03 dezembro, 2025

"MUDANÇA DE IDADE" - Mia Couto

 


"MUDANÇA DE IDADE" - Mia Couto

https://vocaroo.com/17spMNKJVrI2

Voz: Anabela Quelhas

file:///E:/radio/audio/161%20-%20Mudan%C3%A7a%20de%20idade%20-%20Mia%20Couto.mp3

A CRUELDADE DO SER HUMANO

 

A CRUELDADE DO SER HUMANO

A maioria dos policias não são violentos, nem perigosos, não são racistas, mas os que são, devem ser severamente castigados. O discurso de ódio contra os imigrantes favorece a motivação para o mal e a banalização do mesmo, favorecendo situações dúbias para a dignidade humana.

Sinto uma profunda indignação perante os actos de exploração e escravatura, neste caso dos imigrantes, um sentimento partilhado por muitos, face à gravidade dos acontecimentos ocorridos aqui em Portugal. A situação expõe uma "crueldade do ser humano", que choca a consciência pública. E quem são os autores? Portugueses, nascidos e criados aqui.

A discussão pública e as reportagens de investigação têm precisamente como objectivo impedir o branqueamento destas situações, atirando luz sobre as falhas e os crimes cometidos, inclusive por elementos das forças de segurança, que deveriam proteger os cidadãos.

A banalização do Mal, a passividade ou a normalização de condições de vida desumanas e de exploração em herdades e comunidades rurais (como no Alentejo e Setúbal) é um aspeto vergonhoso que tem sido sublinhado pelos comentadores e jornalistas que acompanham o caso. Como é possível ninguém se ter apercebido de nada? Como? Desta vez, foram os imigrantes, amanhã serão os nossos vizinhos, depois os nossos amigos e família e, finalmente, seremos nós. Que vergonha!

Os detalhes são escabrosos e sempre têm pontos semelhantes, a outras situações, que ocorrem noutros lugares, até noutros tempos.

Retirar documentos de pessoas frágeis, em território estranho, impor o medo e a dependência extrema, fazem parte da velha técnica. A vulnerabilidade destas pessoas torna-as alvos fáceis para redes criminosas, permaneçam legal ou ilegalmente no território.

A Justiça tem agora a responsabilidade de aplicar castigos severos e rápidos, que sirvam de exemplo para não se repetirem. Receio que tudo seja esquecido daqui a umas semanas.

Estes casos trágicos servem como um alerta para a sociedade portuguesa sobre a necessidade de vigilância constante, solidariedade e de políticas eficazes que garantam a integração e a protecção de todos os residentes no país, independentemente da sua origem.

Parece que os proprietários das herdades não são os arguidos principais nos processos de tráfico humano, embora a situação varie. O esquema frequentemente envolve empresas de subcontratação ou angariadores de mão-de-obra que servem de intermediários. Estes gerem diretamente os trabalhadores, ficando responsáveis pelo seu alojamento (muitas vezes em condições degradantes), transporte e pagamento.

Até que ponto os proprietários das terras, que contratam os serviços destas empresas intermediárias, podem não ter responsabilidades? Então nem sequer têm curiosidade de falar com os trabalhadores para ver se tudo corre bem, se lhe pagam e principalmente o que fazem agentes da GNR dentro da sua propriedade? Isto será uma negligência conveniente da parte de quem tem grande interesse económico nos seus bens? Como se costuma dizer, parece-me que a procissão ainda vai no adro.

Não sei quantas horas trabalham, o testemunho de uma trabalhadora (pareceu-me ser mulher, não consegui ver de novo) dizia até um pouco conformada, que recebia 80 euros por mês, mas que vivia num alojamento com água e luz, como se isso fosse algo a valorizar nesta barbárie.

Em pleno século XXI, estou triste.

Publicado em NVR 03|12|2025

19 novembro, 2025

CONTRADIÇÕES MARADAS

CONTRADIÇÕES MARADAS

A política de alguns partidos está ansiosa, há muitos anos, para alterar a lei da greve. Por que será?

O direito à greve, é um direito fundamental dos trabalhadores, consagrado na Constituição Portuguesa, artigo 57.º (1976), e sofreu alterações em 1982 coma a AD, 1989 e 1997 com Cavaco Silva. O que se esperava com Montenegro? Tão previsível!

A greve é o direito dos trabalhadores paralisarem a sua actividade laboral, de forma pacífica, para defender os seus interesses profissionais e sociais. Isso significa que os trabalhadores têm o direito de decidir não trabalhar, sem sofrer represálias ou sanções, para pressionar os empregadores ou o governo a atender às suas reivindicações, como melhorias salariais, condições de trabalho, etc.

O direito à greve é um instrumento importante para os trabalhadores negociarem com os empregadores e é protegido pela lei, desde que seja exercido de forma pacífica e respeitando os limites legais.

Mesmo assim, José Sócrates em 2009, não resistiu em definir os serviços mínimos, já que não conseguiu gerir alguns conflitos laborais:

·      Serviços de saúde e assistência médica

·      Serviços de segurança pública

·      Serviços de abastecimento de água e energia

·      Serviços de comunicações

·      Serviços de transporte aéreo

·      Outros serviços considerados essenciais para a segurança e bem-estar da população

Os quatro primeiros já bastavam e compreensíveis, os dois últimos abriram portas para alguns políticos aguçarem os dentes.

Agora Luís Montenegro, propôs alargar os serviços mínimos a mais sectores, incluindo creches, lares, abastecimento alimentar e serviços de segurança privada de bens ou equipamentos essenciais, como parte do pacote laboral.

E eu questiono-me mais uma vez, sobre o que é uma greve? É só para encher os noticiários, descontar os dias de greve aos trabalhadores, e autorizar manifestações de rua?

Qual é o resultado se a sociedade não for lesada de alguma forma? Estamos com crises de identidade ou a olhar cada um para o seu umbigo? Já não sabemos onde se posiciona o fiel da balança?

Já não bastam os trabalhadores com contractos precários hesitarem em fazer greve, com receio de represálias? E aqueles que trabalham clandestinamente?

E quais são as reivindicações dos trabalhadores, que os fazem declarar greve:

·      Melhores salários

·      Melhores condições de trabalho

·      Redução da carga horária

·      Estabilidade no emprego

·      Direitos laborais

·      Outras questões específicas do sector ou empresa.

A greve é um meio dos trabalhadores fazerem ouvir a sua voz e lutarem pelos seus direitos e interesses. Se os governos definem serviços mínimos muito amplos, o impacto da greve é reduzido, quantos mais serviços essenciais continuam a funcionar, menor é a pressão sobre os empregadores ou o governo.

Exige-se reflexão e saber de que lado nos posicionamos.

Salve-se quem puder? E onde fica a dignidade e o respeito pelo ser humano e as suas condições de vida?

 Publicado em NVR 19|11|2025

" OLHOS ESTANCADOS" - Graça Vilela



https://voca.ro/1cdDRjrRtzJU


Voz: Graça Vilela

16 novembro, 2025

antecipando

 

PLAZA MAIOR - SALAMANCA

Para apreciar pela primeira vez, em noites frias e com muita luz, em boa companhia.

12 novembro, 2025

Sugestões já sugeridas neste jornal

 

Sugestões já sugeridas neste jornal

Numa tentativa de melhoria rápida de alguns pontos negros da cidade, para haver algum desbloqueamento do trânsito em horas de ponta, é necessário reflectir sobre certas situações, para melhorar significativamente a urbanidade dos Vila-Realenses. É sempre bom reconhecer falhas, rever conceitos sobre o funcionamento urbano e criar novas soluções, que resolvam problemas das pessoas. Numa cidade feliz é urgente ter cidadãos felizes, sem filas de trânsito e que os automóveis não encham as ruas.

1 - Após o Domingo de eleições, os bancos de granito localizados no acesso ao Hospital da Luz foram removidos. Não sei para onde foram, espero que não voltem para o mesmo sítio, já que condicionavam o acesso automóvel, ao Hospital da Luz.

2 –A Avenida da Europa exige a deslocação de uma paragem de autocarro e localização de pequena rotunda, para não se duplicar o trânsito e facilitar a saída da Escola Diogo Cão.

3 – O mesmo problema na saída da Escola Morgado de Mateus, na ligação com a Rua Nossa Senhora dos Prazeres.

4 – Gosto do Pioledo com 2 sentidos, porém há que resolver a circulação dos automóveis, que descem a Rua D. Dinis e pretendem virar à esquerda, evitando dar a volta ao Mercado.

5 – O conhecido cruzamento do sinaleiro, não precisa de obras futuristas descabidas para esta cidade. Necessita apenas de um novo acesso à ponte, contornando o edifício da marisqueira Amadeos, para que a ponte funcione nos dois sentidos, sem sinais luminosos. Sugeri esta solução há muitos anos, aqui neste jornal.  Esta seria uma obra um pouco mais complexa e deveria ser a oportunidade para renovar a Av. 1.º de Maio, alargando o passeio marginal, transformando-o num grande passeio público, cobertura de um estacionamento inferior de dois pisos, capaz de resolver alguns problemas: paragem segura para autocarros de turistas, que se dirigem ao museu ou ao centro histórico, animação do comércio da Av. 1.º de Maio, apoio ao Centro de Saúde e requalificar aquela vertente do Corgo, que apresenta algumas construções clandestinas, que degradam a paisagem, e atrofiam o caminho pedestre que vai até à parte inferior da ponte metálica. Um grande estacionamento, arquitectonicamente integrado na margem direita do Corgo, resolveria o acesso que todos querem ao centro da cidade. A ideia não é nova, já houve um projecto, mas desconheço-o. Um estacionamento não tem que ser um mamarracho, pode ser discreto e muito útil. Veja-se o exemplo da Cidade Histórica de Toledo, Património Mundial da UNESCO como resolveram a proximidade ao centro histórico com um grande estacionamento numa das suas vertentes, perfeitamente integrado na volumetria da cidade. Esse grande passeio público que proponho, poderia ser polivalente: zona de permanência virada para o rio, aproximando-o da cota alta, com um alinhamento de diversos MUPIS, para divulgação cultural, e funcionaria como o grande ponto de contacto dos visitantes com a cidade, com acolhimento cultural e paisagístico único, sem criar conflito com o trânsito diário da cidade.

O que temos agora? Um museu sem espaço para acolher um autocarro. Os autocarros ou param no estacionamento do Hotel Miracorgo, ou param no meio da Av. 1.º de Maio, sem segurança e complicando o trânsito.    

6 – Finalmente peço um sinal, a colocar no acesso ao restaurante Panorâmico da UTAD, informando os automobilistas que a partir de certo ponto, a rua tem 2 sentidos.

Nesta cidade criou-se um mau-estar ao falar-se de automóveis, pois realizou-se toda uma reorganização a favor dos peões, e muito bem. Agora é necessário resolver os pontos de conflito, ou seja, alguns problemas que daí resultaram, próprios de cidades desta dimensão.

Publicado NVR, 12|11|2025

DACTILOBSCENO - Manuel Vitório Pereira



https://voca.ro/12je2qQq6Yjz

Voz: João Carlos Carranca

11 novembro, 2025

50 ANOS DE ANGOLA INDEPENDENTE



50 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA

 



    






05 novembro, 2025

Banda desenhada

 

Banda desenhada

Hoje tenho a tarde por minha conta.

Tarde chuvosa, as folhas acentuam a alopecia das árvores, uma poltrona em espaço aquecido, a hora mudou, uns blues de musiquinha de fundo e um livro do Asterix à minha espera: “Asterix na Lusitânia”.

Entrei para o mundo da leitura pela porta da BD e é sempre bom voltar.

Investi muitas horas a ler BD, sou daquelas que colocava a revista de BD no meio dos livros escolares e fingia estudar, quando a minha mãe espreitava para vigiar o que eu andava a fazer. 

Mais tarde como professora de Artes Visuais, explorei muito essa área com os meus alunos. Parecia motivante, os alunos aderiam muito bem a estas actividades, mas rapidamente descobriam que é uma das formas de comunicação mais difíceis. É considerada a 8.ª arte. O resultado é brutal, porém o processo construtivo é extremamente complexo.

É necessário conhecer toda a linguagem própria da BD, ter uma narrativa interessante e apelativa, dividi-la por partes, criar um guião ou um roteiro, articular as partes com desenhos, criar diversas pranchas (páginaa), organizar tiras e vinhetas, com geometria e regras de composição já interiorizadas.

De seguida é necessário fazer diversos esboços para serem seleccionadas as personagens que entram na narrativa, para se desenhar no interior de dada vinheta; inventar os planos, os cenários, planear os espaços para os cartuxos, as legendas, e os balões. Decidir se há narrador ou não…

Tudo deve estar perfeitamente em sintonia, o texto e a imagem sofrem constantes avaliações, correcções ou adaptações. Depois tem de haver a habilidade de desenhar cada personagem com o mesmo rosto, corpo e vestuário nas diversas vinhetas. É necessário escrever o texto alinhado na horizontal e integrado à forma de cada balão, desenhar onomatopeias e signos cinéticos, que dão som e movimento à narrativa, prendendo a atenção do leitor.

Depois de tudo vem a cor, com uma simbologia própria capaz de gerar emoções, e contrariar a monotonia de cada tira ou prancha.  

Finalmente é preciso o leitor ler, gostar, criar empatia imediata e ultrapassar o gostar; é necessário criar um vínculo com o leitor, para que volte, leia outra vez e entusiasme os amigos a ler também. O leitor não se pode cansar a ler BD, se isso acontecer ele abandonará o livro e não voltará mais.

A BD nasceu por volta dos anos 30 do século passado, inicialmente impressa depois digital. Pode ser uma simples tira, uma página inteira, uma revista ou um livro. Inicialmente, quando tudo era desenhado manualmente, envolvia sempre grandes equipas para concretizar tão grande empreitada. A tecnologia simplificou muitas tarefas. Se um livro é difícil de executar, uma BD é muito mais difícil.

A BD é uma das maiores artes de comunicar. Contam histórias de forma visual e emocional, criando uma conexão forte com os leitores. A ilustração oferece uma experiência visual única, há diversos géneros e personagens inesquecíveis e integram aquilo a que se chama a cultura popular.

Quero aqui deixar homenagem a todos os autores que animaram a minha geração, e são muitos, desde os livrinhos de cowbois à Disney, e deixando a indicação para os mais novos leitores, Tintins, Mafaldas e Asterix são imperdíveis.

Publicado em NVR, 05/11/2025

"ONDE VAIS?" - Bárbara Bandeira



https://voca.ro/1mcct9ntjpc4

Voz: Anabela Quelhas

file:///E:/radio/audio/149%20-%20onde%20vais%20-%20barbara%20bandeiraa.mp3

Música: Carminho

https://www.youtube.com/watch?v=gIP1hwTJOvs



 

31 outubro, 2025

HALLOWEEN 25


 Esta semana foi uma semana de tristeza e dor, nem ousamos combinar algo para nos divertir no Halloween. Cada um está com o seu luto, triste, decepcionado com a vida, sem disposição para rir, a reflectir sobre a nossa pequenina dimensão. Relativizar os problemas acho que é o caminho, aguardemos melhores dias, porque a vida é um sopro. Beijinhos.

"DA MINHA ALDEIA VEJO QUANTO DA TERRA SE PODE VER DO UNIVERSO! - Alberto Caeiro heterónimo de Fernando Pessoa


 "DA MINHA ALDEIA VEJO QUANTO DA TERRA SE PODE VER DO UNIVERSO! - Alberto Caeiro heterónimo de Fernando Pessoa

https://voca.ro/17lb2aC5Nosl

Voz: Anabela Quelhas

file:///E:/radio/audio/147%20-%20Da%20minha%20terrra%20vejo%20-%20alberto%20Caeeiro%20Fernando%20Pessoa.mp3


22 outubro, 2025

A política está complicada.

 


A política está complicada.

Palestina | Israel - um acordo frágil, já ninguém acredita em nenhum dos lados, nem em Trump. Nós, ocidentais, não percebemos nada sobre este assunto milenar sem solução satisfatória para as partes.

É urgente a paz!

Trump é vaidoso, gostaria mesmo de um Nobel da Paz, mas penso que terá de se portar bem, durante algum tempo. Génio diplomático? Será? A caneta que assina documentos é daquelas, cinco ponto zero, adequada a míopes, e ele gostaria muito de a usar em Oslo.

[A propósito de Nobel, Lobo Antunes, mais uma vez ficou para trás – falta-lhe uma Pilar.]

Temos uma pausa, temos um cessar-fogo precário, mas não vislumbro nenhum acordo de paz. Espero estar enganada. O que haverá após um nó cego, a guerra, o caos, o inferno? O que vem aí? Não faço ideia. Talvez seja o fim do mundo; o recomeço com a fisga, a pedrada, o arco e a flecha é uma probabilidade.

Agora nós!

Favaios sai vencedor e muito bem, visivelmente mais bem preparado do que os outros, mas com pouco destaque nos orgãos de informação nacionais. Portugal continua a ser Lisboa e Porto e se querem que eu seja franca, às vezes até penso que se vive melhor assim – pensamento geriátrico que me ataca as articulações no início do Outono.

Digeridas as autárquicas apresentam-se os preparativos para as presidenciais. A sociedade movimenta-se.

Sinto-me perplexa, confusa, por vezes ponho em causa a minha própria lógica.  Não aprecio nenhum dos candidatos, por diversos motivos. Acho que vou deixar de ter leitores e espero que não me insultem na rua. Considero que nenhum tem perfil de líder carismático, capaz de seduzir multidões, com boas estratégias e bons projectos enquadrados nos poderes presidenciais. Aguardo que me façam mudar de ideias, não conheço nenhum pessoalmente, nem fora do rectângulo do meu computador.

Li num semanário:

Homens de meia-idade estão com o almirante.

Marques Mendes conquista as mulheres. (acrescento: não sei por quê)

Seguro é o preferido dos mais jovens e dos mais velhos.

O Outro, digo eu, uma incógnita.

Já me vejo a comer sapos e a engoli-los numa segunda volta, quiçá numa primeira, rematando com embalagem de kompensan-S durante todo o mandato.

O que me inquieta, e traz-me preocupada, é que aprecio mais Rui Rio e Rui Moreira como mandatários de diferentes candidatos, do que os próprios candidatos. Isto não é normal! Isto é uma inversão das circunstâncias. Nunca me aconteceu, estou a ficar com síndroma presidencial, ou insensibilidade a argumentários dejá vu, ou visão raios X Blimunda do século XXI.

Ainda faltam 3 meses, será melhor marcar consulta no psiquiatra, para meditar do divã e fazer uma regressão, para melhorar o meu auto-conhecimento? Juro que gostaria de dar o peito às balas por um candidato, mandar imprimir uma t-shirt com o rosto de um deles, distribuir panfletos, acenar com bandeirinhas e até inventar umas palavras de ordem para gritar nalguma manif. Mas não dá, estou desmotivada.

Manuel João Vieira de novo?

Para ampliar a minha desolação, Raquel Varela é dis(des)pensada (pedida) e pretendiam substituí-la pelo influencer Gonçalo Sousa, amuado daquele partido que faço questão de não escrever nunca o nome, com pensamento altamente corrosivo sobre vários assuntos, auto-titulado macho tóxico.

Venha o Almirante e os kompensans!

Vou mazé ouvir o organista Przemyslaw Kapitula – uma das coisas muito boas desta cidade, que poucos usufruem, porque não querem. E depois vou jantar, num sítio onde se possa cear por volta das 23h, que ainda não sei onde será. Há pouco por onde escolher, para além do famigerado hambúrguer. Lá se vai o glamour de uma ceia, após um concerto, em boa companhia.

Publicado em NVR 22|10|2025

AMOR ÓDIO


 

"TIMIDEZ" - Cecília Meireles




Voz: João Carlos Carranca

20 outubro, 2025