Quase um poema de amor
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.
Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor
Miguel Torga
Veja a homenagem a Torga em http://mardepedra.blogspot.com/
1 comentário:
Os poemas de amor são sempre lindos.
Vindos dum Torga, eternizado de existência bem juntinho a nós, fascinam...!
Explicam um Ser.
Explicam um Sentir.
Explicam um Estar.
Que faltará mais...?
Está aqui tudo.
Um poema belo. Puro. Sensível. Admirável. Terno.
Beijinhos de respeito e estima.
Com cordialidade e com amizade sinceras...
pena
Lindo poema...!
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