21 setembro, 2022

TIMBER






 TIMBER

Adoro dançai, mas tenho alguma dificuldade em entender a mensagem construída pela dança, e ou conhecendo a mensagem, sou muito crítica sobre aquilo que vejo.

Hoje com Timber saí de alma cheia.

A Companhia Instável e Drumming GP, com premiado coreógrafo Roberto Olivan, apresentou uma peça com seis bailarinos e seis percussionistas que mexeu comigo. Senti que eram dois espectáculos num só. Mais de uma hora seis percussionistas, sem maestro, executaram ritmos sincronizadíssimos, e os bailarinos com o número seis, apostando fortemente na estrutura 3, 2, e 1 e apoiados numa geometria fantasiosa, mas rigorosa, foram enchendo o palco, e esgotando os ritmos, o palco e o público. Terminou numa fila alucinante de movimento capaz de abalar o sistema nervoso de qualquer um, lembrando o transe hipnótico utilizado em muitas seitas religiosas para expulsar o diabo. Aqui tratava-se do desejo de ultrapassar os nossos medos e barreiras que por vezes nos asfixiam e nos impedem de ver mais longe e de nos libertar.

Parabéns músicos e bailarinos, parabéns Teatro de Vila Real.  Gostei.

Música ao vivo do compositor nova-iorquino Michael Gordon.

Direcção: Roberto Olivan

Direcção musical: Miquel Bernat

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https://www.youtube.com/watch?v=rpjQ_W2Y5gY&t=8s

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