Sinopse: A autora reuniu, numa perfeita combinação, aspectos lendários com factos históricos do qual resultou um romance sobre Joana de Ingelheim. Filha de um missionário inglês e de uma mãe saxónica, Joana, nascida a 814, sente-se frustrada pelas limitações impostas à sua vida pelo simples facto de ter nascido com o sexo errado. O seu irmão Mateus começou a ensiná-la a ler e escrever quando Joana contava apenas seis anos. Com a sua morte, Joana recorre a toda a sua astúcia e capacidade de ludibriar de modo a continuar a dar largas à sua paixão pelo saber. Mais tarde, Joana foge de casa para seguir os passos do seu irmão João, a caminho da escola religiosa na Catedral de Dorstadt, onde ela se torna a única presença e estudante feminina tolerada. É quando surge Geraldo, e a vida de Joana muda ao aperceber-se de que o ama. No entanto, o seu amor é-lhe interditado pelas maquiavélicas manobras de Ritschild. Usando as roupas e identidade do irmão, depois deste ter sido chacinado durante um ataque normando, Joana foge e entra para o mosteiro de Fulda, onde ela se passa a denominar, depois de feitos os votos primordiais, João Anglicus. Trilhando o caminho de monge a padre num instante, enquanto apurava o seu conhecimento e técnicas de cura, Joana começa a traçar a sua rota direita a Roma, onde os seus dons lhe abrem caminho para se tornar confidente e físico curador dos dois papas. É nos meandros de várias intrigas políticas no meio eclesiástico que Joana, ela própria, ascende ao posto de pontífice máximo da Igreja Católica. A Papisa Joana resulta numa fabulosa e vívida recriação do período por nós conhecido como a "Idade das Trevas".
Opinião:
Afinal do século 9 ao século 21, só passaram 12 séculos!!!!
A descriminação da mulher na Idade das Trevas era só um pouco mais brutal. A sociedade também o era em todos os aspectos.
"Acreditava-se que o sangue mentrual azedava o vinho, arruinava as colheitas, tornava as lâminas rombas, enferrujava o metal e infectava a mordedura dos cães com um veneno mortal. Salvo raras excepções as mulheres eram tratadas como se fossem sempre menores, sem quaisquer direitos legais ou de propriedade. A lei previa que pudessem ser espancadas pelos maridos. A violação era considerada uma forma menor de roubo. A educação das mulheres era desencorajada porque uma mulher instruída era considerada não só contra a natureza como também perigosa".
Uma simples descamação do útero ainda hoje tem uma carga negativa na mulher, sinal de castigo da antiga, pobre e bem descriminada Eva. A mulher menstruda faz baixar as claras em castelo, a maionese estraga-se, as colheitas em que toca perdem-se, as sementes nos jardins secam, a fruta das árvores cai, os favos das abelhas murcham e o ferro fica perdido pela oxidação. O cheiro torna os cães raivosos.
No Ocidente a emancipação de algumas mulheres deu-se há 3, 4 décadas. Mesmo assim a violência doméstica permanece e quantos não pensam que uma mulher instruída e autónoma só complica e atrapalha?????
A Idade das Trevas continua a estender os seus braços até aos dias de hoje.
4 comentários:
Belo livro este, uma prenda recebida há já algum tempo.
Ainda hoje as trevas, quando menos se espera, e de quem menos se espera, espreitam, até mesmo (ou será sobretudo?)na nossa Escola.
Triste, triste, é quando as próprias mulheres (por ignorância?, comodismo)se menorizam!
Belo livro este, uma prenda recebida há já algum tempo.
Ainda hoje as trevas, quando menos se espera, e de quem menos se espera, espreitam, até mesmo (ou será sobretudo?)na nossa Escola.
Triste, triste, é quando as próprias mulheres (por ignorância?, comodismo)se menorizam!
A minha sincera opinião é de um sentido elogio a todas as mulheres. Principalmente as mulheres "Pensantes".
Que seria de nós, Homens?
A Idade das Trevas não sei se estará ultrapassada, sei que nunca deveria ter existido.
Excelente Amiga Anabela.
Segui a tua fabulosa narrativa.
Senti que te expressas com um sentido notável sobre as palavras. Não era de esperar outra coisa. Brilhante pesquisa.
Quanto à escola sem ti?
OLha, Anabela nem penses nisso.
Proibo-te! De acordo?
Olha, a nossa Amiga Joana comentou com encanto. Boa, Joana, excelente!
Apenas lhe digo uma coisa que sempre digo quando passo por ela: - Tem calma, Joana!
Pura simpatia por ela, acredita?
Afinal, manda nos D.T.!
Estou a brincar Joana, desculpa.
Bj amigos às duas
pena
o que são 3 ou 4 décadas em 12 séculos? a evolução é lenta minha cara...
não que não me revolte com isso, claro que sim, e sei muito bem que ainda hoje há males que as mulheres sofrem, e não são só de maus tratos, ou de infriorização, mas sim por algumas circunstancias sociais somos vistas de forma diferente dos homens, duma forma negativa.
Mas não podemos negar que as mulheres são diferentes dos homens, inevitavelmente. Em comportamentos, no sexo, nos instintos. Não podemos ser iguais a eles, por isso hoje em dia ainda há descriminação, porque é dificil, mesmo entre mulheres, saber qual é o limite que nos separa deles. Nós temos direitos, os mesmos que eles, ainda assim.
ainda há mulheres que são educadas de forma a acharem que têm direitos diferentes dos homens, do género, cada um no seu lugar, cada um faz o tipo de coisas para o qual está destinado. vejo isso todos os dias, e cai o carmo e a trindade se se diz alguma coisa.....
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