais, com formas irregulares, todas construídas em granito a céu aberto, com uma escala  muito humanizada favorecendo o relaxamento em espaço seguro e higienizado, com origens que remontam a época dos Romanos. Para além do granito, a madeira predomina em todo o espaço edificado, integrando-o na envolvente e nesta atitude muito conciliada com a natureza.

              10 minutos em cada piscina, sair, refrescar e entrar novamente constitui o ritual simples que permite usufruir desta cultura de termalismo, tão agradável e terapêutica.

              O céu em cima de nós, o sol a esconder-se, a escuridão a baixar, a iluminação de todos estes espaços a abrir, colocada estratégicamente, convertendo este equipamento em algo ainda mais intimista, relaxante e aprazível - o paraíso nocturno.

              A água passa dos 62 graus para 38-40 graus. Há piscinas mais quentes e outras mais tépidas. Todas possuem barras metálicas para ajudar a descer e subir. O piso é sempre em granito rugoso, antiderrapante. Todo o espaço possui elementos vegetais que reforçam a integração e serenidade do local. Algumas piscinas possuem ainda jatos de água proporcionando massagem, e uma delas é coberta por uma estrutura de madeira.

              A temperatura baixou um pouco durante a noite outonal, vê-se o vapor de água a formar-se em alguns pontos das piscinas tornando o ambiente reconfortante.    

              Fiquei positivamente surpreendida com a calma, o som da água, a maioria respeita o pedido de silêncio, a esta hora quase sem crianças, sem fotos, tudo acertado para proporcionar relaxamento num sábado ao final do dia.

              Adicionei a experiência de sentir a chuva miudinha a cair suavemente sobre mim, refrescando-me e suavizando a água termal. Sensação ótima, irei repetir outras vezes.

Alguns elementos técnicos:

Áreas: edificadas 2.010,87 m²   

           urbanização 3.344,19 m²

           piscinas quentes: 359,68 m²/243,81 m³

           piscinas frias: 18,48 m²/12,87 m³   

As fotos das burgas são colhidas da web, já que não é permitido tirar qualquer tipo de fotografia.

Diário de viagem – Termas de Outariz, 2/10/2021