O teatro do mundo foi projectado pelo arquitecto italiano, Aldo Rossi, inaugurado a 11 de Novembro de 1979, integrado na bienal de arquitectura e teatro de Veneza. Tudo isto seria vulgar, se efectivamente este, fosse um teatro comum, onde se vai assistir a um bom espectáculo das artes de Thalma. Mas não é, e por isso decidi trazê-lo ao estir@dor.
O “teatro del mondo” foi inspirado numa tradição do século XVIII, e entretanto desaparecida, do teatro flutuante que ancorava na cidade de Veneza, na época do Carnaval.
O edificio foi construído em estrutura metálica e revestido a madeira, quer no interior quer no exterior e suportado por uma plataforma flutuante: uma jangada.Formado por um paralelipípedo central de base quadrada com 9, 5m de largura e 11m de altura, e cobertura octogonal em zinco, contém no seu interior um palco situado numa área central. O teatro acolhia 400 espectadores, dos quais 250 sentados.
A sua simplicidade formal e as cores utilizadas nos acabamentos imprimiram uma imagem de sonho a este equipamento que tinha como fundo Veneza e os seus canais.
Os utentes que entravam naquele teatro para assistir ao desempenho artístico dos actores, tornavam-se imediatamente também eles, personagens de um evento que interagia com Veneza, observadores e observados, a partir da Punta della Dogana, avistando-se a praça de S. Marcos das suas janelas. Uma verdadeira Arca de Noé de toda a Bienal.
Todo este edifício esta embuído das ideias de Rossi, pouco percepcionadas pelo observador comum, que desconheça as teorias Rossianas sobre a arquitectura e as cidades, aliás tema de um livro de sua autoria, e que tanto influenciou os arquitectos da minha geração. A simplicação formal da arquitectura característica de Rossi, atinge aqui a sua maior expressão. Este foi o edifício mais imaginativo da sua carreira.
Este foi a grande atracção da bienal e Aldo Rossi referia-se a este projecto como “ um lugar onde a arquitectura termina e o mundo da imaginação começa”.
No fim da Bienal, o teatro atravessou o Adriático, rebocado para Dubrovnik e em 1981 foi desmantelado.
Em 2004, o teatro foi reconstruído em Génova, para as celebrações de “Génova, capital Europeia da cultura”.
4 comentários:
Um Teatro construído numa jangada?
Original, sem dúvida e, inimaginável.
E, acolhia 400 pessoas?
Impensável. Em Veneza? Bela escolha, sem dúvida um cenário profundamente romântico.
Impressiona o mais belo trabalho de Rossi. Admirável!
Olha, Anabela, não deviam desmantelá-lo. Era lindo! Por quê?
Se puderes explica-me.
O que tu sabes!
Se quiseres dar uma curta olhadela no memoriasvivas, talvez me digas muito do que não sei. És perita nestes assuntos e eu tenho medo de errar.
Beijos e estima
pena
Estive em Veneza há uns anos e, enquanto lia, estava a pensar que tinha passado ao lado desse edifício.
Mas tive mesmo azar, passei em Génova antes da sua reconstrução.
A ideia do teatro flutuando, sendo muito antiga, não deixa de ser arrojada e inovadora. Os arquitectos são mesmo malucos... mas tão necessários...
Bom fim-de-semana.
Beijinhos.
Oi Pena:
Como recusar tão honroso convite?!!!! Fui e deixei lá um comment.
Como disse vou trazer a Mona Lisa ao estir@dor, para me cruxificarem mais uma vez.
Quanto ao teatro... que queres parece que as obras efémeras me atraem. Esta talvez tenha sido desmontada, dado que a madeira não é um material resistente para uma obra daquela dimensão e caracteristicas.
Oi Nilson.
Acredita q estive em Veneza em 2001 e ninguém me sabia dar noticias de questo teatro. Vim decepcionada! Só depois me apercebi que tinha desaparecido. No entanto penso que é facilmente reconstruído.
interesante el tema del Teatro flotante, te seguimos leyendo
besos y saludos
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