A propósito da cena lamentável da escola Carolina Micaelis, recebi passado umas horas, um email dum aluno meu, MG, que me pedia para comentar as imagens.
Este aluno por reviravoltas da vida, veio duma escola publica alemã, para a escola pública portuguesa, há 3 anos. Aluno vivaço, com sangue na guelra, hoje com 16 anos acabados de fazer, rapidamente se adaptou à falta de regras da chamada escola democrática portuguesa.
Este aluno por reviravoltas da vida, veio duma escola publica alemã, para a escola pública portuguesa, há 3 anos. Aluno vivaço, com sangue na guelra, hoje com 16 anos acabados de fazer, rapidamente se adaptou à falta de regras da chamada escola democrática portuguesa.
A pelintrice do sistema educativo portuga, que a única coisa de qualidade que tem para oferecer aos alunos, é a competência da maioria dos professores e uma relação afectuosa que a maioria tenta construir com os seus alunos, por vezes desespera-o.
A falta de equipamento e a desorganização resultante de uma politica economicista que se aplica há muitos anos é equilibrada por uma certa liberdade inconsequente que se vive nas escolas: os alunos podem fazer quase tudo com o mínimo de riscos e consequências. Essa vivência quase sem limites é satisfatória e entusiasmante para MG, que a aproveita ao máximo, porém vá-se lá saber porque, o MG insiste em continuar a pensar em alemão e a navegar nos sites made in germany.
Conversamos imensas vezes, a falta de rigor e disciplina apesar de lhe agradar quase sempre, e de investir frequentemente na asneira (asneira de acções, a asneira verbal permanece controlada) inconscientemente escandaliza-o, e por vezes compartilha comigo as diferenças entre cá e lá.
A minha resposta ao mail, foi feita com 3 perguntas.
Conversamos imensas vezes, a falta de rigor e disciplina apesar de lhe agradar quase sempre, e de investir frequentemente na asneira (asneira de acções, a asneira verbal permanece controlada) inconscientemente escandaliza-o, e por vezes compartilha comigo as diferenças entre cá e lá.
A minha resposta ao mail, foi feita com 3 perguntas.
1- O que a prof deveria fazer?
2_ O que os colegas deveriam fazer?
3- O que aconteceria numa escola alemã?
O MG e os colegas estão habituados a debater assuntos na minha aula, especialmente os assuntos de civilidade, e portanto o email surge como vontade de emitir opinião. A resposta foi rápida, no seu português germanizado cheio de incorrecções:
1- A prof devia retirar-se e deixar o Conselho Executivo resolver o assunto.
2- Os colegas deviam ter ajudado a prof mais cedo.
3 – Esta cena na escola alemã dava direito à aluna ser expulsa imediatamente da escola, e não teria transferência para nenhuma outra escola pública. Com esta atitute dificilmente arranjaria emprego no futuro.
Na Alemanha é assim!
4 comentários:
De facto nem sonhamos com o que se passa dentro da escola. Se eu fosse prof perderia as estribeiras!!!! Teriam que me amarrar as mãos!!!!
Na Alemanha é assim e em muitos mais paises.
Vê lá se os nossos alunos abusam, quando emigram para a Suiça!?
È que elas doem!
M. J.
Amiga Anabela:
Sim! É lamentável. Muito!
Afectos e carinho com os alunos são dignos, agora faltas de respeito graves, jamais.
Fizeste bem em desenvolver como desenvolveste este sensibilizante Post.
Conheço o rapaz que falas ou julgo conhecer.
Não é mau de todo, sofreu tanto.
Nos outros países o respeitinho pelos professores é muito bonito.
Olha, beijinhos amigos de pureza.
Digno. Que registe quem necessite de registar.
Há tantos!
Com respeito. Muito!
pena
welcome to Portugal!
Nem nos livros da anita se aditiria falta de respeito assim!!
Agora fora de brincadeiras, sinceramente eu não acredito que mesmo numa escola pública os alunos iriam ajudar a professora mais cedo ou na altura certa.
Só mesmo quando o caso começa a tornar-se incontrolável e quando a consciencia começa a detectar a anormalidade da situação, é que um aluno com um pouco mais de maturidade decide intervir para bem das duas partes.
Alunos, na generalidade, são unha e carne, inconscientemente, e nunca se poderia ter evitado cedo o descontrolo de uma aluna(o) contra o professor(a), porque há sempre a atitude dos educandos de ver "até onde é que isto vai dar".
E eu como aluna, admito que, até acharia piada um aluno pegar-se com o professor, embora não tomasse a atitude dos colegas da "criaturinha" (como ontem lhe chamaram na sic notícias) que apoiaram e nada fizeram, até filmaram, e só actuaram quando aquilo ja se estava a tornar inconcebível.
Sabes que por um lado a professora também tomou uma atitude pouco sóbria, ao "andar à luta" com uma aluna, e se isto aconteceu na sua aula, era porque ela já tolerava desde o inicio certos tipos de comportamento menos ortodoxos.
Se há professores que conseguem controlar os alunos sem usar a agressão física, então não é impossivel manter a ordem dentro de uma sala de aula sem recorrer à moda antiga das reguadas.
Na minha opinião, é necessário impor a autoridade (não de uma forma exagerada, é claro) desde o inicio da relação aluno/professor, e não dar certas "abébias" e simpatias.
Posso ser exagerada, mas eu acho que esta relação não deveria ser mais próxima do que um bom dia boa tarde fora das aulas, e o ensino da materia em questão numa aula, não admitindo qualquer tipo de postura diferente por parte dos alunos, se não a intervenção de alguma duvida ou assunto da aula.
Aquilo que o Ricardo Araújo Pereira escreveu há uns tempos é verdade, apesar de ele dar algum tom de ironia:
Já não há professores que saibam que postura ou que atitude tomar se acontecer uma situação destas, já para não falar que não sabem como manter a ordem à mínima anormalidade dentro de uma sala de aula.
Eu não diria ciganos, mas robôs seriam uma situação possível, pois são desprovidos de qualquer tipo de sentimentos como pena, compaixão, e são todos igualmente programados par ensinar.
A questão aqui não é o que é que os professores têm a menos, mas sim, o que é que os professores têm a mais para não terem mão nos alunos: Sentimentos, como medo, pena, por vezes querem passar a imagem de boas pessoas, que os robôs não teriam.
Acho que me estiquei:P
beijinhos
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