Sempre aderi à luta de uma classe profissional e a outras lutas menos profissionais.
Aderi por concordância, aderi sempre que o objectivo da luta me dizia directamente respeito, aderi para fazer vingar e honrar os meus valores. Aderi por compreender muito cedo, que são as pequenas lutas que dão origem a pequenas conquistas, e uma estrutura feita de sucessivos equilíbrios entre os direitos e os deveres, reforça-se nessas pequenas conquistas, que no final têm a virtude de se converter num todo dialéctico mais abrangente e mais significativo do que uma vulgar soma.
Aderi também a lutas que não me diziam directamente respeito, mas tenho a incapacidade de me amorfizar às situações.
Aderi a outras lutas para vingar o meu sentido da justiça, para honrar aquilo a que se chama solidariedade. Aderi sempre com convicção…. por sentir que não poderia ser de outra maneira e por tanto reflectir em madrugadas de insónia.
Sempre respeitei as opiniões que divergem da minha, obedecendo ao principio da liberdade, mas nunca entendi aqueles que cruzam os braços e assobiam para o lado.
Sempre respeitei as opiniões que divergem da minha, obedecendo ao principio da liberdade, mas nunca entendi aqueles que cruzam os braços e assobiam para o lado.
Nunca entendi aqueles que se atrapalham com uns tostões a menos ao fim do mês, e que trocam as suas convicções pelo poder de comprar mais uma mercadoria qualquer.
Nunca percebi, tanta ansiedade, tanta incómodo, tanto problema de consciência, que se esgota aí, que se acaba no acto, na escolha de não lutar, e que não tem qualquer seguimento, não tem qualquer consequência, no usufruto das vitórias conquistadas pelos outros.
Na hora da partilha dos benefícios, a consciência de alguns some-se, a coerência esquece-se, os valores deformam-se e a doutrina ultrapassa-se.
Nunca fui tentada a repetir esta matriz; por muito que me incomode ou me revolte, renova-me o espírito, refresca-me a consciência e abre-me caminhos que me orgulho de percorrer.
Nunca fui tentada a repetir esta matriz; por muito que me incomode ou me revolte, renova-me o espírito, refresca-me a consciência e abre-me caminhos que me orgulho de percorrer.
Gosto de me olhar ao espelho sem vergonhas ou constrangimentos, observando a espuma dos meus dias, uns atrás dos outros, sem sobressaltos de verticalidade e honestidade.
Quando me olho nos olhos, ultrapassando o planos das retinas, entrando em dimensões que só eu conheço, não me consigo mentir, não me consigo ver relfectida na malha desconstruida do oportunismo, da hipocrisia, do cinismo e do egocentrismo.
Dispenso facilmente mercadorias, prefiro imagens puras e cristalinas das minhas atitudes e valores.
5 comentários:
Uma questão de honestidade intelectual e não só. Também eu dispenso mercadorias (ou não seria professora). Mas, a questão de fazer ou não fazer greve não se prende com os tostões no fim do mês - não é uma questão de $!!!. Não!!! É uma questão de verticalidade. Negociar tem um significado, não se pode acordar negociar dia 28/3 uma coisa, sim foi acordado, e não por mim!, e depois exigir, antes, outra. Isto também é verticalidade. Se descemos ao nível das bestas...tornamo-nos bestas também.
Ana: penso que te referes à luta dos professores, não?
Efectivamente é assim, há muito professor que reclama, reclama, mas chegando a hora H….
Na minha escola há meia duzia de colegas que arranjam mil e uma desculpas para se desviarem desta luta.
Porque são contra as greves, porque não tem como fazer greve, pq não podem perder 60€, pq não estão totalmente de acordo com a totalidade das reivindicações, porque o momento não é oportuno, porque não podem prejudicar os alunos, porque o sindicato fez isto mas devia ter feito aquilo, porque não são sindicalizados, porque os sindicalistas são as piores pessoas do mundo, porque os movimentos são desorganizados e incoerentes, porque isto e aquilo. No entanto há dois meses atrás foram ao Terreiro do Paço!!!!!!!!!!!!
Quem quer desculpas, há um mar delas!
Estou contigo e com todos os colegas lutadores.
Compreendo que ao longo de todos estes meses há um grande desgaste pela parte de todos, mas há que apelar à lucidez, e estabelecer tréguas entre as diferenças.
Vamos unir-nos, para vencer! Pois esta é uma luta única!
Mª João
Quer sejamos sindicalizados ou não, concordemos ou não com a plataforma sindical, temos que analisar as evidências:
A luta tem resultado.
Se há um ano tivéssemos ficado caladinhos, estaríamos neste momento a braços com o modelo original, a construir portfólios gigantescos,teriamos a escola dividida... provávelmente já teriamos os encarregados de educação do nosso lado.
O momento que estamos a viver só tem dois lados:
Quem está a favor do modelo de avaliação e quem está contra. E depois há as pressões diferenciadas dos executivos que podem forçar, ou não, os profs a comprometerem-se com este modelo de avaliação, pondo-o em prática!
Na minha escola não tem havido pressão, portanto ou se está de um lado ou se está do outro. SIMPLES!
Afinal estamos contra o Ministerio ou contra os Sindicatos?????
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