Discalculia é definido como uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números.
Quais são os sintomas da discalculia?
Podem ser muito variados. As crianças pequenas, antes da idade escolar, aprendem mais tarde do que os colegas a contar, podem ter dificuldade em ordenar objectos pela sua cor, ou forma, a reconhecer grupos e padrões, a aplicar conceitos como maior/menor ou grande/ pequeno. Têm resultados na disciplina de Matemática muito abaixo da média.
Quais são as causas?
Roi Cohen Kadosh e a sua equipa do University College de Londres, publicaram no ano passado um trabalho onde sugerem que a discalculia é causada por malformações no lóbulo parietal direito do cérebro.
Que tipo de intervenção pode ser feita?
Geralmente estas crianças precisam de um programa educativo individualizado que tenha em conta os seus estilos de aprendizagem, as suas capacidades e as suas necessidades. Estes alunos precisam de praticar bastante, de ter mais tempo para a resolução dos problemas e para perceber os conceitos. Os especialistas recomendam que a intervenção precoce seja feita por uma equipa interdisciplinar e que o aluno seja acompanhado por um professor de educação especial.
Para o Ministério da Educação, os alunos com discalculia não têm necessidades educativas especiais. Ou seja, (...) “não têm qualquer tipo de apoio ou se o têm (uma pequena minoria), este é feito por professores de apoio educativo, sem qualquer tipo de especialização.”
Miranda Correia, catedrático da Universidade do Minho, não tem dúvidas sobre as consequências desta situação: “A discalculia é um problema vitalício, cuja origem neurológica, aliada à falta de compreensão do problema por parte de quem de direito, pode dificultar em muito o sucesso do aluno.” Ou seja, estas crianças “devem ter acesso a serviços de educação especial, sob pena de virem a experimentar grande insucesso escolar.” E quanto mais precoce for a intervenção, maior a probabilidade desta ter resultados.
in Jornal o Público
Independente do nível mental, dos métodos pedagógicos, e dos distúrbios emocionais foram observados em algumas crianças a dificuldade de integrar os símbolos numéricos, na sua correspondência com as quantidades reais de objectos.
O valor numérico não está relacionado com os objectos correspondentes.
Existe também dificuldades em efectuar uma boa coordenação no espaço e no tempo, coordenação essa que desempenha um papel importante no mecanismo das operações e faz com que seja difícil ou impossível fazer cálculos.
Normalmente, as crianças dislexicas que rodam, invertem ou eliminam letras ou sílabas, repetem os mesmos erros com os números.
Isto, naturalmente, pode atrasar significativamente a aprendizagem numérica e aritmética, e desencadear uma discalculia:
- Dificuldade em desenhar os números ou a interpretar as quantidades.
- Dificuldade para os mecanismos e as operações matemáticas e as actividades de compreensão aritmética.
Os primeiros sinais de discalculia pode ser visto em crianças que já no 1º ano de escolaridade, não apresentam uma "escrita" correcta dos algarismos, e que não respondem às actividades de seriação e classificação numérica ou nas operações.
Nas crianças mais velhas é afectado o raciocínio, tornando-se impossivel a resolução dos problemas mais simples de aritmética.
O professor deve estar atento se principalmente na área de alfabetização não aparecem falhas ou atrasos.
Se suspeitar que uma disclaculia é observada no trabalho diário, escrito e oral da criança, ou com os repetidos fracassos em avaliações de matemática, deve-se realizar um levantamento das dificuldades numéricas com a criança, através de ditados com números, cópias, cálculos ou jogos não estruturados ou utilizando gráficos, ou situações lúdico/problemáticas, etc.
Estas actividades têm como objectivo distinguir o tipo de erro: Gráfico, Numérico, Cálculo ou Raciocínio.
Neste caso, o tratamento é individual e, num primeiro momento, a criança deve realizar actividades junto com um professor que domine estas questões.
Após um período de trabalho em conjunto, dever-se-á motivar a criança para a prática.
Todos os exercícios de reabilitação matemática devem apresentar algo atractivo para que a criança facilmente se entregue ao raciocínio, primeiro por prazer ou por curiosidade e, em seguida, avance para o raciocínio matemático.
Na ausência de desordens orgânicas graves, é preciso avançar com a reabilitação, com a progressiva utilização de objectos que se relacionem com os símbolos numéricos, para construir no individuo a noção de quantidade e de raciocínio exacto.
A aquisição de competências no uso das relações quantitativas é o objectivo do ensino para as crianças com disclaculia.
Às vezes é necessário começar com um nível básico não verbal, onde se ensina os princípios da quantidade, forma, tamanho, espaço e de distância, com a utilização de material adequado.
Os processos de raciocínio, que, à partida, são necessários para se obter um pensamento quantitativo, são baseadas na percepção visual.
Além disso, é necessário ensinar as estas crianças a linguagem da aritmética: significado dos sinais, a ordem e disposição dos números, a sequência das etapas do cálculo até chegar à solução do problema.
1 comentário:
Pensem um pouco, POR FAVOR, podiam ser os Vossos...!
"...Para o Ministério da Educação, os alunos com discalculia não têm necessidades educativas especiais. Ou seja, (...) “não têm qualquer tipo de apoio ou se o têm (uma pequena minoria), este é feito por professores de apoio educativo, sem qualquer tipo de especialização.”
Há que rever tanta coisa, meu Deus...
Sinto-o na pele...
O Direito pleno ao acesso de todos, mas todos, onde pára?????????????
Beijinhos, amiguinha.
Excelente! Pela tua imensa preocupação numa integração plena e de direito de todas as crianças ao acto formativo e educativo...
Atitude maravilhosa que encanta...
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