19 março, 2011

Olá Pai

Olá Pai:

Estou perto de ti sem estar.

As nossas dimensões cruzam-se sem necessidade de catalogações terrenas que tudo parametrizam, classificam e justificam.

Sinto a tua falta, apesar de conversar contigo imensas vezes.

Saúdo-te todos os dias, mas falta-me a tua opinião, as tuas observações acutilantes de pessoa experiente e sensível. Falta-me a tua avaliação das coisas que elucidavam as minhas decisões.

Sinto-me sempre a tua filha pequena, frequentemente desobediente, mas sempre protegida por ti.

Hoje recordei-te a conversar com uma amiga, contei-lhe que me obrigavas a pentear o cabelo e traze-lo atado com uma fita azul: Era assim que eu saia de casa, e mal chegava à rua, todos os dias, tirava a fita do cabelo. Aos doze anos frontalmente te desobedecia e andava sempre de cabelos soltos. Passei à fase dos hot paints, das manifs revolucionárias, da fase da régua e esquadro....por aí fora.

Recordei tudo com um sorriso nos lábios.

Gostaria de fazer um replay e viver tudo outra vez retribuindo alguns carinhos que não soube retribuír.

Beijo, anabela

2 comentários:

O Nosso Mundo da Imaginação disse...

Preciosa Colega e Amiga:
"...Hoje recordei-te a conversar com uma amiga, contei-lhe que me obrigavas a pentear o cabelo e traze-lo atado com uma fita azul: Era assim que eu saia de casa, e mal chegava à rua, todos os dias, tirava a fita do cabelo. Aos doze anos frontalmente te desobedecia e andava sempre de cabelos soltos..."

Faço-Te um silêncio com uma vénia de encanto.
Que delícia.
Abraço amigo de respeito profundo à tua pureza, encanto e beleza.
Com admiração constante e comovido.

pena

Sem mais...!
És linda, sabias?
Bem-Hajas.

Anónimo disse...

De facto és linda mesmo!
J.A.