11 fevereiro, 2023

Homenagem aos professores

 

Hoje, a meio de uma luta que ainda não se vê luz ao fundo do túnel, desafio todos os meus amigos a recordarem os seus professores, que mais os marcaram.

Aos 10/11 anos comecei a gostar de desenho graças à minha professora de desenho, que se chamava Ana Maria. Com 13 anos percebi que todo o meu mundo se alterou, quando comecei a entender os problemas de Físico-Químicas. Muito obrigada professora Ana Maria Grande (esposa do dr. Nuno Grande). Que vozeirão, que sentido de humor! Que grande professora, que explicava tudo direitinho e me ensinou a raciocinar. Nessa idade conheci a professora Mimi, Virgínia Gama, que me acompanhou 4 anos. Uma pessoa especial, arquitecta, não colhia a simpatia de todos, porém, reconheceu que todo o meu caderno decorado com pop arte me conferia uma grande criatividade.

Devo agradecer a uma professora de português, que nos apresentou os Lusíadas, ajudando-nos a interpretar, sem ser necessário dividirmos orações. Não sei se fiquei mal preparada a português, mas pelo menos, ganhei o gosto pela leitura e nunca odiei os Lusíadas.

Mais tarde tive um explicador de Matemática. Foi o professor que mais me ensinou. O engenheiro Regêncio Alves, ensinou-me ao longo do ano, a transformar notas 13, em notas 20.  Foi o professor mais importante na minha vida, passei a gostar de matemática e ensinou-me sobretudo a trabalhar de forma organizada e a tirar apontamentos, o que me foi útil ao longo da vida. Aprendi também a nunca desistir.

Já em Coimbra, a minha professora de filosofia deu a disciplina sem livro – ano pós Abril.   Ensinou-me a questionar, a racionalizar a minha rebeldia, a processar informação, a argumentar e a utilizar o raciocínio logico-dedutivo, que continuo a utilizar sempre que tenho de resolver um problema e tomar decisões.

Na faculdade, o mestre Fernando Távora estimulou-me a viajar, com Nuno Guedes de Oliveira aprendi urbanismo, com Siza Vieira aprendi a encontrar soluções nos sítios dos projectos e com o arquitecto Pulido Valente aprendi construção e humanismo. Com todos os outros, mesmo aqueles que criticaram duramente os meus projectos, e me tentaram meter numa camisa de forças de arrogância, aprendi a ser resiliente, muito resiliente.

Muito obrigada professores.

AQ

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