25 fevereiro, 2007

LABIRINTOS

Navegando por diversas linhas que se contornam com sensualidade, e de forma continuada, regrido até à Antiguidade, no labirinto do tempo. Vou estudando outros labirintos, daqueles que não são construídos de unidades de tempo, mas sim de percursos.

Há muitos, muitos anos, eu esperava pelo jornais ou revistas lidos pelos mais velhos, para me deliciar à descoberta dos percursos de labirintos publicados na página de passatempos. Desenvolvi uma técnica para chegar à recompensa… sim, porque todo o labirinto conduz a um espaço recompensa, do qual só é possível regressar percorrendo os caminhos em sentido inverso. Normalmente, a entrada e a saída coincidem.
Foi assim que desenvolvi o raciocínio espacial, desde os meus oito anos, aos sábados e depois de realizar os TPCs. Por vezes o caminho era descoberto, fazendo exactamente o percurso contrário… invertendo a partida com a recompensa.... tinha os meus truques, boa memória e ia ampliando a capacidade de orientação.

Os labirintos podem ser circulares, ou quadrados, regulares ou irregulares, mas assentam numa simetria espiralada, que evolui a partir duma cruz grega, que pode ser invisível ou apenas subentendida. Os caminhos traçados vão-se tornando cada vez mais longos à medida que se afastam do centro.
Estes labirintos normalmente possuem um unicurso. A sua complexidade esgota-se apenas no maior ou menor caminho a percorrer, porém o caminho é único, portanto existe a certeza que se chegará obrigatoriamente à recompensa.

Os labirintos mais complexos são aqueles que se estruturam a partir de diversos caminhos, e que apenas um, finalizará na tal recompensa.
Podem ter várias entradas, vários obstáculos, e para se chegar à recompensa, é necessário desenvolver na nossa mente um desenho espacial, que depois de algumas tentativas, vá eliminando os falsos percursos e vá estabelecendo o percurso a realizar de forma rigorosa, sem falhas.
Mas que adianta chegar à recompensa se esquecemos o caminho de volta?
Nesse desenho espacial, tem que ficar também registado o ponto de vista do inverso.
Não é fácil, atendendo que algumas pessoas, para pensarem no inverso, tem até que se mover, para se redireccionar no espaço,... fazê-lo mentalmente não esquecendo as direcções percorridas e as aberturas que dão acesso a outros caminhos, já percorridos ou não, é complicado.
(cont)

2 comentários:

Anónimo disse...

Hoje sou eu que abro os comentários.
Sobre labirintos vou registar aqui que gosto dos labirintos de jardim.
Mª João

Anónimo disse...

Labirintos!
Uma vez perdi-me. É certo que era ainda muito pequeno, mas os jardins da imaginação infantil sempre me cativaram, sempre me conquistaram, sempre me deram a oportunidade de me conhecer melhor e me catapultaram rumo ao mistério e encanto. Fascínavam-me pelos trejeitos da aventura e do impossível, diferentes na dimensão do pensamento que desenvolvia, então.
Aí, sentia-me ao acaso, deambulando pelo incerto, pela novidade e pela "recompensa".
Sabes, tenho inúmeras sensações labirinticas na minha forma de ser e pensar.
Felizmente, encontro sempre o caminho de regresso, pois, como dizes, a entrada confunde-se geralmente com a saída.
Sabes, interessante, essa dos labirintos!
A tua abordagem, apurada, complexa, exigem que faça um esforço para compreender, entender.
Será que no labirinto que construí para mim, que vai cá dentro do que sou, tem saída, quando nele me embrenho??????????????
Beijos.
pena.