14 março, 2023

MEUS AMIGOS


 

Um grande abraço de gratidão a todos que me felicitaram.

Habituei-me a reservar tempo para meditar. Penso no que faço, no que me acontece, no bem que posso eventualmente proporcionar aos outros, penso nas minhas angústias, nos meus medos, nos meus erros e penso obrigatoriamente em quem gosta de mim, os meus amigos:

- Aqueles que aceitam as minhas gargalhadas e os meus momentos de mau humor, aqueles que pensam como eu e aqueles que pensam de forma diferente, mas que sabem construir empatias comigo.

Admiro aqueles que ouvem pacientemente as minhas teorias surreais e absurdas, as quais se concluem com dois belos sorrisos, e que me põem a pensar na minha loucura amadurecida à força do tempo. Considero a tolerância de alguns, perante as minhas provocações e o meu sentido de humor, por vezes cáustico, que me faz explorar o fio da navalha, sem nunca desrespeitar o outro, mas intencionalmente o faz sair da sua zona de conforto. Penso naqueles que me ajudam em pequenos pormenores, para que grandes projetos sejam bem-sucedidos.

São todos importantes para mim.

Não gosto de vos juntar, porque cada um tem a sua circunstância que eu respeito e não gosto de a partilhar com ninguém. No fundo talvez seja invejosa e ciumenta de vós. Penso que ainda não inventaram palavras mais bonitas para definir esta atitude. Quero-vos só para mim. Porque cada um conhece as minhas fragilidades, tranquiliza as minhas problemáticas mal resolvidas, e reforça o meu mundo interior multifacetado. Protegem a minha orfandade crónica, tentam enraizar-me em terras que não são minhas e desenham-me outros céus que eu poderia adoptar, mesmo sabendo que nada passa de uma ilusão infinita.

Os meus amigos sempre secam as minhas lágrimas que raramente se vertem, mas que alguns vislumbram entre palavras e olhares. Todos acarinham as minhas utopias, o meu amor platónico por aquilo que nunca foi e tentam entender o meu descompasso com a vida e os preconceitos que não tenho. Penso que não seria eu, sem todos vós. A amizade é como uma doença “contagiosa” que deixa sempre algo no outro, e isso é bom, porque nos torna cada vez mais humanos e mais conformados com as incertezas.

Uns telefonam, outros esperam-me para jantar, outros enviam mensagens e outros sei que me pensam, e isso é tão bom! Uns conhecem-me pelo meu nome, outros chamam-me papa-museus, Árthemis, Jopilinha, Senhora dos anéis, Ana d’Or, Maga Patalógica… todos são nomes carinhosos, que um dia tenho que adicioná-los ao meu cartão de cidadão. O nome pouco interessa, interessa é a nossa convergência. Apesar das minhas contradições sou-vos sempre leal.

Grata por tudo, um dia ganho coragem e junto todos.   

Nota: Peço desculpa por não memorizar datas de aniversário, para quem não felicitei, felicito agora.

2 comentários:

Henrique Nodal disse...

Sra Arquitecta Quelhas
Felicito-a por completar mais um ano, sempre inspirada e a transbordar sabedoria e bom humor.
Cumprimentos

fernando disse...

Minha amiga, te gosto tanto. Beijinho