06 janeiro, 2007

Diário (cont)

Passamos pela entrada da casa, cá em baixo e vimos uma grande represa, água doce.
"Quando Mr. Wright cá estava aquilo estava sempre cheio de água…"
Metemos à esquerda e apareceu-nos então uma pequena capela, muito simples, com um campanário, construída em madeira.
Paramos e o homem avançou.
"Está aqui".
Disse prosaicamente.
Ao lado da capela vi então um pequeno cemitério. Mais próximo da entrada a campa de Wright: pequenas pedras limitavam um rectângulo envolvido por um círculo, construído do mesmo modo; num dos vértices do rectângulo nasce da terra uma pedra, igual a tantas daquelas que ele usou nos seus edifícios, de forma irregular, mas cuja secçção aumenta à medida que se levanta; não sei se há qualquer simbolismo naquela pedra, eu permiti-me encontrá-lo. Atrás, uma pequena pedra, protegida por uma árvore, tem gravada esta inscrição:
MAMAH
BORTHWICK
CHENEY
1869
1914
É o túmulo de MAMAH, a mulher assassinada e queimada em Taliesin que Wright enterrou naquele lugar.
Não longe outra pedra gravada:
ANNA LLOYD WRIGHT / BELOVED MOTHER OF 7 FRANK, JANE AND MAGINEL 7 SHE LOVED THE TRUTH AND SOUGHT IT.
Ali repousa a mãe de Wright, a cuja família pertencera Taliesin.
Afastada, uma coluna branca, tem inscrito o nome JONES, creio que o avô de Wright.
Aqui e ali mais túmulos de pessoas que, pelos nomes se verifica pertencerem à mesma Família.
O sítio é extraordinariamente tranquilo e Taliesin vê-se ao longe.
Não escondo que as lágrimas me vieram aos olhos.
Mas o homem queria mostrar-me coisas…
"Vou agora mostrar-lhe outra quinta que Mr. Wright comprou… . Lá fomos ver mais um conjunto de edifícios. Aí nem saímos do carro. Um dos edifícios tinha o toque do Mestre. Os outros eram tradicionais edifícios da região."
Agora vou mostrar-lhe a escola onde eles trabalhavam…"
voltamos para tráz, passamos novamente pelo pequeno cemitério e metemos a um desvio; por todos os lados letreiros diziam
"No hunting, no trespassing".
"No visitors, closed until may",
mas nós avançamos.
O carro parou e eu como um louco avancei para o edifício, cuja localização aliás tinha pressentido da estrada; que dizer? Só posso dizer que fiquei maravilhado "Ali é o estúdio, ali atráz têm um teatro, vá e veja…".
Fui e espreitei pelos vidros; Lá estava a conhecida sala de trabalho, tendo na entrada uma grande fotografia de Wright e um poema de Walt Whitman.

3 comentários:

Pena disse...

Profundamente enigmático.
Quem seria Mr. Wright?
E, um lugar como Talietsin?
O que quereria dali este contador de histórias? Descobrir o quê?
Walt Whitman e a sua poesia também constaram de leituras do meu passado. Penso até que tenho um livro dele. Não sei onde, confesso.
Continua. Estarei atento.

Anónimo disse...

Não sei bem como encontrei este blog, mas gostei e fiquei!

Acabei de ler "Querido Frank", escrito por Nancy Horan.
Permitiu-me conhecer um pouco mais Mr. Wright, através do amor que ele Mamah Borthwick Cheney viveram.
Não deixa de ser, quase na sua totalidade, um livro de ficção. Porém contém muitos factos verídicos que nos permitem conhecê-los e percebê-los melhor.
Aconselho!

Anónimo disse...

Sim, provavelmente por isso e