21 fevereiro, 2007

Na idade média parece que...

Naquele tempo, a maioria das pessoas casavam-se no mês de Junho (início do verão), porque, como tomavam o primeiro banho do ano em Maio, em Junho, o cheiro ainda estava mais ou menos...

Entretanto, como já começavam a exalar alguns "odores", as noivas tinham costume de carregar bouquets de flores junto ao corpo, para disfarçar. Daí temos em Maio o "mês das noivas" e a origem do bouquet. Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente.
O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água (reparem que lindo!), vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças.

Os bebés eram os últimos a tomar banho, portanto! Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível perder um bebe lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não deite fora o bebé juntamente com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...

Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais se aquecerem - cães, gatos e outros animais de pequeno porte, como ratos e besouros. Quando chovia, começavam as goteiras os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa expressão "está a chover a cântaros" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs".
Aqueles que tinham dinheiro, possuíam "loiça" de estanho.
Certos tipos de alimentos como o tomate, oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada - lembrem-se que os hábitos higiénicos da época não eram lá grande coisa... Daí que durante muito tempo o tomate foi considerado como venenoso. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, por vezes, deixava o indivíduo "K.O."(numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho).
Quem passasse pela rua pensava que o fulano estava morto, recolhia o corpo e preparava o enterro. O "defunto" era então colocado sobre a mesa da cozinha (que linda ideia, não?!) por alguns dias (DIAS?!) e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo (na boa vida é o que é!) e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu a vigília do caixão ou velório, que em inglês se diz Wake, de "acordar".
A Inglaterra é um país pequeno, e nunca houve espaço suficiente para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos retirados e encaminhados ao ossário e, o túmulo era utilizado para outro infeliz. (Pessoal, isto é Reciclagem!! hoje ainda se faz isso mesmo!).
Por vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a ideia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava presa a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar. Assim, ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", como usamos hoje.
PS: Alguma cultura de vez em quando é importante!!! (Eh,eh,eh...)





1 comentário:

Anónimo disse...

Nasci em Junho e casei-me em Setembro. A tua cultura é surpreendente, é por isso, que quando venho aqui, saio mais informado e com mais saber.
..."don^t trhrow tha baby out with the bath water". Desconhecia.
Deitar o morto numa mesa da cozinha é obra. (o meu filho mais novo chama aos mortos defúncios). Sorrio sempre que ouço e repito este termo. Atenua um pouco a morte e a tristeza dos funerais.
Para terminar e, não te aborrecer muito, sabes que até há pouco tempo apelava para que quando morresse desejava de ter um telefone no caixão ligado a casa. Tinha medo de acordar e, assim, podia telefonar para me irem buscar. Coisas de malucos, não ligues!
Beijos.
pena gil ou anonymous.