01 maio, 2008

1º de Maio

1 de Maio de 1886.

Manifestação operária em Chicago termina com mortes e detenções.
Três anos depois nascia o Dia do Trabalhador.
No século XIX, a pujança da “Revolução Industrial” conduziu à sujeição dos trabalhadores a condições desumanas de laboração.
A necessidade de se produzir o máxima ao mais baixo custo não respeitava idades nem sexos.
As organizações sindicais eram incipientes e perseguidas pelas autoridades policiais.
Em 1864 é criada a Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores, em Londres.
A iniciativa surge num contexto de união entre líderes sindicais e activistas socialistas com vista a dar voz às lutas dos trabalhadores e às nações oprimidas.
A esta associação se chamou mais tarde a Primeira Internacional Socialista que duraria sete anos.
As divisões ideológicas entre as várias facções (sindicalistas, anarquistas, socialistas, republicanos e democratas radicais, entre outras) puseram fim à agremiação, mas deixaram mais explícitas as reivindicações e propostas pelas quais os trabalhadores se deveriam debater.
A redução da jornada de trabalho para as 10 horas diárias era uma delas.
Os objectivos saídos desta Internacional tiveram eco no IV Congresso da American Federation of Labor, em Novembro de 1884.
As negociações, sucessivamente falhadas com as entidades patronais, fizeram das cidades operárias um barril de pólvora pronto a explodir.
Até que, em 1886, no dia 1 de Maio, teve início uma greve geral com a adesão de mais de 1 milhão de trabalhadores em todo o território norte-americano.
A reacção a esta paralisação foi violenta.
Na cidade de Chicago a repressão policial foi especialmente dura.
Ao quarto dia de manifestações (dia 4 de Maio) explodiu uma bomba entre a multidão matando dezenas de trabalhadores e alguns polícias.
Deste incidente resultou a prisão de oito líderes do movimento.
Quatro foram condenados à morte por enforcamento e os restantes a prisão perpétua. Em 1890, o Congresso americano vota a lei que estabelece a jornada de oito horas de trabalho e três anos mais tarde, depois da reabertura do processo que levou à condenação dos oito operários, conclui-se que a bomba que explodiu em Chicago tinha sido colocada pela própria polícia.
O luto fortaleceu a luta
Três anos depois da condenação dos que ficaram conhecidos como os “Mártires de Chicago” as repercursões sentiram-se na europa. Assim, em 1889, a Segunda Internacional Socialista decidiu, em Paris, proclamar o 1º de Maio como o Dia do Trabalhador em memória dos que morreram em Chicago.

Curiosos são os títulos de alguns jornais americanos a propósito das manifestações dos trabalhadores.

O “Chicago Tribune” dizia na altura: “A prisão e os trabalhos forçados são a única solução adequada para a questão social”. O New York Tribune seguia a mesma linha: “Estes brutos só compreendem a força, uma força que possam recordar por várias gerações”. De sublinhar que nos EUA o chamado Labor Day festeja-se a 3 de Setembro e não a 1 de Maio.

1 comentário:

Antonio José Seabra disse...

O que doí a muita gente que se diz defensora dos trabalhadores é que o 1º de Maio nasceu num pais capitalista . E mais não digo