30 abril, 2008

salut les copains


Depois de uma alquimia transfigurativa, enquanto ouvia 00005 - He Ain't Heavy, He's My Brother - Bill Medleypassando por um blog IÉ-iÉ(http://guedelhudos.blogspot.com/), na minha navegação por mar alto, surge Silvie Vartan e anotei que teria algo a escrever a respeito, atendendo que associo de imediato a velha senhora, à minha juventude.
Salut les copains est un magazine pour jeunes créé en 1962.

Publicada pela primeira vez durante o verão de 1962, e última edição em Janeiro de 1994, por Frank Ténot e Daniel Filipacchi, escrito como continuação de um programa de rádio.Esta foi a revista preferida da minha adolescência. Durante todo o mês juntava dinheiro para a comprar.


A Luanda chegava com 2 meses de atraso, mas no problem. Com o pé de desenvolver o conhecimento da língua francesa, os velhotes lá escorregavam com uma guita extra para a revista.


Eram notícia permanente, a dupla Silvie Vartan e Johnny Halliday, Claude François, Jacques Dutronc, Françoise Hardy (a mais bonita de todas), Julien Clerc, Alain Delon, Mireille d' Arc, Michel Polnareff, Joe Dassin (bué de feio), Jean-Paul Belmondo, Sheila (a boazuda), Mike Brant (judeu), France Gall, François Cevert.


Não sei se teriam alguma coisa a ver com a editora da revista, mas que apareciam a toda a hora, apareciam..


Foi através desta revista que comecei a conhecer música pop francesa, a fofoca entre as estrelas e outras coisas mais. Era uma revista com boa fotografia, planos interessantes que davam bons posters para colar na parede do quarto. Na parte central incluía normalmente um poster destacável de grandes dimensões.


O primeiro poster que eu tive saiu dali, Led Zeppelin. Ainda hoje o tenho comigo. A parte posterior dos porters continham as novidades do rock and roll, da musica anglo-saxonica, uma verdadeira janela para o mundo da música.


Com as fotos dessa revista comecei a achar que Mick Jagger até era giro, apesar de esquelético, que as plásticas faziam maravilhas no rosto da Silvie Vartan, e que a voz sensual que cantava Je t'aime moi nom plus, de Serge Gainsbourg tinha um alçado feio como os trovões!.


Foi com esta revista que vi pela primeira vez imagens de Easy Ridder, e Butch Cassidy (o dos 4 óscares) que passou nos cinemas uns meses depois… conheci ainda a Tina Turner com o Ike. Foi aqui que eu pensei que Alice Cooper seria um extra terrestre.
Serviram de base a muita tarde passada entre amigos a bisbilhotar as estrelas que viviam bem longe de nós, e isso dava-nos a ideia que estariamos mais proximos delas.


Devaneios de teen agers, mesmo muito teen agers, inconscientes, que utilizavamos este escape para sair da rotina tropical.


Tive que abandonar as minhas revistas em 1974, só guardei os Led Zeppelin. Com elas ficou uma parte de mim. Soube posteriormente que foram um regalo para os olhos dos guerrilheiros que invadiram a minha casa, algures entre o Equador e o Trópico de Capricórnio.

Agora vamos às capas (entre 70 e 74):








































6 comentários:

Anónimo disse...

Quem é esse François Cever?

Antonio José Seabra disse...

François Cevert foi piloto da Tyrrel ( formula 1 ) mais tarde apareceriam mais franceses. Quanto à revistas lembro-me delas e das guerrinhas ( cantadas ) entre as estrelas da música francesa. Ninguém falou dos Les Chats Chauvages que incendiavam o pessoal com o Lady cantado pelo Dick Rivers . Mas nessa altura nascia a musica anglo-saxonica com Cliff Richard e os The shadows e os The Beatles mais tarde os Rolling Stones sei la estava aqui quer tempos a relembrar coisa boas e dos Rocks ( Eduardo Nascimento e irmãos Espadinhas ) os Herbert e les jeunes da Garda e seu conjunto. Quanto à cara mais " gira " Juliet Greco sem sombra de duvida
Soube-me bem puxar memória.

Lídia Craveiro disse...

Então e o Ringo ( marido da Sheila), os Crazy Horse, Dalida...:)
obrigado por esta lembrança.

Anónimo disse...

Essa era uma excelente revista da pop francesa.

Pena disse...

Simpática Amiga Anabela:
Desconheço a revista.
Sabes, o que me lembrou, vê lá:
O incrível e estranho, esquisito mesmo. O Alice Cooper!
Há quanto tempo não ouvia falar dele, meu Deus.
Não é que gostasse muito, mas era estranho, um mito, uma lembrança que me suscitou.
Brilhante Post.
Beijinhos amigos que respeitam

pena

Unknown disse...

Cheguei aqui, imaginem, por causa do Herbert et les Jeunes (isto porque vi uma foto, esta semana, do Zé Diabólico, do conjunto Os Incógnitos, embora creia que ele teve outros...) e estas coisas são como as cerejas.
Salut Les Copains, sem dúvida a revista mais representativa da canção francesa de então, e não só francesa... Depois havia a Bravo, mas era em alemão, e poucos de nós falavam a língua...