05 julho, 2013

sentados à minha mesa

Levanto os olhos e e tento descobrir as minhas afinidades com cada um, sentados à minha mesa. Tão diferentes e tão próximos. Tão semelhantes também. Revi a construção da minha amizade com cada um, recuando até ao século passado. Sorri e saboreei a minha muamba, pontuada com cola zero e sublinhada com calcinha de nylon. Uns, serenos, outros agitados, carneiros e balanças são predominantes. Eu, única peixinho, saboreio o ser e o estar dos outros, nas minhas voltas em águas superficialmente tranquilas, analisando e imaginando sempre.
Cada um com o seu tempo vivencial muito próximo do que está sentado ao lado e em frente
Todos sorrimos e nos atropelamos nas palavras, sem prioridades.
Brindámos à saúde e â amizade, esta que nos une e que nos empurra muitas vezes para o prazer de estar sem tempo marcado, sem tarefas e sem pressa de chegar a sítio nenhum.
In “Ensaios de escrita, um projecto sempre adiado” Anabela Quelhas


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