Espreitei o teatro; um biombo japonez, o balcão de Wright, o palco… tudo parado… nem vivalma… mas os espaços falavam com um impacto extraordinário. Contornei o teatro e encontrei um terraço debruçado sobre a pequena colina.
Na escada que dá acesso à entrada do estúdio uma pequena escultura de Wright bate exactamente com o edifício. Não cuidei de ver pormenores mas pressenti em tudo uma riqueza de formas, dum à vontade, que nunca encontrara na arquitectura contemporânea.
Senti-me na Idade-Média, na Grécia ou no México, na presença de uma Catedral, de um Panteon ou de um templo azteca, tal é a integridade daquela arquitectura.
Vi o mais que pude.
Mas o homem já estava dentro do carro com o motor a trabalhar…Voltamos à estrada.
"Quer ver outra casa, dum arquitecto que trabalhava com Mr. Wright e comprou aqui uma quinta?"
Com certeza. Lá fomos. Um rico jogo de edifícios na paisagem, a nota de Wright por toda a parte.
"Aqui vamos ver aquela quinta perto da casa".
Novamente no carro subimos a pequena encosta até à quinta. Num ou noutro pormenor, Wright lá estava. Quando descemos da quinta o homem apontou para outra encosta e disse:
Não insisti para irmos lá, tão amável era o homem. Mas vi nesse momemto, mais uma vez e melhor do que nunca, o velho moínho, o Romeu e Julieta que Wright desenhara nos princípios da sua carreira…Descemos.
1 comentário:
Neste momento, sinto-me expectante ao que sucederá a seguir. Que cumplicidade existirá da parte do narrador na descoberta de tudo o que se relaciona com a vida deste Mr. Wright? Intrigante! Confesso. Que lhe teria acontecido para suscitar tanto interesse, num lugar, que deve ser interessante, mas remoto e sem vivalma?
Continua. Aguardo.
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