30 maio, 2017

O FATO QUE NUNCA VESTIMOS

Anabela Quelhas—nasceu em Luanda, arquitecta, licenciada pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, discípula do arquitecto José Maria Pulido Valente.
 Desenvolve regularmente actividade relacionada com arquitectura, pintura, vitral, fotografia e artes gráficas, nomeadamente ilustração.
Professora profissionalizada do ensino básico e secundário. Autora de, diversos projectos pedagógicos /artísticos – seis premiados a nível nacional – exposições pedagógicas e registos digitais
Pratica o exercício da escrita criativa e da poesia.

Livro publicado:
"O FATO QUE NUNCA VESTIMOS"
ISBN: 978-972-8546-65-6
Depósito Legal: 424472/17
Capa: Anabela Quelhas
Impressão e Acabamento: Minerva Transmontana, Tip., Lda




Antigamente é que era bom?
            São retratos dum país rural, esquecido do mundo, localizados no tempo da “outra senhora” e por quem muita gente ainda suspira, passados mais de cinquenta anos, revelando memória curta e coração pouco ginasticado.
             O registo de episódios enquadrados num regime político asfixiante é descrito na primeira pessoa, inspirado nos olhares interrogativos de uma garota curiosa e atenta a uma década entre 63 e 73. O privilégio de ter crescido dividida entre duas províncias desse Portugal imenso, uma do Portugal Continental e outra do Portugal Ultramarino, Trás-os-Montes e Angola, deu-lhe uma visão aberta multifacetada, sem preconceitos, sem amarras, sem pretensões de qualquer espécie e permanentemente questionadora da vida e do mundo que a rodeava. É um testemunho aligeirado de “como era” aqui no Portugal Continental, possibilitando uma leitura dinâmica e descomprometida.
            A ordem apresentada é próxima à ordem cronológica da memória, mas sem um fio condutor real, permitindo assim e também, uma leitura desorganizada e desconstruída.
            Leia e compare este país com o resto do mundo, e a sua dimensão temporal completamente desajustada e fracturante. As contínuas referências presentes em rodapé, são janelas que se vão abrindo, para contextualizar de forma ainda mais visível este olhar juvenil.
            Alguns leitores talvez activem a memória e se revejam em algumas destas histórias.
            Esta obra é a primeira de uma possível trilogia, que constitui uma narrativa triplicada, localizada em tempos e espaços diferentes, possibilitando ao leitor presenciar o amadurecimento crítico do seu olhar, sobre o que a rodeava, onde a realidade se sobrepõe ao imaginário ou ao contrário, consoante os casos e a inspiração.

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