24 setembro, 2008

Capsule Hotel

Hotel cápsula - Tóquio






Hotel da cápsulaO conceito de hotel cápsula aparece dos anos setenta, em consequência do crescimento da população urbana, nas grandes cidades do Japão. Os principais clientes dos hotéis cápsula são os trabalhadores de escritório que trabalham nos centros urbanos e que não têm tempo para ir a casa descansar, quer ao fim do dia, quer à hora do almoço, ou até porque perderam o ultimo transporte público para casa.
Este hotel é um habitáculo de dimensões mínimas 0,90X1,80X1,00m, que se assemelha a uma cápsula ou a uma caixa que tem praticamente a medida do colchão, pouco mais. Estas cápsulas normalmente têm um corredor comum de acesso a várias unidades que podem até sobrepor-se, pois a sua altura é também reduzida.
A imagem do corredor de acesso às cápsulas tem algumas semelhanças ao corredor da morgue, ou ao corredor de acesso aos gavetões dos cemitérios.
Claro que a tecnologia está ao lado dos Japoneses, permitindo-lhes dar algum conforto aos seus utilizadores que podem usufruir de sistema de aquecimento/arrefecimento, tv, som, computador…. O ar de gavetão tem sido amenizado ao longo dos anos, com superfícies transparentes quebrando bastante a característica claustrofóbica dos primeiros hotéis.
Devido à sua rentabilização do espaço, conseguem oferecer preços competitivos com os hotéis de mais baixa categoria. Há hotéis que só admitem homens. Outros há já com um mini wc incorporado, que foram projectados a pensar exactamente nos workaholics
É aqui onde os workaholics podem dormir uma soneca depois do almoço.
Actualmente os turistas que visitam o Japão não abdicam de uma noite dormida nesse mini alojamento.

Esta já é um luxo!!!!!!!!!!!

22 setembro, 2008

Cartel

Design italiano: Cartel
Gosto, gosto e gosto


21 setembro, 2008

Beauty changed

Andy Mckee e Dan LaVoie




Repetindo-me ou talvez não, ontem à noite fui rever Andy Mckee, desta vez junto com Dan LaVoie. Ambos com as suas harp guitars. Este ano com novo visual, Andy deixou de rapar o cabelo. Continua virtuoso, simpático e divertido. Deixei-me embalar pelos seus acordes musicais, fui espreitando em mundos paralelos ao meu, que ele ia sonorizando, contornando obstáculos e invadindo-me de cadências de noites de luar.
Senti-me poeta (isa), semicerrei o olhar e deixei povoar a minha consciência de sons coloridos, organizados numa geometria mandálica que só ele sabe musicar , mas incapaz de descortinar as formulas matemáticas que lhe subsistem.
O Douro Jazz, em ambas as vezes, no ano passado ao ar livre, este ano em espectáculo interior, oferece-nos este instrumentista americano genial do fingerstyle que é verdadeiramente imperdível. Conheci-o através das gerações mais novas que utilizam o canal You tube para saber das novidades, e fiquei fâ. No vídeo, Andy parece muito mais velho do que na verdade é, ainda nem tem 30 anos. Um mimo!
Dan LaVoie, talvez menos conhecido que Mckee, também utiliza a harp guitar que toca com grande mestria, dado que ele é só um dos melhores do mundo. No espectáculo, injustamente, fica um pouco em segundo plano, pois a estrela é Mckee, que tem a capacidade de por as plateias animadíssimas.
Voltarei sempre.

20 setembro, 2008

18 setembro, 2008

Mahna Mahna

ELVIRA FORTUNATO



Elvira Fortunato, cientista portuguesa de micro-electrónica, uma das melhores do mundo
26 08 2008
Inovação Mundial - Universidade Nova produz primeiros transístores com papel
Os dispositivos poderão ser usados em ecrãs de papel, etiquetas, chips de identificação e aplicações médicas.

Citação do Expresso de 21 de Julho de 2008:
Uma equipa de cientistas do Centro de Investigação de Materiais (Cenimat) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, liderada por Elvira Fortunato e Rodrigo Martins, conseguiu produzir pela primeira vez em todo o mundo transístores com uma camada de papel que são tão competitivos como os melhores transístores de filme fino baseados em óxidos semicondutores, área de investigação de ponta em que o Cenimat detém patentes internacionais.

Transístor de papel desenvolvido em Portugal, na Universidade Nova de Lisboa
Os resultados obtidos “auguram promissoras aplicações no campo da electrónica descartável”, afirma um comunicado da reitoria da Universidade Nova divulgado hoje. Os novos transístores poderão, assim, ser usados em ecrãs de papel, etiquetas e pacotes inteligentes, “chips” de identificação e aplicações médicas. E a produção em larga escala será facilitada pelo baixo custo do papel no mercado mundial.
A celulose é o principal biopolímero existente no nosso planeta e a indústria electrónica está a investir cada vez mais no desenvolvimento de dispositivos com biopolímeros, devido a seu baixo custo, tendo surgido alguns estudos a nível internacional sobre a utilização do papel como suporte físico de componentes electrónicos. Mas é a primeira vez que se utiliza papel como parte integrante de um transístor.
O Cenimat fabricou transístores de filme fino onde o isolante eléctrico - ou dieléctrico - é feito em papel vegetal ou de fotocópia. Um transístor é constituído por três terminais: a fonte, o dreno e a porta (ver ilustração). Nos dispositivos produzidos pelos investigadores da Universidade Nova - os chamados transístores de efeito de campo (FET-Field Effect Transistor, em língua inglesa) - a corrente eléctrica que passa entre a fonte e o dreno é controlada pela tensão aplicada à porta, que tem de estar isolada. A inovação consistiu precisamente no uso do papel para esse efeito num dos lados, e como suporte do próprio dispositivo no outro.
Recorde-se que no final de Maio foi apresentada em Los Angeles uma nova geração de mostradores da Samsung a aplicar em telemóveis e outros suportes, desenvolvida pelo Cenimat e que usa novos materiais cerâmicos com propriedades semicondutoras ligados à chamada electrónica transparente. O centro de investigação da Universidade Nova está envolvido noutros projectos nesta área na Coreia do Sul, Irlanda, EUA, Itália e França.

A cientista que ganhou 2,5 milhões de euros do European Research Council
Elvira Fortunato, da Universidade Nova, conquista o maior prémio de sempre dado a um investigador português.

17 setembro, 2008

Qual escolher?









Z

Tou cheia de sono.... por qual me vou decidir?...
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
ZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzz

14 setembro, 2008

10 setembro, 2008

De alfazema faço a chuva


(clique para ampliar)

09 setembro, 2008

pintura e poesia

Algures na net encontrei esta associação: Graça Morais e Sophia.
Gostei de+
Pintura de Graça Morais
Esta gente cujo rosto

Às vezes luminoso

E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos

Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto

De luta e de combate

Contra o abutre e a cobra

O porco e o milhafre

Pois a gente que tem

O rosto desenhado

Por paciência e fome

Um país ocupado escreve o seu nome

E em frente desta gente

Ignorada e pisada

Como a pedra do chão

E mais do que a pedra

Humilhada e calcada

Meu canto se renova

E recomeço a busca

Dum país liberto

Duma vida limpa

E dum tempo justo

Sophia de Mello Breyner Andresen

06 setembro, 2008

O meu aluno X

Arte: Concurso de pintura e escultura para invisuais
Porto, 05 Set (Lusa) - A Associação de Cegos de Portugal (ACAPO) e a empresa Grupótico lançaram hoje o "Mostra Olhares" um concurso de pintura e escultura para invisuais que pretende mostrar o olhar de "quem não vê com os olhos mas com o coração".

A iniciativa, que decorre no Ano da Diversidade Cultural, surge como consequência do trabalho que tem sido desenvolvido pela Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal "na integração e reconhecimento das pessoas com deficiência na sociedade", salientou Luís Almeida, responsável da ACAPO.
A partir de hoje qualquer cidadão invisual pode participar no "Mostra Olhares", nas categorias de pintura e escultura (júnior e adulto), não havendo qualquer tipo de exigência mínima.
O concurso "é um estímulo a que os invisuais descubram que até podem ter talentos que desconhecem", frisou Luís Almeida.
"Será possível, com o evoluir do tempo, ter pintores e escultores com deficiências visuais", sustentou o responsável da ACAPO.
Hélder Oliveira, administrador da empresa sublinhou que a principal intenção da iniciativa "é não só captar os [invisuais] que já desenvolvem este tipo de actividade, mas fazer com que os outros também experimentem".
Os trabalhos vão ser expostos numa mostra itinerante em várias lojas da Grupótico.
Os prémios, três por categoria, são de "índole informática para que os invisuais também possam aceder a esse tipo de equipamento", disse Hélder Oliveira.
A 03 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, os trabalhos serão leiloados e o valor conseguido será revertido em equipamento para a ACAPO.
Os trabalhos devem ser entregues até 10 de Outubro, na loja da empresa na Boavista, Porto.
Extraconcurso serão admitidas obras fotográficas que serão exibidas na mostra oficial a partir de Outubro.
LYL.
Lusa/Fim.


















O meu contacto com invisuais é muito reduzido e deixa-me sempre perplexa.
Aterroriza-me um mundo vivido na escuridão. Não são os problemas de mobilidade, de socialização, de integração na sociedade que me ensombram. Penso que tudo isso constituem desafios com possíveis respostas mais ou menos mecanizadas ou até humanizadas.
Amedronta-me a ausência de referências visuais, a ausência da forma, da cor do contraste que só o sentido da visão nos consegue fornecer com qualidade. Eu que vivo essencialmente o mundo visual, estético e criativo, a viagem para uma escuridão permanente é algo com que tenho muita dificuldade em lidar.
Já tive um aluno invisual, com cegueira total, a quem eu dava aulas de educação visual, e ele desenhava sem problema algum.

O aluno X transpunha para o papel os esquemas mecânicos existentes no corpo humano. Desenhava as proporções correctas, os pontos de articulação que permitem o movimento da figura humana muito melhor e mais rápido do que os colegas, eu diria até de uma forma espontânea, sem ser necessário grande reparo da minha parte, mas em tudo havia a ausência da forma.
A estrutura estava lá, a forma não.

No corpo humano, o meu aluno X não desenhava as formas musculares, como se todos nós sobrevivêssemos apenas com um esqueleto. Nunca consegui obter resultados satisfatórios nesse exercício formal.

Entristeci repetidas vezes, por não conseguir obter o sucesso que pretendia, mas o meu aluno não! Animava-me! Era um grande optimista!
Para ele era mais importante a minha explicação, do que a sua realização gráfica. Para ele não tinha qualquer importância o facto de conseguir ou não, desenhar o que eu lhe explicava, era completamente insensível a isso. Ele gostava de saber o funcionamento anatómico, para que servia e como podia usufruir do corpo que eu tentava que desenhasse, e era isso que eu lhe explicava, a relação da forma com função. Ainda tive que recorrer aos livros de anatomia.

O aluno X era craque no registo das texturas, e na recriação das mesmas. Os padrões em duas dimensões eram outro vazio…. a cor, suas tonalidades e interacção das mesmas constiuia o inexplicável que eu tentava traduzir por palavras, fazendo sempre crescer em mim um sentimento de frustração.
Conversámos mais do que trabalhámos. Ele era um grande criativo e eu admirava-me imenso com as soluções que ele imaginava para o mundo.
Ele apreciava muito as descrições que eu lhe fazia do mundo real. Dizia que gostava de ver o mundo utilizando os meus olhos. Detectava-me pelo meu perfume que eu fazia questão de utilizar diariamente, sempre igual para não lhe baralhar os sentidos.

Apresentei-lhe Picasso, Dali, Miró, Van Gogh, Leonardo da Vinci e o grande maluco do Andy Warold (como ele lhe chamava), e outros. Ele gostava imenso de saber como apareceram estes pintores e o que eles tinham feito de novo para surpreender as pessoas suas contemporâneas. Delirou com os diversos truques de Leonardo... "grande sabidolas!!!!".
Ele contava-me do seu mundo e do seu imaginário.
Ouvi mais do que aquilo que lhe consegui ensinar. Eu aprendi mais, concerteza dessa outra dimensão invisual, e desenhei o aluno X no meu coração, com cores de outras galaxias que tem a qualidade de ser intemporais.
.....
Um dia arranjei um marceneiro para reparar as minhas cadeiras de palhinha e reparei que era invisual.
Não queria acreditar, mas não houve qualquer problema.
Penso que o problema sou exactamente eu.
Humildemente me curvo por respeito a todos os invisuais que fazem um esforço para não nos sentirmos mal por eles viverem num mundo paralelo, que para nós faz pouco sentido.
Beijo para o meu aluno X.