19 março, 2012

Um até já





Passam os anos e as décadas e continuas a habitar no meu velho hábito de sonhar.

Felizmente sonho,

sim,

sonho muito,

acordada e a dormir.

Refiro-me aos sonhos de dormir.

Por isso adoro sonhar, assim não te perdi completamente. Encontro-me contigo naquela dimensão que ninguém sabe definir, como se tudo fosse real, como se fosse aquela rotina de te encontrar todos os dias, como antes. Conforta-me, dá-me ânimo para continuar. Interrompo por momentos aquela estranha e amarga sensação que deixaste plantada dentro de mim no último dia: que estou só no universo.

Quando se perdem os pais, fica-se definitivamente só. Não há filhos,

não há irmãos… ficamos mesmo sós! Só entende isto quem já perdeu, os outros ainda acham que é sentimentalismo e lamechice.

O meu estar virtual contigo é pacifico, com as nossas diferenças bem resolvidas, mas nem por isso amorfo. Tu decidiste ficar de pedra e cal nos meus sonhos. Deves divertir-te a valer ao participares neles, pois eles são tudo menos monótonos… eles são um

pouco da minha imaginação e do meu mundo interior, sempre em constante mudança criativa. Parecem um feed informático.

Gostaria de dar-te a mão como em pequena e ver como tu me parecias al

to e bonito. Sim gostaria.

Um até já entre muitos, enquanto vejo as velhas fotografias.



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