17 julho, 2024

Década da Paz de Nelson Mandela



Em 24 de setembro de 2018, a sede das Nações Unidas reuniu os líderes mundiais para a denominada Cimeira da Paz desta vez em homenagem a Nelson Mandela; quase 100 Chefes de Estado criaram uma declaração política empenhada em construir um mundo melhor, mais justo, pacífico, próspero, propondo o período de 2019 a 2028 como a Década da Paz de Nelson Mandela,

Escolheu-se Mandela para representar a paz no mundo, devido ao seu perfil de ser humano humilde, tolerante e à sua capacidade de perdoar e manifestar compaixão pelo outro, reconhecendo ainda a sua contribuição para a luta pela democracia e pela paz no mundo.

Decidimos ir além das palavras na promoção de sociedades pacíficas, justas, inclusivas e não discriminatórias”, prometeram os líderes e declarando também que o racismo, a xenofobia e a intolerância representam exactamente o oposto dos objectivos das Nações Unidas. Sublinharam o seu foco e empenho em proteger os direitos das crianças, especialmente em conflitos armados. “Proteger as crianças contribui para quebrar o ciclo de violência e lança as sementes para a paz futura”, afirma a Declaração.

A Declaração, refere ainda. “É claro que a paz duradoura não é alcançada apenas pela ausência de conflito armado, mas é alcançada através de um processo contínuo de diálogo positivo, dinâmico, inclusivo e participativo”.

Esquecemos isto, e cá estamos em 2024 a comemorar mais um dia Internacional de Nelson Mandela, a 18 de julho, e estamos à beira de uma guerra mundial, porque em vez de se trabalhar para a paz, tem-se trabalhado para a guerra, ignorando as crianças e os desprotegidos, com um balanço absolutamente deplorável para a Humanidade, formado por milhares de mortos e de famílias desaparecidas e enlutadas. Quem invade perde razão, porém, eu aposto “todas as fichas” em diplomacia para atingir a paz. Violência gera violência, portanto a guerra não é o caminho.

Sobre a década de paz, parece que tudo correu mal, e pouco se cumpriu destas belas intenções, o que merece sempre mais uma reflexão.

Partilho a mensagem que António Guterres, Secretário-Geral da ONU, deixa sobre o Dia Internacional Nelson Mandela 2024, que é divulgada em todo o mundo; apesar de referir os direitos humanos e a proposta para construir um mundo melhor, estranhamente, e isso indigna-me, não sublinhou a necessidade urgente de parar as guerras.

“Nelson Mandela mostrou-nos a extraordinária diferença que uma pessoa pode fazer na construção de um mundo melhor.

E como nos lembra o tema do Dia Internacional de Nelson Mandela deste ano – o combate à pobreza e à desigualdade está nas nossas mãos.

O nosso mundo é desigual e dividido. A fome e a pobreza são abundantes.

Os 1% mais ricos são responsáveis ​​pela mesma quantidade de gases com efeito de estufa que destroem o planeta que dois terços da humanidade.

Estes não são factos naturais. São o resultado das escolhas da humanidade. Podemos decidir fazer as coisas de maneira diferente.

Podemos optar por erradicar a pobreza.

Podemos optar por acabar com a desigualdade.

Podemos optar por transformar o sistema económico e financeiro internacional em nome da equidade.

Podemos optar por combater o racismo, respeitar os direitos humanos, combater as alterações climáticas e criar um mundo que funcione para toda a humanidade.

Cada um de nós pode contribuir – através de ações grandes e pequenas.

Uno-me à Fundação Nelson Mandela no apelo a todos para que prestem 67 minutos de serviço público no Dia Internacional de Nelson Mandela – um minuto por cada ano em que ele lutou pela justiça.

Juntos, vamos honrar o legado de Madiba e virar as mãos para a construção de um mundo melhor para todos.”

[https://www.un.org/en/events/mandeladay/events_2024_SG.shtml]

Publicado em NVR 17/07/2024

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