23 janeiro, 2007

Geração 60/70

A geração de 60/70, o Woodstock, o movimento hippie, merecem ficar na página principal.
O Woodstock aconteceu sensivelmente hà 38 anos, e constitui um verdadeiro sinalizador na contracultura da época.
Eu vivia virada para o atlântico, mas bastante mais ao sul, e os ecos deste festival de fim-de- semana, nos States, chegaram lá retardados em meses. Eu era muito jovem, a informação chegava-me muito filtrada pelos lápis azuis dos trópicos, e pelo interesse do jogo do elástico e da macaca que se sobrepunham a algumas outras coisas interessantes.
Vi o Woodstock pelo prisma da sétima arte, talvez dois anos mais tarde, e me apaixonei por aquele clima, foi uma porta que se abriu para caminhos de contestação diversa, a partir de 70, que tenho percorrido ao longo da vida, sempre em favor da paz e contra a guerra.
Quem não se lembra de “I put a spell on you” dos Creedence? E do “Hey Joe” do genial Hendrix? e aquela pequena frase de Joe Cocker, que ficou eterna?: with a little help from my friends.
Curiosamente nunca apreciei exageradamente The Beatles, pois pra mim, Lennon sempre se sobrepôs ao grupo, em criatividade e em cultura social. Sempre estive mais do lado das pedras rolantes. Ainda hoje “no satisfation” é uma música que me anima e que mexe com a minha adrenalina, associando-a de imediato a Andy Warhol, e toda a revolução pop que imprimiu à arte.


Mas outras revoluções antecederam esta, woodstock foi um dos últimos chutes desta miscelânea de esperança juvenil, que já se encontrava em curva descendente, pois Che já tinha sido executado dois anos antes.


4 comentários:

Pena disse...

Sim, vivemos tudo isso e, embora não se pergunte a idade a uma Senhora, penso que temos a mesma.
Lembro-me de Hendrix, Janis Joplin e o Jim Morrinsson dos "The Doors". Todos mortos por uma causa a que nunca me associei ou concordei, mas entendia. Esta geração de ouro e inesquecível recordo-a com saudade, mas penso há uma época, uma idade para tudo.
Eram tempos incríveis, agitados de insatisfação e inconformismo.
Fizeste bem em recordar-ma.
Só sei uma coisa: perdurou em mim.
Hoje, tenho pena dos jovens que ouvem falar dela sem entendê-la lá muito bem. Os tempos e as circunstâncias são outras. Os motivos diferentes.
Contentam-se com tudo, quando a juventude não é isso.
Uma coisa é certa:
Vivi o que tinha a viver! Não o esquecerei!
Boa. A tua cultura musical revela-o.
Sempre a considerar-te e a estimar-te.
Beijos.

Anónimo disse...

Bons tempos. Como fazer a máquina do tempo retroceder?

Anónimo disse...

Sim de insatisfação, inconformismo, de acreditar no amor, na liberdade, do Maio 68 ( é pá aquela cena em França está acesa a malta anda à porrada com os "caingas"), das primeiras t'shartis com imagens de herois..Che,Hendrix,Mungo...( cuidado meu com os caingas vão-te cafricar).
Afinal tudo foi utópico, mas valeu a pena viver. Sem isso hoje não se falava em democracia ( democracia!!!) de liberdade, de ....tanta coisa .
A.Abreu

Anabela Quelhas disse...

Eramos bué de ingénuos, mas ingenuidade nunca fez mal a ninguém e cada um tem a sua dose. Verdade?
Tivemos uma juventude de ouro e inesquecível!
Bj para todos os que por aqui navegam, e para os meus amigos da década de 70.
PEACE AND LOVE