07 fevereiro, 2021

O SILÊNCIO DO KISANJI - análise parte II

 


O Livro 

Objecto de culto. Como tal tem toque, tem peso, tem imagem e tem cheiro. 

Companhia é outras das suas funções. Não existe solidão quando há um livro por perto.

O Silêncio do Kisanji é um objecto muito bonito, talvez dos mais bonitos que já tenha manuseado. 

Capa e contracapa com uma estética irrepreensível, carregadas de detalhes plenos de informação e conteúdo. Cores africanas num sóbrio pano que embrulhando o livro,  sobre ele são impressas, em lettering de fontes bem escolhidas, as informações habituais, nome do autor e título da obra. Destaco a preocupação do deixar a bainha com a impressão da origem do pano, o que, para além de autenticar a sua origem, nos indica que tudo foi pensado ao mais ínfimo pormenor. 

Discretamente, a autora deixa a marca do seu país de origem, homenageando-o com as cores da sua bandeira, sendo também, mais uma prova inequívoca da latitude do tema.

 Por último a escolha dos materiais que, sendo agradáveis ao toque e de muito boa qualidade, aumentam o prazer de quem gosta de manusear um livro.

 Interior da capa de muito bom gosto. Sobre um fundo negro, a autora espreita-nos com um sorriso de Boas-vindas e, num resumo biográfico, dá-nos de forma implícita, a informação do conteúdo do livro. Temos de o ler para percebermos que a sua escrita está intrinsecamente ligada ao seu percurso de vida. 

Finalizo com a apreciação do interior da contracapa. Discretamente, porque este objecto prima pela discrição, daí a sua elegância estética, o final mostra-nos que os personagens são reais e, estando atentos, também por aqui temos estórias para ver. 

O Silêncio do Kisanji, obriga-nos a uma leitura atenta, desde a capa até à contracapa. 

O Título 

Em terra de ritmos e de múltiplos sons, mas também dos silêncios que a grande dimensão proporciona, fácil seria escolher um qualquer instrumento entre muitos daqueles que todos se lembrariam à primeira. Contrariamente, fugindo à banalidade óbvia de um batuque, a escolha recaiu sobre o kisanj, instrumento de origem angolana. Mais uma mensagem implícita a qual se vai percebendo ao longo do percurso da leitura.


1 comentário:

R, Figueiredo disse...

Uma análise perfeita. Parabéns ao teu amigo. Beijinho