06 novembro, 2024

A desorganização do Planeta Terra

 

A desorganização do Planeta Terra 

É com surpresa, consternação e receio, que temos acompanhado a tragédia de Valência. Após alguns dias, o balanço é assustador, assim como as imagens, que tivemos oportunidade de ver, quase em directo. Mais de 212 pessoas morreram e imensas pessoas continuam desaparecidas, perdidas em toneladas de lamas, dejectos e tudo o que aquelas chuvas repentinas alagaram e arrastaram consigo, automóveis, árvores, pequenas estruturas e uma ponte.

O Planeta Terra tem enviado avisos, cada vez mais frequentes para vários sítios e países; nada está bem neste planeta, que entrou em fase de desorganização progressiva. 

Arriscando mais uma vez a ser politicamente incorrecta ou pouco assertiva, para alguns leitores, na minha modesta opinião, não se influência o comportamento dum planeta com a nossa atitude activa e preocupada sobre a separação de lixos domésticos. Ajuda apenas, mas nada resolve. Mais uma vez vieram a terreiro alguns radicais, que atribuem as culpas à minha geração dos anos 60 e 70 e lembrando como são importantes as manifestações dos ambientalistas que atiram tinta para todo o lado. Enfim!

É demasiado evidente e todos temos consciência, que estes episódios dramáticos estão directamente ligados com as alterações climáticas – aumento de temperatura, seca, chuvas torrenciais, tufões e mais o que se verá, tudo é consequência de um planeta em desequilíbrio e que já é muito difícil contrariar.

Contestar é a forma mais fácil de divulgar esta preocupação, que afinal é de todos, difícil é alterar práticas e estilos de vida. Ninguém quer regredir para o modelo de sociedade rural do século XIX. Todos queremos o nosso banho de manhã, ter água canalizada, despachar detritos pelas redes sanitárias, viver numa casa confortável, de Verão refrescada com ar condicionado, e no Inverno aquecida e com piso radiante. É isto que todos querem e os nossos jovens, que atiram tinta danificando património, também querem e não passam sem o seu telemóvel com rede 5G. Todos queremos ir ao supermercado e comprar carne, peixe, pão, legumes, numa embalagem de plástico higienizada. E todos nós ambicionamos fazer férias, embarcando num voo de avião até um paraíso tropical. Depois separamos lixo, alguns têm painéis solares e carros eléctricos, reciclamos alguns bens domésticos, vendemos roupa para uma segunda mão e ficamos de consciência tranquila, sim, porque pouco mais conseguimos fazer.

O problema é muito mais complexo e consta de uma progressão tresloucada das economias mundiais, desde a revolução industrial, e da transformação do próprio planeta, das suas regiões, com características próprias, e que o Homem foi alterando em seu benefício, especialmente a ocupação indevida do território. Não são só as ocupações dos cursos de água, activos ou inactivos, pela construção urbana acelerada.

Poucos alertam para a mudança nas plantações de produtos. Nunca se viu plantações de kiwis em Trás-os-Montes, abacates, bananas e outros frutos tropicais no Algarve. Agricultores e ambientalistas dividem-se quanto a esta questão – o uso indevido dos solos nas culturas de regadio, a substituir as culturas de sequeiro. E como os átomos não se vêem, seguimos em frente e só quando se transformam em tragédia é que levamos com os átomos da desgraça na cabeça.

Foquei apenas uma situação neste nosso país pequenino, mas de facto a acção galopante do Homem verifica-se em todo o mundo. Refiro-me à construção de grandes cidades nos países árabes, que têm transformado o deserto em oásis gigantescos de luxo e de conquista à natureza. Pouca informação aqui chega sobre as ilhas artificiais, que proliferam pelo mundo, a agricultura efectuada nos desertos (Califórnia, Austrália, Arábia Saudita, Israel), florestação ou revegetação de desertos, alterações na fauna autóctone, dessalinização da água do mar para criar reservas de água, onde nunca as houve, controlando o ambiente e proporcionando uma agricultura “sustentável” (palavra perigosíssima que alivia consciências).  E que me dizem à semeadura de nuvens, que inventaram para chover no deserto? -  Emirados Árabes, Omã e Arábia Saudita.

O Planeta Terra está farto deste monstro chamado Homem. A Terra permite-nos viver cá, mas é como um senhorio rigoroso, temos que zelar pela conservação, não podemos fazer obras, nem mudar os móveis de sítio.

 

Publicado em Notícias de Vila Real 6/11/2024


05 novembro, 2024

PLÁGIO


 Hoje ouvi esta definição de plágio e adorei.

Plágio é o confronto entre a falta de capacidades de um e a admirável genialidade de outro.

04 novembro, 2024

Sonhar é bom, mas fazer acontecer é muito melhor.


Sonhar é bom, mas fazer acontecer é muito melhor.

Não espero

Faço

A arte de fazer acontecer é mágica

É nunca ceder ao marasmo

É gerir a insatisfação constante com criatividade

É ser capaz de transformar incógnitas

Em condições lógicas. 

AQ


03 novembro, 2024