10 junho, 2019

ÓPERA DE GARNIER - Paris


            Ópera de Garnier
            Há sítios inesquecíveis, e que mesmo antes de os visitar, me sinto próxima, já tenho um desejo enorme de os descobrir, ver e sentir. Ópera de Garnier é um desses sítios. Vi-a algumas vezes passando no exterior, estudei-a quando era jovem, como exemplo arquitectónico de um espaço para espectáculos, projectado no séc. XIX (1862) por Charles Garnier,  em estilo neo-barroco.
            Este edifício não faz parte dos edifícios que todos desejam visitar na primeira visita a Paris, por mero desconhecimento, porque todos pensamos que uma casa de ópera será um edifício vulgar, com alguma imponência no exterior. 
            Ao meu desejo de visita, juntava-se a memória de um sketch publicitário dos anos setenta sobre um sabonete, creio que ao sabonete Cadum, com uma diva descendo aquela escada interior glamourosa, com a pele supostamente hidratada e sedosa.
            Hoje foi o dia, às 11h da manhã entrei para o visitar. Superou as minhas expectativas. Tive uma visita guiada para que me permitisse visitar todo o interior. Fiquei deslumbrada. Superou as minhas expectativas e já começa a ser difícil eu sentir esta emoção. Pouca atenção prestei à guia, que desfiava a história, as peças, os artistas. Dou sempre prioridade à arquitectura, observar cada detalhe, interligar a planta com os alçados e sentir a tridimensionalidade do edifício objecto, a criatividade do autor e a dificuldade de execução… e claro fotografar. Fotografar muito para registar aquilo que a memória não consegue. Para além da referida escada glamourosa, enriquecida agora com as novas tecnologias da luz, descobri um foyer deslumbrante, imitação do palácio de Versailles. Apeteceu-me sentar-me por ali e ficar. Percebi que amava aquele edifício desde sempre, agora revivendo um amor de adolescente, amando-o novamente e com maturidade, com a certeza e a sensibilidade ao rubro. Um edifício majestoso
            Não gostei do tecto da sala principal pintada por Chagall. Percebi que foi uma atitude politicamente correcta. Apesar de gostar de Chagall acho que ali está desenquadrado. Opinão minha. O resto…. Chagall era russo, judeu, francês... foi-lhe entregue nos anos 60 um novo tecto para substituir o original, que tal como o edificio atravessou a 2º guerra e foi martirizado. 

            Estou tão mais rica! Muito mais rica. Obrigada Garnier.

in Diário de Viagem




















































3 comentários:

lúcia montez disse...

A Ana e os seus registos de viagens. Este sítio parecer ser fabuloso. Beijinho

J. P. Sousa disse...

Quelhinhas, estou com saudades.
JP

Eugénio Silva disse...

Oi Ana, é sempre a rodar. Não conheço e vou anotar. Bj