04 março, 2007

ARQUITECTURAS IMPOSSÍVEIS cont.

A solidez da primeira escada, perfeitamente equilibrada e estável, assente no número par dos seus 12 degraus e o número impar tripartido, que cadencia o amparo do braço dos seus utilizadores (que apenas sobem), contrasta com a fragilidade e instabilidade da segunda escada; escada de mão com 19 degraus, (impar e primo), que simultaneamente sobe do interior, mas se apoia ao exterior.
Esta última não será fácil de utilizar pela dama de olhar distante, nem pelo mercador de chapéu de pluma e capa larga.
A escada de mão não tem um bom convívio, com saias pesadas e múltiplas, casacos andrajosas, sapatinhos de cetim, penteados bicórneos e chapéus de penachos. As mãos têm de estar livres, o equilíbrio perfeito, e a agilidade é fundamental, para galgar degrau a degau.

Quem estiver a meio dessa escada, estará dentro? Estará fora? Estará coberto, estará a descoberto de uma das pequenas cúpulas suportadas pelos delicados pilares?

O homem do penacho, onde poderá apoiar a sua mão direita, sem ter um torcicolo?

Afinal o segredo desta complicada estrutura, está na sua base. Calmamente sentado num banco exterior, um jovem segura nas mãos e examina, um cubo especial, um cubo transparente que se vê de cima, mas também se vê debaixo, comparando-o com o esquema que repousa no papel, colocado no pavimento mesmo à sua frente.... resultante deste, imaginada da ortogonalidade dos quadriláteros.
Foi ele o construtor, ou nem sequer reparou no que está atrás de si?

Casa-fantasma, porquê? Será pela presença do prisioneiro furioso que é insensível à vista do vale? Mas quem lhe liga?

3 comentários:

João Carlos Carranca disse...

Já tinha Saudades de passar e postar aqui

Anónimo disse...

Anabela:
Desculpa o atraso deste meu comentário. Anda às voltas e reviravoltas com uma acta do Conselho de Turma que preciso de fazer. E, tenho de continuar.
As maravilhosas e complexas narrativas que fazes das arquitecturas impossíveis só seriam possíveis vindas de uma talentosa e surpreendente pessoa como tu és. Sim! Tenho a creteza inequívoca. As tuas dissertações, que leio com atenção, ultrapassam-me, mas enriquecem-me o pensamento e o conhecimento. Já te questionaste, porque, às vezes, mesmo cansado escrevo um comentário aqui?
Não! Não me esqueço, podes estar certa.
Admiro-te e ao que fazes!
Continua Anabela.
E lembra-te, que por mais exauto que esteja, abrirei sempre esta máquina teclada e estranha, neste blog, em que não perco tempo.
Sempre a considerar-te com estima.
Beijos
pena
Livro aconselhado: "A Fórmula de Deus" de José Rodrigues Dos Santos

Anónimo disse...

Jota, passa sempre e logo que possas descalça as galochas e calça mesmo umas sandálias, que a primavera esta chegando!!!!

Pena,mesmo cansado???... sei lá, às tantas este blog é um sonifero!!!, lolol

Aos 2,bjs

(até eu ja estou no anónimo... A. Quelhas)