20 junho, 2022

A LÍNGUA PORTUGUESA DEU-ME TUDO AQUILO QUE TENHO

 Quando algo me interessa muito, faço este exercício, escuto e tento transferir logo para a escrita, mesmo com frases incompletas. Agora foi assim com o programa da Fátima Campos Ferreira para minha memória. AQ



Ruas cheia de merda e mijo a fermentar ao sol
Morrer de pobreza
Os pobres nunca pedem nada a ninguém
A saudação fascista à professora
As mortes precoces
Eu já fui Zéquinha
As sepulturas como local de visita, sem cruzes testemunho da pobreza da aldeia
Os quistos mortos
O médico vinha a cavalo e era pago com sacos de centeio
Tuberculose
Saber onde estão sepultados os nossos ancestrais desde o século XV
Gaia, Porto, bacalhoeiros
Monte dos Judeus
A faina fluvial
A sra Cockburne
Com 8 anos era pai dos meus pais
O medo e a curiosidade
Os segredos do convento de Paris
Liceu Alexandre Herculano
Amelia deixava-se apalpar por 10 escudos
Amante do reitor
Viana do Castelo
As coristas do Parque Mayer
O pai
Parreirinha de Alfama
Ser do contra sem ser comunista
Joaquim Novais Teixeira
Tertúlia chic em Paris
Luís Bunuel Vittório de Sica Truffaut
O cinema
O Brasil e vontade de ver
O Brasil não se deu comigo
Holanda, a Embaixada do Brasil
Universidade de Amsterdão Montedor
Guia de Portugal
O que dói, é aquilo que se escreve publicar em língua estrangeira
Secretária da rainha da Holanda
Retrato dos holandeses
Literatura portuguesa
Escritor de pepitas de ouro
Jornalismo ensina a ser rápido e breve
Limpar o farfalho
Impulso da fama
Se não escrever não tenho lugar onde pôr a minha raiva
Memória de elefante
Sou tanto português que até dói
O meu êxito é também razão de tristeza
Não fui reconhecido em Portugal
Carviçais Moncorvo, Linha do Sabor
O maquinista pronto para sair
Senhora Queirós
Apaixonou-se pelo genro
As histórias ao redor do comboio
Eu vejo os carris, venderam os caris por dez reis de mel coado e umas gorjetas
Saía-se de S. Bento e entrava-se num mundo estranho e duro, começava-se com o Douro, e depois o fim do mundo
12 h de comboio até chegar aqui
E as partidas
A minha avó começava chorar e a gritar uma hora antes de fazermos as malas
Dramático
Mandavam-se chouriços de comboio para o Porto
De lá vinha mercearia e roupa
A procissão dos mortos
Cemitério do Candal
Entre a fé e a dúvida no catolicismo
O mundo não é só aquilo que sinto e vejo
A salvação
Na Holanda um judeu tornou-se meu amigo e ajudou-me muito sem me conhecer
Tenho a sorte em todos os momentos da minha vida, muitos difíceis, em todos os momentos haver uma salvação
Ernestina, a olhar para o mundo com um binóculo
A política portuguesa é desinteressante e triste
Não há uma elite que tenha capacidade ou vontade de pôr o país a melhorar
A elite dá-se com a situação desde a monarquia
São da nobreza do norte e eu sou da pobreza do norte
Fizemos asneiras inevitáveis
Até no amor tive sorte
Miradouro do Carrascalinho
Barragens que levavam a luz eléctrica para Lisboa e nós ficámos sem ela durante 40 anos
Este é o país vazio, sem gente, sem futuro
Estradas para quem?
A civilização, hoje, mata tudo
A paisagem permanece, paisagens do demo de Aquilino Ribeiro
Espera, espera, espera
Uma pessoa aqui espera por aquilo que não vem bem nenhum
Terras do sem fim
Uma fotografia da minha alma
Uma felicidade e uma negrura
As fragas do Torga
Não dão nada
Dão-me a vista
Uma palavra de incentivo para Portugal:
O sol brilha
Ninguém tem nome no cemitério
O que mais me pende ao meu país é a língua
As pessoas em segundo lugar, mas a língua primeiro
A LÍNGUA PORTUGUESA DEU-ME TUDO AQUILO QUE TENHO
José Rentes de Carvalho
RTP 1 20/06/2022

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