31 maio, 2007

VAZIOS URBANOS



Os “Vazios Urbanos” constituem o tema central da primeira Trienal de Lisboa 2007.
São espaços expectantes, mais ou menos abandonados, mais ou menos delimitados no coração da cidade tradicional, ou mais ou menos indefinidos nas periferias difusas. São manchas de “não-cidade”, espaços ausentes, ignorados ou caídos em desuso, alheios ou sobreviventes a quaisquer sistemas estruturantes do território.
Para estes “Vazios Urbanos”, em muitas cidades do mundo, equacionam-se, debatem-se e concretizam-se novos conceitos e estratégias de intervenção, modelos de sustentabilidade e gestão, bem como plataformas de interação público/privado.
Também os “Vazios Urbanos” de Lisboa, quase sempre de origem pública, estão na ordem do dia e colocam inúmeras questões: Parque Mayer, Feira Popular, Vale de Alcântara, Vale de Chelas, Matinha, Quimiparque e Siderurgia. Ou ainda, na orla difusa, da Amadora à Falagueira, de Queluz à Portela de Sintra. Aliás, em toda a região metropolitana, os “Vazios Urbanos” são hoje notícia a pretexto de grandes projectos imobiliários que alteram profundamente a paisagem da cidade e território lisboetas.
Com este pano de fundo, a Trienal de Lisboa propõe-se reflectir, debater e equacionar soluções, propostas, meios e instrumentos de intervenção. Nos palcos do fórum será dada voz a todos os actores: arquitectos, urbanistas, paisagistas, e outros autores e pensadores. Como, também, a entidades administrativas, investidores, promotores e construtores envolvidos nas transformações em perspectiva para a metrópole lisboeta. O futuro das principais cidades e territórios urbanos do planeta depende, em muito, do destino destes “Vazios Urbanos”. E com estes, também, está chegada a altura de pensar e equacionar a Lisboa do século XXI.

2 comentários:

Pena disse...

Anabela:
Estes "Vazios Urbanos", na minha opinião ignorante, devem equacionar-se sensatamente, debaterem-se e encontrar-se uma opinião sóbria para o seu perfeito enquadramento numa cidade como Lisboa. Grandes projectos imobiliários seriam uma mancha descaracterizada e, inaceitável, cuja solução não seria a mais aceitável e justificável de utilidade para os "Alfacinhas".
Como teu leitor assíduo e, que aprende sempre contigo, dizes bem, o destino destes "Vazios Urbanos" serão uma importante atitude e um importante gesto, de repensar Lisboa do século XXI.
Boa, Anabela!
Desta vez, transcendeste-te.
Obrigado pela presença sempre inovadora, informada e sábia.
Beijos
pena.

João Carlos Carranca disse...

Quem vai ganhar mesmo com a Lisboa XXI...?
Tudo o que mete autarquias me deixa asim com um p+é atrás. Deve ser defeito meu