25 julho, 2025
"FUTUROS AMANTES" . Chico Buarque de Holanda
ENTREVISTA
Hoje fui entrevistada por Mila Brigas na Rádio Universidade
FM, sobre o livro "Estórias no maçadoiro" e o meu projecto de
escrita. A conversa fluíu fácil sobre várias temáticas - da arquitectura, ao
mundo da escrita e dos poetas. Irá para o ar brevemente.
Justes esteve no centro da entrevista, as minhas origens, o
enorme respeito que tenho pelas personagens anónimas deste livro , enquadradas
na dura ruralidade transmontana.
24 julho, 2025
ESTÓRIAS NO MAÇADOIRO
Este é um registo sublinhado com ironia e sarcasmo, de um Portugal
rural, que se vai perdendo com a modernidade, evitando a anedota e o
desconforto de alguma situação, descrevendo-se sempre as circunstâncias e o
enquadramento na vida dura e difícil da ruralidade transmontana. Possui alguma
ilustração gráfica, conferindo originalidade e leveza ao registo. É uma oportunidade
para, em paralelo, evocar a cultura do linho em extinção e valorização de uma
grande pedra, que ainda existente e se assume como um ícone desta obra – “o
maçadoiro” – pedra de suporte para maçar o linho.
23 julho, 2025
A SAGA DE UM PENSADOR
Parceria com Rádio Portimão no programa Karranca às Quartas. Hoje um dos meus livros especiais.
Saudades, Marco Pólo.
O alojamento de alguns imigrantes
A reportagem de Ana Leal sobre o alojamento de imigrantes, transmitido
pela televisão, chocou muita gente.
As más condições de habitabilidade viam-se. Baratas, ratos e percevejos
passeavam se por todo o lado, paredes com humidades de anos... Melhor será nem
pensar no cheiro. Foi fácil perceber várias situações eventualmente ilegais...
Ou nem tanto.
O negócio de subarrendamento não é ilegal desde que seja do
conhecimento do senhorio. Uma igreja supostamente evangelista subarrenda
espaços, com água, luz, internet e mobiliário, degradados e sujos.
Um suposto bispo deu a cara no debate televisivo e não se mostrou
minimamente incomodado com as questões colocadas pela jornalista e outros
interlocutores visivelmente revoltados com a situação e ainda apelava às suas
acções de verdadeira compaixão pelos pobres inquilinos. Estava acompanhado pelo
seu advogado, que não interveio, mas que certamente dá o suporte legal a tudo
que nos cheira a abuso e exploração. Pareceu-me que se apresentaram caminhos
esconsos que resultam de leis mal pensadas, proporcionando um mercado de
alojamento com condições desumanas denunciadas em várias reportagens. Bom
trabalho de investigação da jornalista Ana Leal, que nos tem aberto portas
muito complicadas da sociedade portuguesa, e que depois ficam escancaradas, sem
o seguimento que todos deveriam conhecer como solução.
Finalizada a reportagem, e repensadas as questões legais de
arrendamento, ficou a questão: se estes pobres coitados não estivessem ali
alojados, onde estariam?
O que fez PS e PSD para alojar esta gente? Se não estivessem ali,
estariam onde? Na rua ou em sítios ainda piores?
Nem se sabe quantos são e onde vivem.
A Câmara Municipal de Lisboa sublinha que todas as pessoas retiradas
destes espaços serão encaminhadas para uma habitação digna.
Sim? Para onde? Quando?
Algo está profundamente mal e só conhecemos a ponta do icebergue. Por
quê não informam sobre todas as vertentes dos problemas e soluções?
Publicado em NVR 23|07|2025
"A PROCISSÃO" - António Lopes Ribeiro
21 julho, 2025
"O ARMÁRIO ou O QUARTO POEMA DO PORTUGUÊS ERRANTE" - Manuel Alegre
Voz: Graça Vilela
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20 julho, 2025
18 julho, 2025
"SAUDADES NÃO AS QUERO" - Afonso Lopes Vieira
16 julho, 2025
"JULGA-ME A GENTE TODA POR PERDIDO" - Luís Vaz de Camões
Voz: Anabela Quelhas
Anita prepara-se para a guerra nuclear (humor negro)
Anita prepara-se para a guerra nuclear (humor negro)
Recebi um guião sobre o que fazer em caso de ataque com bomba nuclear e estou a preparar-me. Primeiro pensei que seria publicidade a alguma comédia a passar no teatro da Royal Village, depois pensei nos pés do Trump, ele calça o 48, há grande probabilidade em tropeçar em algum tapete e cair sobre o botão vermelho, ou a canalha do Musk, andar a brincar na Sala Oval e descobrir o botão à frente da secretária. Pensei em quantos botões vermelhos haverá no mundo e como eles podem estar tão bem disfarçados que qualquer incauto pode causar uma catástrofe. Passei a olhar os botões dos elevadores com outros olhos!
Sempre considerei que não haveria maneira de nos protegermos. Quando levássemos com o cogumelo nas ventas, o melhor seria encomendar a alma ao Criador e saltar de um sítio bem alto, para não contar a história. Afinal…
1 . NO MOMENTO DA EXPLOSÃO
– recolha-se numa cave.
[Ora a cave mais próxima aqui de casa será o piso menos 2 do centro comercial.]
- ou dirija-se ao prédio mais próximo, de preferência de tijolo ou cimento, coloque-se no centro do prédio, longe de janelas, telhados e paredes exteriores.
[O local aconselhado será o WC interior da maioria das casas dos portugueses]
- fique longe das janelas e saia do carro. Se estiver dirigindo, pare o veículo com segurança, cubra-se e procure um abrigo resistente o mais rápido possível.
[Esta parte não percebo, se estiver na rua, penso que o meu carro ficará em frangalhos, sem possibilidade de procurar abrigo, pois as portas trancarão, o airbag não me deixará sair do habitáculo de forma fácil, e ainda por cima com a minha prótese, esta certamente se colará à caixa de velocidades, tipo pastilha elástica.]
2 - PROTEÇÃO DIANTE DA CHUVA RADIOACTIVA
- as primeiras horas após a explosão são as mais perigosas devido à chuva radioativa. Você terá entre 10 e 15 minutos para se colocar em segurança antes que comece a cair.
[Como assim? Protegida de guarda-chuva, com impermeável? Devo andar sempre com a gabardina no carro ou sacos do lixo para me vestir com saco plástico? Em 15 minutos não terei tempo de descolar a prótese da caixa de velocidades, desembaraçar-me do airbag, vestir a gabardina e ainda descer até ao menos 2 do centro comercial! Eu não sou grande atleta, apenas fui uma vez aos antigos Jogos Sem Fronteiras e não correu bem. Acho que ficarei ali pelo Hospital da Trofa… o que talvez não seja pior opção, fico logo em cima de uma maca para seguir para a dermatologia.]
- tire suas roupas poluídas se você esteve ao ar livre.
[Na cave terei que ficar nua? Nunca usei camisola interior, nem meia-calça… Eu com os meus pneus e celulite ficarei a olhar para outros que já têm tudo afectado pela força da gravidade? Fará alguma diferença usar protector solar?]
- lave bem a pele e o cabelo com água e sabão.
[Teremos uma booooommmmbaaaa ou uma bombinha? Ainda teremos água na torneira? Para mim, por favor, morna e sabonete de glicerina! O piso menos 2, terá wc com duche?]
PERMANEÇA À COBERTA (pelo menos 24 horas)
- não saia até que as autoridades informem que é seguro fazê-lo.
[Esta será fácil de cumprir! Sair para onde?]
- fique longe de janelas e telhados.
[Eu tentarei, não sei é se as janelas e os telhados ficarão longe de mim…]
- use um rádio com bateria ou manivela para seguir as instruções oficiais.
[Isto terei de comprar antecipadamente, vou ver na TEMU]
PREPARE-SE COM ANTECEDÊNCIA
- identifique abrigos próximos à sua casa, local de trabalho ou escola.
[É o que estou a fazer agora]
- prepare um kit de emergência
[Deve servir o kit das outras tragédias, sismos, apagões, ciclones, cheias e arraiais. Ainda bem que não será necessário o papel higiénico… agora talvez seja mais toalhitas humedecidas e fraldas]
RISCOS DE UMA EXPLOSÃO NUCLEAR
- brilho inicial: pode provocar cegueira momentânea
[Ando sempre de óculos escuros, e em último caso tenho aqueles óculos da Disney, vermelhos e verdes]
- onda de choque: causa ferimentos e destruição de prédios
[Pois, vai ser difícil encontrar a entrada para a cave!]
- calor extremo: provoca queimaduras e incêndios
[A tela reflectora do sol dos veículos, talvez seja mais útil do que a gabardina.]
- radiação: danifica as células do corpo
[Por isso a outra anda a recolher aventais de chumbo e radiografias para revestir um compartimento lá em casa… rata sabidinha!]
- pulso eletromagnético (EMP): afeta dispositivos eletrónicos
[Ficaremos sem televisão, sem computador e sem telemóvel. Lá se vai o episódio de”Casados à primeira vista”!]
-chuva radioativa: partículas contaminadas que caem após a explosão.
[Ok teremos os 15 minutos referidos atrás para pensar se iremos ou não dançar “Sing in the rain”]
Com coisas sérias não se brinca, Anita!
Pois não! Olhem, finalmente irão acabar com as baratas cá de casa, porque rápidas são elas, mas não usarão óculos escuros, garanto porque estarão comigo!
Publicado em NVR 16|07|2025
14 julho, 2025
"DE ALFAZEMA FAÇO CHUVA" - Ana d'Or
11 julho, 2025
AVENTURAS DA ANITA
09 julho, 2025
O sisudo do Siza
O sisudo do Siza
Umas vezes digo que fui aluna do Siza durante 3 anos, outras vezes digo
“carinhosamente” que levei com o Siza durante 3 anos em Construção II, III e V.
Tivemos uma relação de agitação da minha parte e indiferença da parte dele.
Andei à chuva, a fazer levantamentos de caixilharias no Passeio das Virtudes,
para a cadeira de Construção II, com trama de milímetro a milímetro, suada, com
régua T e esquadro. Foi necessário trabalhar em pares, incomodar pessoas para
me permitirem o acesso ao interior das habitações, usar cadeiras e escadotes,
medir tudo, esquissar, batalhar contra as inseguranças da primeira vez, a
indecisão de milímetros, se são 6,40 cm ou 6,50 cm, confirmar tudo, corrigir
erros, trabalhar pelo exterior em dias frios com chuva.
Eu e o meu colega e amigo Rui Nogueira, ambos vestíamos impermeáveis, com
capuz, porque não sobravam mãos para o guarda-chuva, ocupadas com 2 fitas
métricas, caderno de desenho, esferográfica e máquina fotográfica. As pingas da
chuva amoleciam o papel. Tocámos à campainha de uma habitação qualquer, para
tentarmos fazer o levantamento pelo interior, o intercomunicador abriu a porta
de entrada, subimos ao 2º andar, e encontrámos um homem ensonado, em pijama, de
cabelo desgrenhado… Era o conhecido Jorge Lima Barreto, [JLB (1947- 2011) -
músico, escritor, conferencista, improvisador, musicólogo e professor na
Faculdade de Letras do Porto e na Escola Superior de Belas Artes do Porto], que
por vezes parava pelo Bar da Escola de Belas Artes, de rosto remelento e mal
acordado já a puxar um cigarro para fumar.
- f---ds a tocar a esta hora!!!! (eram 10h30m)
Pedimos desculpa, explicámos ao que íamos,… alunos do Siza,…
intervenção no Passeio das Virtudes... se fosse possível…
- Entrem, nem estou com paciência para vos aturar, façam o que quiserem,
não molhem o chão e fechem bem a porta quando saírem! – retirou-se cambaleante
a resmungar e voltou para cama.
Hoje, sinto que o JLB deve ter pensado: “mais uns idiotas a querer
medir a cidade do Porto ao milímetro. Alunos do Siza, puf!!!“
Seguiu-se a fase do desenho rigoroso, plantas, alçados, cortes,
pormenores à escala 1:2 das malditas janelas. Ingénua, pensava eu que o Siza
iria ver detalhadamente o trabalho em curso. Pendurei as peças desenhadas na
parede da sala de aula, no dia da avaliação, produto de muiiitas horas de
trabalho, poucas horas de sono e onde a minha vista começou a cansar. O Siza
entrou na minha sala a fumar, taciturno, sisudo e deitou um olhar de relance
pelos trabalhos dos alunos, anotou qualquer coisa, passou à sala seguinte e saiu.
Comecei a ferver em pouca água perante a indiferença dele. Tive assim alguns
conflitos silenciosos, que depois se resolviam à hora do almoço na cantina,
partilhando o café. Foi o prof mais teimoso que conheci, por vezes no meu
desespero de não arranjar argumentos capazes, eu pensava, “Ele faz-se de burro!
Este prof é impossível e intragável! Desesperante!”.
Nunca esqueço a sua voz monocórdica, nas sessões realizadas no
anfiteatro, a explicar o “processo” e o “projêcto” com o seu sotaque de
Matosinhos; com ele vivemos um pouco dos seus projectos - Casas sociais SAAL, Bouça, Porto, Casas do
Barredo, Porto, Casa azul de Sto Tirso, Bairro habitacional da Malagueira,
Évora, Banco de Vila do Conde, edifício Bonjour Tristesse, e outros projectos
para Berlim. A sua Bomba Amarela (Casa Beires) foi a maior lição de
arquitectura que ele partilhou com todos os seus alunos. A sua experiência como
arquitecto/professor e os seus projectos ficavam a “fermentar” na nossa cabeça,
favorecendo e enriquecendo o nosso processo de mudança interior e criativo –
ser aluno do Siza era isto, ter a oportunidade para acompanhar e seguir o seu
caminho. Era a Escola do Porto! Tive a sorte de assistir a uma apresentação de
uma obra dele, que já não lembro qual, e entender exactamente a sua forma de
ler e interpretar a malha urbana de uma cidade e abriu-se uma janelinha na
minha cabeça, que provocou uma verdadeira revolução interior, alterando todos
os conceitos que habitavam o meu pensamento. De repente concluí o curso de
arquitectura com a melhor nota, um dezasseis e adquiri uma visão diferente
sobre os aglomerados urbanos, que me acompanha até hoje.
Visitei a Bomba Amarela diversas vezes, e tanto a piscina de Leça, como
a Casa de Chá fizeram parte dos meus momentos de lazer ao longo de alguns anos.
Se soubesse o que sei hoje não andaria à chuva a medir caixilharias,
mas era preciso saber o que sei hoje! Obrigada Siza! São 92 anos. Que contes
muitos mais! (25|06|2025)
07 julho, 2025
"CARTA DE UM CONTRATADO" - António Jacinto
04 julho, 2025
"FELIZ ANIVERSÁRIO PRESIDENTE" - Manuel Victória Pereira
02 julho, 2025
Tabuleiro de xadrez explosivo jogado por várias mãos
Tabuleiro de
xadrez explosivo jogado por várias mãos
Pouco percebo de política internacional, mas…
Vamos colocar os dados na balança:
- O Irão,
antiga Pérsia, com um território composto por uma área de 1 648 195 km2, é a
segunda maior nação do Oriente Médio e a 18.ª maior do mundo. Com mais de 77
milhões de habitantes, o Irão é o 17.º país mais populoso do mundo. É um dos
países mais antigos do mundo que começa com a formação do reino de Elam em 2800
a.C., ou seja, tem 4800 anos. Nunca foi colónia, e já experimentaram um regime
dito moderno, manipulado pelos Estados Unidos e parece que não gostaram. Em
1979 fizeram uma revolução e iniciaram um novo caminho, bom ou mau, é o caminho
deles, que foi referendado.
Capital: Teerão
Emissões de CO₂
per capita: 7,67 toneladas métricas (2022) Banco Mundial
Taxa de
fertilidade: 1,68 nascimentos por mulher (2022) Banco Mundial
Taxa de
crescimento do PIB: 5,0% mudança anual (2023) Banco Mundial
Produto Interno
Bruto: 404,6 bilhões USD (2023) Banco Mundial
PIB per capita:
4 465,64 USD (2023) Banco Mundial
Renda Nacional
Bruta: 1,598 trilhões PPP dollars (2023) Banco Mundial
1º país a
reconhecer o Estado de Israel.
- Os Estados
Unidos da América um país muito maior com uma área de 9 867 000 km² e uma população
de mais de 330 milhões de habitantes, o país é o quarto maior em área total, o
quinto maior em área contígua e o terceiro em população, porém, foi colónia inglesa
desde o sec. XVI e organizou-se como país independente em 1776, ou seja, tem apenas
249 anos de existência, conhecido como o país das oportunidades e pretende
mandar no mundo.
PIB per capita:
82 769,41 USD (2023) Banco Mundial
Capital:
Washington, D.C.
Emissões de CO₂
per capita: 14,56 toneladas métricas (2022) Banco Mundial
Taxa de
fertilidade: 1,66 nascimentos por mulher (2022) Banco Mundial
Taxa de
crescimento do PIB: 2,9% mudança anual (2023) Banco Mundial
Produto Interno
Bruto: 27,72 trilhões USD (2023) Banco Mundial
PIB per capita:
82 769,41 USD (2023) Banco Mundial
Renda Nacional
Bruta: 27,58 trilhões PPP dollars (2023) Banco Mundial
- Israel
– a criação do Estado de Israel aconteceu no dia 14 de maio de 1948, por
intermédio da Organização das Nações Unidas, como parte da divisão da Palestina
entre árabes e judeus, situação nunca aceite pelos primeiros. Os judeus são um
povo espalhado pelo mundo, em permanente conflito desde a Antiguidade, e agora
com 67 anos de existência entende que pode massacrar os palestinianos e até interferir
com o Irão.
Capital:
Jerusalém
Emissões de CO₂
per capita: 6,46 toneladas métricas (2022) Banco Mundial
Taxa de
fertilidade: 2,89 nascimentos por mulher (2022) Banco Mundial
Taxa de
crescimento do PIB: 2,4% mudança anual (2023) Banco Mundial
Produto Interno
Bruto: 513,6 bilhões USD (2023) Banco Mundial
PIB per capita:
52 642,43 USD (2023) Banco Mundial
Renda Nacional
Bruta: 518,1 bilhões PPP dollars (2023) Banco Mundial
Neste conflito muitos tentam justificar o ataque ao Irão como tentativa
de eliminar a possibilidade do Irão ter a Bomba Atómica, seguindo um critério
duvidoso: uns podem ter e outros não. E assim se organiza o mundo! Parece que
há o mundo dos bons e o mundo dos maus. Já foi assim durante o período da
guerra fria, uns temendo-se aos outros, para no fim termos um Putin, amado por
uns e odiado por outros, e um Trump que se acha dono do mundo, odiado por
muitos mais, pondo em perigo a segurança mundial, apesar de ocasionalmente ter
uns flashs de bom senso, que baralham o mundo.
O perigo de um Irão com Bomba Atómica, pode ser o perigo de um Iraque
cheio de armas de destruição em massa, em 2003, que afinal já não existiam,
tendo o próprio presidente Bush admitido o erro dos Estados Unidos na avaliação
da situação. Consequências: após a queda de Saddam Hussein, o Iraque enfrentou
um período de grande instabilidade, incluindo uma insurgência sectária, guerra
civil e ascensão do Estado Islâmico.
Também pode ser o perigo de Muammar Kadafi, líder da Líbia, que renunciou
ao programa de armas nucleares e químicas da Líbia em 2003, como parte de um
acordo para melhorar as relações com o Ocidente. Barack Obama, presidente dos
Estados Unidos afirmou que a morte de Muammar al-Gaddafi "marca o fim de
um longo e doloroso capítulo para o povo líbio". Consequências: A morte do
antigo líder líbio poderá ser considerada um crime de guerra, segundo o
Tribunal Penal Internacional, houve esperanças de que a Líbia pudesse iniciar
uma transição para a democracia, no entanto, a realidade foi bem diferente. O
país rapidamente se dividiu em facções rivais, com diferentes grupos armados
lutando pelo controle de áreas estratégicas e de recursos.
Alguns cidadãos ainda recordarão a guerra do Iraque transmitida em
directo pela TV, e a vergonha da famigerada Cimeira das Açores, entre os
líderes de Portugal (José Manuel Durão Barroso), Estados Unidos (George W.
Bush), Reino Unido (Tony Blair) e Espanha (José Maria Aznar, e a reviravolta
que levou a Líbia. Muitos estarão como eu, desconfiados das boas intenções dos Estados
Unidos da América.
Isto é um tabuleiro de xadrez explosivo, onde não há bons nem maus, com
os americanos a ter sempre "dois pesos e duas medidas" (os judeus são
os donos da massa nos States) e a lutar pelos pontos geo-estratégicos onde
possam tirar grandes vantagens simulando, que são os guardiões do mundo, quando
foram o único país a utilizar bombas atómicas em combate, lançando-as sobre as
cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial.
Num dia Trump defende possível "mudança de regime" no Irão e
vai entrar na guerra desencadeada por Israel, no outro dia quer que a guerra
acabe no dia do seu palavrão proferido, porque nem Israel nem o Irão
respeitaram o cessar-fogo, e parece zangado pela falta de palavra, como se ele
tivesse alguma. Daqui até ao dia da publicação do jornal, certamente mudará
tudo novamente.
A mudança regime do Irão deve ser feita a partir do interior do Irão,
assim eles queiram! Regime fechado que respeitando ou não os direitos humanos,
não precisam que a América decida por eles. Os iranianos não são mentecaptos, quando
quiserem mudar de regime, eles mudarão.
Imaginem o Irão afirmar que os Estados Unidos devem mudar de regime!!!
Ou um dia, algum deles afirmar que em Portugal temos que mudar de política!!!…
Na verdade, não daria a camisola por nenhum deles!
Publicado em NVR 2|07|2025