16 maio, 2007

O UMBIGO DO MUNDO - um

Existem coisas que ainda têm a capacidade de me surpreender.

Há tempos assisti a uma reportagem da National Geografic, sobra América do Sul, mais concretamente sobre Machu Picchue. Lembrava-me obviamente desse nome, nomeadamente das monótonas aulas de geografia, onde todo o conhecimento era despejado apenas através do monólogo saturante da professora e de um velho mapa, pendurado no quadro – era a tecnologia de informação e comunicação da época, pendurada na pedra lousa.

Tudo estava da acordo, o velho mapa, a prof, as teorias da aprendizagem… enfim pretendia-se um acumular de conhecimentos. Não se pretendia que os jovens pensassem e desenvolvessem capacidades coordenadas com as suas vivências e interesses.

Eu olhava para a professora e fazia um esforço para me localizar no mundo, lá no meio da África, e ela debitando matéria sobre o outro lado do Atlântico, a milhares de quilómetros de distância.

Sobre a América só sabia, que havia duas, uma ao norte, outra a sul, e distinguia aproximadamente a forma do limite geográfico de cada uma. Tudo que ia para além disso, pouco me interessava… retinha os nomes dos países, capitais, pois o meu pai achava isso importante na minha formação, e a prof perdia-se num sem fim de informação, sobre as riquezas naturais, a produção de cana-de-açúcar, cacau, leguminosas… abria-me o apetite para o almoço… eu pensava no bife com batatas fritas que me aguardava ao almoço, e me dava apetites de ir comprar um pouco de cana de açúcar ao mercado de S. Paulo, que ficava para lá de muitas ruas.
(cont.)

3 comentários:

João Carlos Carranca disse...

e fica aqui um kota à espera da continuação. É injusto.

Anónimo disse...

Eta, temos estória. Ma joão

Pena disse...

Como as pessoas amam o Continente Africano!
Nunca encontrei uma pessoa, uma só, que dissesse mal dessa terra admirável em sonhos aprendidos na escola, de forma algo inculcada.
Deve ser encantadora!
Realmente, uma paixão admirável. De assinalar, por ser significativa.
A escola deve contemplar a vida agradavelmente. O pensar. O sentir. O ser. Tudo o que dizes: as vivências e os interesses dos alunos. Essa, na minha humilde opinião, é a verdaeira Pedagogia.
Por que não tentar pô-la em prática? Eles adorariam. Tenho a certeza!
Fica à espera do que sucede depois...
Beijos
pena