03 setembro, 2015

A propósito de Ceuta.


A propósito de Ceuta

                No dia 21 de Agosto de 2015, fez 600 anos que os portugueses tomaram Ceuta e mudaram o destino de um pequeno país localizado no extremo de um continente, abrindo portas para um mundo novo.

                Reservando-me a comentar sobre a área polemica deste acontecimento histórico (a matança de Ceuta), reconheço que talvez tenha sido esta, a porta principal para a globalização do mundo e é disso que nos devemos orgulhar, portugueses complexados com as colonizações, e que os outros países têm e mantêm sem grandes arranhões na sua dignidade.

                Ceuta é hoje o território de contacto entre dois continentes, com uma história que tem Portugal como personagem principal. A História existe e gosto de conhece-la, orgulhando-me ou não dela. E nesta história há sempre várias histórias, a história carniceira (transversal a todos os países e a todas as épocas) e a história da aventura e do conhecimento. Nestas coisas da violência, a história e a expansão de todos os impérios é feita sempre à custa de vidas humanas. Nada me escandaliza sobre o que se passou há 600 anos, porque a vida humana era barata nos conceitos do Homem da época, escandaliza-me sim, a história contemporânea dentro de um contexto de um Homem civilizado que todos pretendemos e assumimos ser. (Os norte americanos continuam a viver num território que pertence aos índios, e revelam-se ferozmente contra as emigrações, enfim… )

                Desloquei-me à cidade do Porto para visitar duas exposições sobre o assunto. Uma localizada no World Discovery, em Miragaia e outra localizada na Biblioteca Municipal do Porto, em S. Lázaro.

                Sobre esta última, exposição ilustrada e inspirada nos excertos do texto da Crónica da Tomada de Ceita de Zurara, que conta com a participação de 10 ilustradores, devo assinalar como de grande qualidade - simples, elucidativa e esteticamente bela. Associar os arcos do claustro do edifício à mostra, através de suportes semi–transparentes, convertem esta exposição em algo surpreendente e original.

                 O presidente Rui Moreira e a sua equipa, estão de parabéns. É preciso pensar, antecipar, organizar e depois partilhar a tempo e horas!

                Consultei a agenda cultural aqui do nosso burgo real – feira das velharias, futebol, observação das estrelas, circuito de Vila Real…..,

                                                                                        ….temos como personagem ilustre, D. Pedro de Meneses, que a maioria desconhece quem é.
Publicado no NVR

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