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Pintura de Graça Morais
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
Um país ocupado escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
Dum país liberto
Duma vida limpa
E dum tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen
1 comentário:
Simática Amiga:
Tens um dom lindo.
Apetece ler-te, ler-te, ler-te.
Excelente combinação.
Sinto-me baralhado com tanta beleza expressa em palavras sensíveis e de enternecer.
"...E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca..."
Posso fazer-te uma vénia profunda de admiração?
É real e inequívoca. Sentida e sincera.
Extraordinário sentimento expresso com genialidade e beleza.
Fantástico!
A sensibilidade que "mora" em ti, deslumbra!
Bj de amizade, estima e imenso respeito.
Admiro-te sabes? E admiro o que "constróis" terna e admiravelmente, acredita?
Sem palavras mais que possam incomodar...!
pena
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