19 novembro, 2025

CONTRADIÇÕES MARADAS

CONTRADIÇÕES MARADAS

A política de alguns partidos está ansiosa, há muitos anos, para alterar a lei da greve. Por que será?

O direito à greve, é um direito fundamental dos trabalhadores, consagrado na Constituição Portuguesa, artigo 57.º (1976), e sofreu alterações em 1982 coma a AD, 1989 e 1997 com Cavaco Silva. O que se esperava com Montenegro? Tão previsível!

A greve é o direito dos trabalhadores paralisarem a sua actividade laboral, de forma pacífica, para defender os seus interesses profissionais e sociais. Isso significa que os trabalhadores têm o direito de decidir não trabalhar, sem sofrer represálias ou sanções, para pressionar os empregadores ou o governo a atender às suas reivindicações, como melhorias salariais, condições de trabalho, etc.

O direito à greve é um instrumento importante para os trabalhadores negociarem com os empregadores e é protegido pela lei, desde que seja exercido de forma pacífica e respeitando os limites legais.

Mesmo assim, José Sócrates em 2009, não resistiu em definir os serviços mínimos, já que não conseguiu gerir alguns conflitos laborais:

·      Serviços de saúde e assistência médica

·      Serviços de segurança pública

·      Serviços de abastecimento de água e energia

·      Serviços de comunicações

·      Serviços de transporte aéreo

·      Outros serviços considerados essenciais para a segurança e bem-estar da população

Os quatro primeiros já bastavam e compreensíveis, os dois últimos abriram portas para alguns políticos aguçarem os dentes.

Agora Luís Montenegro, propôs alargar os serviços mínimos a mais sectores, incluindo creches, lares, abastecimento alimentar e serviços de segurança privada de bens ou equipamentos essenciais, como parte do pacote laboral.

E eu questiono-me mais uma vez, sobre o que é uma greve? É só para encher os noticiários, descontar os dias de greve aos trabalhadores, e autorizar manifestações de rua?

Qual é o resultado se a sociedade não for lesada de alguma forma? Estamos com crises de identidade ou a olhar cada um para o seu umbigo? Já não sabemos onde se posiciona o fiel da balança?

Já não bastam os trabalhadores com contractos precários hesitarem em fazer greve, com receio de represálias? E aqueles que trabalham clandestinamente?

E quais são as reivindicações dos trabalhadores, que os fazem declarar greve:

·      Melhores salários

·      Melhores condições de trabalho

·      Redução da carga horária

·      Estabilidade no emprego

·      Direitos laborais

·      Outras questões específicas do sector ou empresa.

A greve é um meio dos trabalhadores fazerem ouvir a sua voz e lutarem pelos seus direitos e interesses. Se os governos definem serviços mínimos muito amplos, o impacto da greve é reduzido, quantos mais serviços essenciais continuam a funcionar, menor é a pressão sobre os empregadores ou o governo.

Exige-se reflexão e saber de que lado nos posicionamos.

Salve-se quem puder? E onde fica a dignidade e o respeito pelo ser humano e as suas condições de vida?

 Publicado em NVR 19|11|2025

" OLHOS ESTANCADOS" - Graça Vilela



https://voca.ro/1cdDRjrRtzJU


Voz: Graça Vilela

16 novembro, 2025

antecipando

 

PLAZA MAIOR - SALAMANCA

Para apreciar pela primeira vez, em noites frias e com muita luz, em boa companhia.

12 novembro, 2025

Sugestões já sugeridas neste jornal

 

Sugestões já sugeridas neste jornal

Numa tentativa de melhoria rápida de alguns pontos negros da cidade, para haver algum desbloqueamento do trânsito em horas de ponta, é necessário reflectir sobre certas situações, para melhorar significativamente a urbanidade dos Vila-Realenses. É sempre bom reconhecer falhas, rever conceitos sobre o funcionamento urbano e criar novas soluções, que resolvam problemas das pessoas. Numa cidade feliz é urgente ter cidadãos felizes, sem filas de trânsito e que os automóveis não encham as ruas.

1 - Após o Domingo de eleições, os bancos de granito localizados no acesso ao Hospital da Luz foram removidos. Não sei para onde foram, espero que não voltem para o mesmo sítio, já que condicionavam o acesso automóvel, ao Hospital da Luz.

2 –A Avenida da Europa exige a deslocação de uma paragem de autocarro e localização de pequena rotunda, para não se duplicar o trânsito e facilitar a saída da Escola Diogo Cão.

3 – O mesmo problema na saída da Escola Morgado de Mateus, na ligação com a Rua Nossa Senhora dos Prazeres.

4 – Gosto do Pioledo com 2 sentidos, porém há que resolver a circulação dos automóveis, que descem a Rua D. Dinis e pretendem virar à esquerda, evitando dar a volta ao Mercado.

5 – O conhecido cruzamento do sinaleiro, não precisa de obras futuristas descabidas para esta cidade. Necessita apenas de um novo acesso à ponte, contornando o edifício da marisqueira Amadeos, para que a ponte funcione nos dois sentidos, sem sinais luminosos. Sugeri esta solução há muitos anos, aqui neste jornal.  Esta seria uma obra um pouco mais complexa e deveria ser a oportunidade para renovar a Av. 1.º de Maio, alargando o passeio marginal, transformando-o num grande passeio público, cobertura de um estacionamento inferior de dois pisos, capaz de resolver alguns problemas: paragem segura para autocarros de turistas, que se dirigem ao museu ou ao centro histórico, animação do comércio da Av. 1.º de Maio, apoio ao Centro de Saúde e requalificar aquela vertente do Corgo, que apresenta algumas construções clandestinas, que degradam a paisagem, e atrofiam o caminho pedestre que vai até à parte inferior da ponte metálica. Um grande estacionamento, arquitectonicamente integrado na margem direita do Corgo, resolveria o acesso que todos querem ao centro da cidade. A ideia não é nova, já houve um projecto, mas desconheço-o. Um estacionamento não tem que ser um mamarracho, pode ser discreto e muito útil. Veja-se o exemplo da Cidade Histórica de Toledo, Património Mundial da UNESCO como resolveram a proximidade ao centro histórico com um grande estacionamento numa das suas vertentes, perfeitamente integrado na volumetria da cidade. Esse grande passeio público que proponho, poderia ser polivalente: zona de permanência virada para o rio, aproximando-o da cota alta, com um alinhamento de diversos MUPIS, para divulgação cultural, e funcionaria como o grande ponto de contacto dos visitantes com a cidade, com acolhimento cultural e paisagístico único, sem criar conflito com o trânsito diário da cidade.

O que temos agora? Um museu sem espaço para acolher um autocarro. Os autocarros ou param no estacionamento do Hotel Miracorgo, ou param no meio da Av. 1.º de Maio, sem segurança e complicando o trânsito.    

6 – Finalmente peço um sinal, a colocar no acesso ao restaurante Panorâmico da UTAD, informando os automobilistas que a partir de certo ponto, a rua tem 2 sentidos.

Nesta cidade criou-se um mau-estar ao falar-se de automóveis, pois realizou-se toda uma reorganização a favor dos peões, e muito bem. Agora é necessário resolver os pontos de conflito, ou seja, alguns problemas que daí resultaram, próprios de cidades desta dimensão.

Publicado NVR, 12|11|2025

DACTILOBSCENO - Manuel Vitório Pereira



https://voca.ro/12je2qQq6Yjz

Voz: João Carlos Carranca

11 novembro, 2025

50 ANOS DE ANGOLA INDEPENDENTE



50 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA

 



    






05 novembro, 2025

Banda desenhada

 

Banda desenhada

Hoje tenho a tarde por minha conta.

Tarde chuvosa, as folhas acentuam a alopecia das árvores, uma poltrona em espaço aquecido, a hora mudou, uns blues de musiquinha de fundo e um livro do Asterix à minha espera: “Asterix na Lusitânia”.

Entrei para o mundo da leitura pela porta da BD e é sempre bom voltar.

Investi muitas horas a ler BD, sou daquelas que colocava a revista de BD no meio dos livros escolares e fingia estudar, quando a minha mãe espreitava para vigiar o que eu andava a fazer. 

Mais tarde como professora de Artes Visuais, explorei muito essa área com os meus alunos. Parecia motivante, os alunos aderiam muito bem a estas actividades, mas rapidamente descobriam que é uma das formas de comunicação mais difíceis. É considerada a 8.ª arte. O resultado é brutal, porém o processo construtivo é extremamente complexo.

É necessário conhecer toda a linguagem própria da BD, ter uma narrativa interessante e apelativa, dividi-la por partes, criar um guião ou um roteiro, articular as partes com desenhos, criar diversas pranchas (páginaa), organizar tiras e vinhetas, com geometria e regras de composição já interiorizadas.

De seguida é necessário fazer diversos esboços para serem seleccionadas as personagens que entram na narrativa, para se desenhar no interior de dada vinheta; inventar os planos, os cenários, planear os espaços para os cartuxos, as legendas, e os balões. Decidir se há narrador ou não…

Tudo deve estar perfeitamente em sintonia, o texto e a imagem sofrem constantes avaliações, correcções ou adaptações. Depois tem de haver a habilidade de desenhar cada personagem com o mesmo rosto, corpo e vestuário nas diversas vinhetas. É necessário escrever o texto alinhado na horizontal e integrado à forma de cada balão, desenhar onomatopeias e signos cinéticos, que dão som e movimento à narrativa, prendendo a atenção do leitor.

Depois de tudo vem a cor, com uma simbologia própria capaz de gerar emoções, e contrariar a monotonia de cada tira ou prancha.  

Finalmente é preciso o leitor ler, gostar, criar empatia imediata e ultrapassar o gostar; é necessário criar um vínculo com o leitor, para que volte, leia outra vez e entusiasme os amigos a ler também. O leitor não se pode cansar a ler BD, se isso acontecer ele abandonará o livro e não voltará mais.

A BD nasceu por volta dos anos 30 do século passado, inicialmente impressa depois digital. Pode ser uma simples tira, uma página inteira, uma revista ou um livro. Inicialmente, quando tudo era desenhado manualmente, envolvia sempre grandes equipas para concretizar tão grande empreitada. A tecnologia simplificou muitas tarefas. Se um livro é difícil de executar, uma BD é muito mais difícil.

A BD é uma das maiores artes de comunicar. Contam histórias de forma visual e emocional, criando uma conexão forte com os leitores. A ilustração oferece uma experiência visual única, há diversos géneros e personagens inesquecíveis e integram aquilo a que se chama a cultura popular.

Quero aqui deixar homenagem a todos os autores que animaram a minha geração, e são muitos, desde os livrinhos de cowbois à Disney, e deixando a indicação para os mais novos leitores, Tintins, Mafaldas e Asterix são imperdíveis.

Publicado em NVR, 05/11/2025

"ONDE VAIS?" - Bárbara Bandeira



https://voca.ro/1mcct9ntjpc4

Voz: Anabela Quelhas

file:///E:/radio/audio/149%20-%20onde%20vais%20-%20barbara%20bandeiraa.mp3

Música: Carminho

https://www.youtube.com/watch?v=gIP1hwTJOvs