21 junho, 2007

A escolha de livros













Escolhi 5 livros, completamente à sorte, coisa mal pensada num dado momento, para responder ao desafio dos 5 livros. Amanhã a lista seria outra e mais outra. Não leio muito, leio quando posso, e ás vezes posso pouco, e cada livro que leio, carrego-o comigo como um companheiro.
Os livros para mim funcionam como terapia e muitas vezes como sonífero. Sinto que já me vai faltando tempo para ler todos os livros que quero ler, e alguns já suportam uma fila de espera há bastante tempo.
Houve livros que me marcaram mais, outros menos, alguns, atirei-os para o caixote do lixo. Tenho autores que esgoto tudo quanto escrevem e tem outros que não suporto, por vezes precipito-me a fazer o julgamento negativo apenas por um livro lido, eu sei.
Não tenho tendência para ver um livro mais do que uma vez, a não ser poesia, no entanto leio vários ao mesmo tempo. Arrumo-os de forma desorganizada, quando muito, junto-os por autor.
Detesto comprar livros por catálogo, gosto de ir á livraria.
Há uns anos atrás gostava de ler enquanto fumava.
Não me especializei em nenhum tipo de leitura. Não gosto de livros a metro, uso marcadores de livro, escrevo nos livros, assino-os na vertical, empresto livros, dou livros.
Vou aproveitar o ficheiro do pc para construir uma lista que irei adicionando, consoante me lembrar. Partilho convosco o início da lista.

Primeiro a lista da batata quente:
- Outono em Pequim, de Boris Vian (primeiro livro que li deste grande senhor, que me ensinou que existem outros caminhos na literatura)
- A metamorfose, de Kafka ( bemm… com 16 anos, até sonhava com aquele insecto de grandes dimensões)
- O manual dos inquisidores, de António Lobo Antunes (sempre)
- Cemitério de pianos, de José Luís Peixoto (porque tem a capacidade de me mostar o lado intimo de outras vidas distantes de mim, mas que existem)
- A família, de Mário Puzzo (Talvez o melhor romance histórico que li, posteriormente associado a uma série de livros de Juliette Benzoni, especialmente Fiora e o Papa Sisto IV)

Em rodapé… um livro que não conseguia lembrar-me do autor e nem do título correcto; disseram-me para tomar as gotas… e aí…: “Assim foi temperado o aço” de Nikolai Ostrovski
, narra uma historia exemplar de perseverança, de vontade férrea para ultrapassar os obstáculos, que foi uma referência na minha juventude.

Depois, igualmente merecedores de atenção, que não posso deixar de mencionar:

Toda a obra de Sartre especialmente a Idade da razão, As moscas, a Náusea e da sua companheira, Simone de Beauvoir – só é possível compreender o espaço onde se movimentava Sartre, lendo a Força da Idade, a Força das Coisas e todos os outros – marcharam todos e todos. A partir dos livros de Simone tive curiosidade em ler Albert Camus, Boris Vian (marcharam todos os traduzidos) e conhecer o que cantava Serge Regiani.
Alguns livros de Kafka, como a Metamorfe, O Processo e O Castelo…. O Processo foi um livro que me deixava deprimida e receosa… li-o precocemente.
Mais?
Jorge Amado – tudo
António Lobo Antunes – tudo, considero-o o melhor entre os melhores
Ellery Queen (policiais) – tuuuuudo
Eça de Queirós – tudo, especial destaque para A Relíquia.
Gabriel Garcia Marques – vários
Isabel Allende – todos
Dan Brown – todos
Hitchcock – muitos
Morris West – diversos
Aldous Huxley – mais que muitos, destaque para o Admirável Mundo Novo…alimentou o meu imaginário na adolescência
Miguel Torga – diversos
Irving Wallace – vários que já nem si o nome, lembro-me do Prémio.


A cidade dos prodígios – Eduardo Mendonza, construção da cidade de Barcelona
A insustentável leveza do ser – Milan Kundera
Estranhos perfumes – Marie Darriensseco
Nome de tango – Manuel Jorge Marmelo – estranhoooo
A casa dos budas ditosos – uma curtição sobre luxúria
Escuta Zé Ninguém – Wilhelm Reich, uma referência na consolidação de valores no final da adolêscencia
A arma do Juiz – Clara Pinto Correia
Despertar dos mágicos – Louis Paumels
O Valente Soldado Schweik - Jaroslav Hasek
Jornada em Africa – Manuel Alegre
Fazes-me Falta – Inês Pedrosa
Álibi Perfeito – Patrícia Higsmith, a prova que não há crime perfeito
O mosteiro e a coroa – Theresa Schadel
O judeu de Viena e Príncipe Rosa Cruz – José Braga Gonçalves
Budapeste – Chico Buarque, aprendi aqui que há a profissão de escrever para os outros
Nove mil passos – Pedro Almeida Vieira, a construção do aqueduto das aguas livres
Crónica do rei pasmado – Gonzalo Torrente Ballester, ainda melhor que o filme
Quantas noites tem a madrugada – Ondjaki, o livro mais hilariante que li nos últimos tempos, todos os angolanos deviam ler para limpar a alma.
A jangada de pedra, Memorial de convento, Envangelho segundo Jesus Cristo e Todos os nomes – Saramago, este último acabou comigo, deixei de ler Saramago
Peregrinação – Fernão Mendes Pinto
O Malhadinhas – Aquilino Ribeiro
Holanda – Ramalho Urtigão
Vale Abrãao – Agustina Bessa Luís
Kafka à beira mar e Norwegian Wood – Haruki Murakami, e o que mais virá por ai!!! .
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E outros que lembrarei oportunamente.

Ahhhh Pantera cor de rosa, Mafaldinha, Peninha e Biquinho, Zorro, Zé Carioca, e ainda hoje Calvin e Zits.
Na poesia, vou bicando conforme os dias – Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Jorge de Sena, Eugénio de Andrade, poesia Galaico-portuguesa, Florbela Espanca, David Mourão Ferreira, António Botto,…. Sei lá!!!! Só consigo ler poesia em Português!!!!!
Depois deste texto… parece que me despi um pouco em publico.
Ando a preparar-me para ler a Bíblia… enfim! Lá terá que ser!
Passarei a batata quente a outros, já agora!!!

Qual o critéro? Pura curiosidade em saber...
(esta batata foi-me passada por http://www.sanzalando.blogspot.com/)

4 comentários:

Anónimo disse...

Intão Boris Vian também é transmontano?
Bjs
Marroquino

Jobove - Reus disse...

Hola, de toda la lista el que estoy leyendo actualmente es la Ciudad de los Prodigios de E. Mendoza, todo un clásico y a mi de momento me fascina.

saludos

A Professorinha disse...

Beeeem... tendo em conta que essa batata quente já me foi passada por outra pessoa, isto quer dizer que agora tenho que escolher 10 livros... vai ser lindo, vai...

Beijos

Pena disse...

Bela escolha, Anabela.
Mas, como consegues lembrar-te de todos os livros sem escapar um.
Sabes, a partir de agora, vou chamar-te sempre com admiração: Enciclopédia Ambulante! Puxa!
Com estima
beijos.
pena