29 setembro, 2006

O MEU TIO


“O meu tio” – filme realizado em 1958, com Jacques Tati

Num bairro moderno, onde tudo é demasiado organizado e formal, talvez por ser demasiado colado ao “moderno”, habitam Monsieur Arpel, a sua esposa e o filho.
A convivência com o irmão da esposa, personagem sonhadora, cheio de fantasia, portador de uma permanente gabardine, semeia a confusão naquele universo antiséptico.
A cumplicidade enternecedora construída entre o tio e o sobrinho, o pequeno Gérard, vítima daquela super organização doméstica, proporciona-nos momentos ingenuamente hilariantes.
O contraste entre a pureza já minimalista da arquitectura moderna dos anos 50, e o bairro popular onde vive, este tio, onde todas as manhãs cumprimenta os seus vizinhos, brinca com as crianças, conversa com o varredor de rua, se preocupa em dar um reflexo de sol a um passarinho que vive numa gaiola, forma uma crítica surreal entre o velho, gasto mas vivido e o novo, limpo e desinfectado.
Revi ontem... absolutamente essencial!

4 comentários:

Anónimo disse...

Me deu vontade em ver também. Já vi 3 vezes no cinema e agora tenho uma fita em video, esta chegando a hora de comprar em dvd.
Ma Rita

Anabela Quelhas disse...

Não gosto de ver repetidamente os mesmos filmes...nem os mesmos livros... este é uma excepção.
Abraço para ti Rita.

Anónimo disse...

olha a proposito, ha um livro que se chama "a boa vida" de Iñaqui Abalos (nao sei se o primeiro nome esta correcto), que dedica um capítulo inteiro sobre a casa.

o livro fala das várias formas de habitar diferentes espaços, e fala desde a forma filosófica de o habitar até à forma literal.

Anabela Quelhas disse...

Merci, sobrinha.