04 julho, 2024

03 julho, 2024

PALAVRAS SOBRE A ALT

 

PALAVRAS SOBRE A ALT

            Estive um pouco recolhida devido a um problema de saúde e só agora tive acesso à obra PALAVRAS DE LIBERDADE.

Devo registar novamente o meu apreço pela dinâmica da Academia de Letras de Trás-os-Montes. Enviam-me informações diariamente para o meu endereço electrónico, sobre o mundo literário português, apresentações conferências, colóquios, prémios, festivais, reuniões, o que exige um grande esforço de aproximação aos seus membros, por parte da direcção. Isso é bom!

Nos dias de hoje, em que a informação circula rápido e se desactualiza com a mesma rapidez, é importante esta dinâmica, que se sente funcional, actualizada, activa e criativa, a favor da literatura do século XXI. A nossa geografia de interioridade exige esta forma de actuar, para não entrarmos numa bolha bafienta, fechada, elitista, estática e ultrapassada. Para além da divulgação é visível também o incentivo da produção literária com as suas coletâneas que abrem espaço de divulgação aos autores transmontanos e à cultura, história das gentes e do território. Os temas são bem pensados e este ano Abril era obrigatório.

Já todos conhecem Torga, Bento da Cruz, Guerra Junqueiro, Pires Cabral, Rentes de Carvalho, Araújo Correia, e as editoras têm porta aberta para as suas publicações. É só não deixar esquecer. Os autores desconhecidos têm todas as portas fechadas, as editoras não investem nas suas obras e assumindo essa inércia negativa ficarão para sempre no mundo do desconhecido. A ALT com a criação de colectâneas anuais contrariam essa tendência redutora, dando oportunidade e visibilidade a novos talentos da escrita. Ficamos a saber quem são, o que escrevem e a potencialidade oculta.

A colectânea sobre a Liberdade contém textos de cerca de 60 autores a maioria não se conhece entre si e juntando-os, passam a ter um sentimento de pertença e de identidade para com a Academia, entre si e com esta geografia a nordeste. Se esta iniciativa não existisse, cada um teria os seus papeis, os seus arquivos fechados ao mundo.

Tenho imenso orgulho em ter participado pela 3ª vez nesta iniciativa e contribuir um pouquinho para ampliar as palavras sobre Abril. Inquieta-me bastante, as palavras fechadas em arquivo, como já mencionei, apenas porque não têm sítio público para serem partilhadas. Como leitora, sinto que perco conhecimento e mundos. Quantas ideias e quanta sensibilidade escondida em autores invisíveis! Quantas vidas não vivi! Quantas experiências deixei de conhecer.

Cada autor reúne a sua sensibilidade afectada por diversas circunstâncias. Os 60 autores, de alguma forma, constroem o pensamento do Homem Contemporâneo que fica assim perpetuado com aroma de Abril e de montanha.

Publicado em NVR 3/07/2024

02 julho, 2024

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