08 fevereiro, 2008

TROMPE d'OEIL































O denominado Trompe d’ Oeil é uma técnica de representação artística, que tenta criar ilusões de óptica sobre objectos e espaços que parecem reais mas não o são.
Traduzido grosseiramente por “Engana olhos” é utilizado essencialmente na arquitectura e na pintura e adquire uma linguagem cenográfica ou um ilusionismo pictórico.
Na Antiguidade já se utilizava o Trompe d’ Oeil, no entanto é no período do Renascimento, com a descoberta da perspectiva rigorosa, que esta forma de expressão artística revela a sua grandiosidade, explorando ao máximo a fronteira entre o real e o imaginário.
A pintura conjugada com a arquitectura, conseguem representar a profundidade, zonas de sombras, de luz e a cor parecem dar continuidade à situação real que se vive junto ao espaço pintado.
As cúpulas de algumas igrejas, exploram esta técnica até à exaustão, com o objectivo de acentuar ainda mais a sua altura, criando espaço para além dos limites reais, abrindo-se para um céu virtual.
O grande desafio é representar a tridimensionalidade, criando a ilusão da profundidade conforme os nossos olhos a vêem, num suporte bidimensional, e utilizar truques de mimetismo e de ilusão óptica para que essa representação pareça a continuação do espaço real, enganando assim o observador mais desatento.
O Trompe d’Oeil é utilizado tanto nos espaços interiores como nos exteriores. Paredes vazias parecem ser o sítio ideal para se localizar um engana olhos, e normalmente tem como objectivo beneficiar estéticamente o espaço.
É uma técnica rigorosa e laboriosa, que nem todos os artistas a conseguem fazer com sucesso, por isso, dispendiosa, a coordenação da escala real com a escala imaginária tem que ser perfeita.
A sua utilização nos espaços religiosos tem como objectivo acrescido, dar uma nota de grandiosidade à envolvente, nos espaços civis, podem constituir uma nota de romantismo, de humor, de tapa misérias, de atracção turística, etc.
Veja-se que actualmente as zonas urbanas socorrem-se com alguma frequência desta técnica para esconder obras degradáveis à vista, melhorar o efeito estético de empenas vazias de edifícios e muros, animar o espaço urbano.
Não se confunda Trompe d’Oeil com Grafitt. Os grafitters, têm-se apoderado da ilusão do Trompe d’Oeil nas usas sprayzadas urbanas, no entanto a filosofia do grafitt não tem nada a ver com isto, grafitt é outra estória!
Existe uma derivação do Tromp d’Oeil aplicada nas soluções mais domésticas, muito utilizadas no final do séc. XIX princípio do séc. XX, que são as imitações de matériais, da sua textura: encontramos frequentemente, frisos de parede com pintura marmoreada ou imitando outros materiais nobres e caros, madeiras exóticas, e outros.
Sempre que aprecio um Trompe d’ Oeil, lembro-me de uma solução ingénua que se encontrava na cidade do Porto nos anos setenta, junto à livraria da Imprensa Nacional: um edifício já velho e degradado que possuía 4 janelas viradas para o largo junto da rua das Oliveiras. Essas janelas possuíam um ritmo de repetição entre elas, só que uma era falsa, apenas eras pintada na fachada.
Recentemente aparecem no mundo da net imensas imagens ilusórias, mas muitas delas já não são pintadas, mas sim tratadas em computador e mais ainda, sem o suporte do espaço real. Sem o espaço real, não existe Trompe d'Oeil, pois a transição para a ilusão é fundamental.

4 comentários:

Anónimo disse...

Desde pequena que fico embasbacada quando tropeço num...pena não tropeçar todos os dias!!

Anónimo disse...

Já sabes o que vou fazer com esta grande recolha que fizeste! Copy paste! Ah pois é!!!!! eu também gosto!
F. K.

Jobove - Reus disse...

fantasticas fotos de fachadas de edificios pintadas con verdaderas obras de arte

beijos amiga mia y obrigado

Pena disse...

Imagens impensáveis e deslumbrantes nos dias de hoje.
Belas. Soberbas. Geniais.
O teu talento continua a fascinar.
Bj amigos de estima e respeito.

pena