01 agosto, 2022

EVOCAÇÃO

 


Nesta comemoração, o meu pensamento voou até às pessoas que já cá não estão e que faria todo o sentido, estarem. Primeiro os meus pais, Ermelinda e Jacinto….os meus tios e tias, Albertina e Manuel Joaquim, Matilde e Agostinho, Marieta, Felisberta e Alberto (irmãos da minha mãe), Celeste e Lino, Esmeraldina e José, Benvinda e Manuel, Rosália (irmãos do meu pai) e a minha avó Felizbela. Imaginei como estariam felizes se pudessem estar presentes, contando as suas vivências de antigamente. Lembrei-me dos meus primos Hermínio e Lino, parece que foram viajar e ainda não voltaram. Ainda não encaixei muito bem a ausência e a saudade que tenho deles. Pensei neles todos. Pensei na minha avô Etelvina, já velhinha tal como a conheci, descendente da família Boal. Pensei no meu ex-sogro Augusto e como ele tinha razão na análise de certas situações. Pensei no tio Felicindo e na tia Abertina e nas suas saídas cheias de humor… Pensei nos tios avós que ainda conheci quando era pequena. Pensei no tio Lino que viveu no Brasil e no seu Valvelho, nos meus padrinhos Joaquim Augusto e Piedade. Lembrei-me da tia Bárbara. Pensei nos meus vizinhos Isildo, América, Celina e Manuel, Dionísia e Domingos, Maria Isabel, Joaquim Rodrigues, Joaquim da Rabeca, Silvino e Otília e Assunção. Lembrei de toda aquela gente que viveu após Abril na casa da D. Flávia e D. Nazaré. Lembrei-me das noites de verão passadas no maçadoiro a tentar ver o satélite lançado no espaço, no meio de muita estória brejeira. Lembrei-me de tanta gente ausente! Lembrei-me de mim a correr pelas ruas empurrando um arco ou a brincar às escondidas, com as meninas da minha idade, com a corrida sempre em dia. Lembrei-me de D. Marília, minha catequista, antiga proprietária da casa onde se fez a encenação da entrega da carta do povoamento. Revisitei o exterior da casa dos Boais, e fui nomeando quem viveu lá… aquela casa tinha uma exuberância rural e hoje resta vazia. Pensei em todos aqueles que conheci e que viviam no largo do Boal e proximidades. Sentava-me nos degraus da Capela de Santa Maria Madalena e observava o pulsar de uma aldeia, acompanhada pelo sino da igreja, que hoje já não toca, nem o relógio mostra as horas...

Recordei nomes um pouco distantes, mas que fazem parte da minha identidade, o senhor Caiador velho, o sr Fernando da Victória, sr José da Rita e a mãe, o senhor Claudino, o sr Vieira e d. Cecília, a D. Camila e o sr. Serafim, a d. Orlanda, d. Emília do "Lobo" , o mendigo Francisco, o sr. "Pardal", d. Isaura e o seu irmão Maximiano, o sapateiro José Rolo e a sua esposa que já não lembro o nome, a sra Carminda, o meu primo Toneco (António Palheiros) e a d. Conceição, o sr Alberto Constantino, a d. Arminda Conde, o sr Idílio, a d. Silvina Boal, o sr "Leiras", o sr. Zé Aires e d. Inocência, o sr Miguel do quelho, sr. Albano Tendeiro e d. Isaura,   a menina Augustinha, a menina Conceição que nos vestia os saiais, o sr Camilo e d. Olívia... a Celina... a mãe da D. Rosalina que só conhecia por Maria e  alcunha (vizinha da minha avó), d. Joana "do balsa", d. Eloá, d. Maria Luisa e a filha d. Etelvina, sr António Caiador e d. Celeste, sr. António Correia e d. Otília, d. Ana "do ferreiro", d. Julieta e sr. António Maires, sr Pelotas e d. Áurea, sra Naíde e sr "Manila, d. Ana e sr Carlos da Rabeca, sr Taveira e d. Aninhas, sr António "sapateiro" e d. Celeste, d. Laura "do Lourenço", d. Zefa, Tia Belmira Garfejo e Tio Daniel Silva, e tantos outros que já não lembro o seu nome- a memória não estica mais.

Realizei estes voos enquanto almoçava rodeada da gente boa de Justes, gente feliz por esta comemoração. Certamente outras pessoas terão feito o mesmo. Foram muitas emoções em simultâneo.

Quantas pessoas caberão nestes 800 anos? Vários milhares, mas somos nós a festejar.

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