20 abril, 2022

Irresponsabilidade

 


“Não sei, não quero saber” e faltou dizer que tem raiva a quem sabe.

Foi assim que a Maria de Lurdes Rodrigues terminou a sua intervenção, ontem no programa da RTP1. Que má intervenção! Estou como o Paulo Guinote, estou farta de presenciar declarações diferentes conforme os cargos que ocupam, chama-se a isso ser vira-casacas e ter uma grande lata. Um dos problemas desta senhora é de facto comparar um professor a um técnico superior da função pública, esta foi a raiz do problema, e que deu origem a toda esta trapalhada: Modelos de avaliação para profs copiados ao Chile, avaliação utópica e desgastante, cargas horárias excessivas, uma carreira com cotas e com tudo muito bem registado e evidenciado em vários suportes, criando um monstro chamado burocracia, feita de papéis e registos, que ninguém lê e a abertura a projectos sem fim, que até já lhes perdi a conta, que pressionam e distraem a escola do seu foco principal. Formar futuros cidadãos não é igual a trabalhar em excel como os economistas e engenheiros.

Vimos mais uma vez a arrogância desta senhora, a sua petulância e o seu não entendimento sobre a profissão mais nobre do mundo. 

Há umas semanas foi o ex.-ministro Crato, a meter os pés pelas mãos e agora esta que me irrita tanto, que me obriga a tomar um Kompensan. Talvez o próximo seja um tal Albino representante dos pais do antigamente... e mais tarde, Tiago Brandão. Todos “com culpa no cartório!”

Não sei se estiveram atentos sobre a MANIPULAÇÃO QUASE INVISÍVEL, como se fosse inevitável a alteração do modelo de recrutamento dos docentes, eliminando a lista graduada nacional.

Sou completamente contra a contratação directa realizada pelos directores porque abre um caminho perigoso de possível favorecimento, na contratação. A autonomia é algo que teoricamente parece bem, mas aqui funcionará muito mal. O processo actual fica sem a sua característica de transparência, das mais positivas desde sempre. Sempre soubemos quem nos passou à frente na lista graduada e porquê.

 Confesso, para além de gostar de ensinar e influenciar os meus alunos nos caminhos da arte, a lista graduada nacional foi um dos parâmetros que me atraiu à profissão - concorrer, ser contratada e nunca ter de pedir nada a ninguém, nem procurar cunhas e favores.  O futuro pode ser a surpresa de alguém que consegue trabalho, porque fez uma boa entrevista e até tem competências na área do Reiki e do  Ubuntum, para não dizer mais!... Não isso não! todo o processo pode ser alterado, mas que seja limpinho, transparente e visivelmente centralizado, recorrendo a plataformas abertas e devidamente organizadas.  AQ

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