26 março, 2025

AMARELO TANGO - Nicolau Santos


 PARCERIA

Hoje estive no Karranca às Quartas, na rádio Portimão com "Amarelo Tango". João Carlos Carranca chega sempre a horas e tudo corre bem, eu falho muito, salvam-me as novas tecnologias e oiço em diferido. Aqui está!
https://www.youtube.com/watch?v=_WXWYD6Bem4

PAPA-MUSEUS


 “Papa-museus” 

Alguma vez se sentiu cansado e frustrado depois visitar um museu?

Quem não?

Se é um “papa-museus” como eu, percebe certamente a que me refiro. Querer ver tudo em pouco tempo, rentabilizando ao máximo as visitas, exige boa condição física e intelectual, mas encerra com essa sensação.

Há pequenos museus e há museus megalómanos, e alguns ainda têm a própria arquitectura do espaço, que acrescenta obrigatóriamente muito interesse e atenção.

 O Museu do Louvre em Paris, é o museu mais visitado do mundo. A relevância arquitetónica do edifício e o seu espólio, implicam milhões de visitantes por ano; o seu acervo é de aproximadamente 38 mil objectos artísticos realizados desde a pré-história até o século XIX.

Quanto tempo seria necessário para ver todas as obras de arte do Museu do Louvre, com olhos de ver?

O Museu conhecendo esta problemática, já possui diversos percursos para que o visitante possa seleccionar o que mais lhe interessa e simplificar a sua visita.

Sabendo que nós, os seres humanos, apenas temos até 90 minutos seguidos de concentração (estou a ser optimista), o que nos restará depois de uma visita ao Louvre? Chegamos a um ponto e esgotamos a nossa capacidade.

As obras de arte estão nos museus, os livros nas bibliotecas…

Ninguém vai a uma biblioteca e lê todos os livros, porque um livro demora horas ou dias para ser lido. Para ver com olhos de ver uma obra de arte é algo semelhante. Reparem, quem fez uma pintura ou uma escultura demorou dois meses, um ano, dois? E nós demoramos menos de dois minutos para ver essa obra. Considero que é até ofensivo para o autor, porque não nos damos tempo para observar e interpretar a mensagem do mesmo, e muito menos elaborar a nossa interpretação. A superficialidade com que, muitas vezes, observamos as obras de arte, contrasta com o tempo que levamos para apreciá-las e com o tempo que os seus criadores dedicaram para produzi-las.

Talvez isto explique a nossa sensação de cansaço e frustração pela nossa falta de capacidade para absorver tanta informação.

As entradas nos museus raramente são gratuitas e a maioria das vezes, pretendemos aproveitar uma viagem, um passeio para visitar vários museus em pouco tempo. O que fazer?

1 - Deve preparar-se em casa, consultando informação sobre o que irá visitar. A internet é uma ajuda preciosa.

2- Utilize o áudio guia, para obter informação fidedigna e libertar o olhar durante a visita.

3 – Se for acompanhado, tente realizar o seu percurso autónomamente, porque irá ser mais proveitosa, utilizando o seu ritmo e tempo, consoante as suas preferências. Se tiver que ser acompanhado, escolha o amigo certo.

4 - Se entrar preparado, poderá considerar a hipótese de investir mais tempo nas obras mais significativas ou naquelas que mais lhe interessam, atendendo sempre à sua limitação em termos de concentração.

5 – Se tiver que dividir a atenção entre as obras de arte expostas e as características do espaço, por vezes peças de arquitectura únicas e muito especiais, e se permitirem recolha de imagens, não hesite em fotografar, para mais tarde poder rever a visita, activar a memória e melhorar a sua pesquisa posterior, se for necessária.

Na verdade, no final, se lembrarmos 10% do que vimos, já é muito. Acredito que uma boa visita é quando o impacto do trabalho que vimos permanece connosco por muito tempo. Ter o tal amigo por perto pode ser muito útil para trocar opiniões. Quando podemos mencionar algo para os amigos e conectá-lo com a nossa vida quotidiana, interiorizamos melhor o conhecimento, tornando-o mais significativo. Esse é o tipo de impacto que um artista quer ter.

Tente parar e reflectir sobre o impacto do que viu, o que significa para a sua vida quotidiana e na sua relação com o mundo – tenho o hábito de escrever sobre o que vi. O convite à reflexão após a visita torna-se um ponto crucial, pois a arte não é apenas para ser vista, mas para ser sentida e interiorizada.

Se lhe for possível, revisite obras especiais – a emoção talvez seja ainda maior. Além disso, a sugestão de revisitar obras especiais e reflectir sobre o impacto delas nas suas vidas é fundamental para criar uma conexão mais profunda com a arte.

Já repeti diversas vezes Vieira da Silva, Amadeo, Graça Morais, Batarda, Armanda Passos, Almada Negreiros, Chichorro, Nadir Afonso, Aurélia de Sousa, Cruzeiro Seixas,… aqui no nosso Portugal, enriquecendo-me cada vez mais nas novas visitas.

Partilho convosco uma obra muito especial, que merece muito tempo para observação, porque as mensagens e interpretações são inesgotáveis: “Tentações de Santo Antão” de Bosch exposto no Museu de Arte Antiga em Lisboa - é uma obra complexa e cheia de simbolismo, que realmente merece tempo e atenção para ser plenamente apreciada.

Publicado em NVR, 26|03|2025

"O PECADO DO RIO" - Mia Couto



Voz: Graça Vilela

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25 março, 2025

"UBU"


 "UBU"

Realizador: Paulo Abreu

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24 março, 2025

"TRISTEZA DO DESTERRO" - Alexandre Herculano



Voz: Anabela Quelhas

COMPACTO I A V DO PROGRAMA "DE POETA E DE LOUCO TODOS TEMOS UM POUCO"

PROGRAMA DE 1 A 10


António Lobo Antunes | Agustina Bessa-Luís | Miguel Torga | António Ramos Rosa | Mário Henrique de Leiria

Luís Vaz de Camões | José Jorge Letria | Poesia | Zeca Afonso | Pedro Strecht

PROGRAMA DE 11 A 20


Jorge de Sena | Reinaldo Ferreira |  José Régio | Cancioneiro Popular Português | David Mourão Ferreira

Maria Vaz de Carvalho | Sophia de Mello Breyner | Alda Lara | Sueli Costa | Alberto Pimenta


PROGRAMA DE 21 A 30


Adília Lopes | Florbela Espanca| Poesia  | Mário Cezariny | Teixeira de Pascoaes 

Viriato da Cruz | Nuno Júdice | Tomás Lima Coelho | Miguel Torga | Martim Carvalho    

PROGRAMA DE 31 A 40


Luís Vaz de Camões  | Carlos Té e Rui Veloso ! José Luís Peixoto | Alexandre O?Neil |Antero de Quental

Ernesto Lara Filho | Luísa Fresta | José Mário Branco | Chico Buarque de Holanda | Adélia Prado

PROGRAMA DE 41 A 50


José Carlos Ary dos Santos | Almeida Garrett | Zére | Reynaldo ferreira | Maria Teresa Horta

Alberto Fialho Janes | Natália Correia | José Régio | Camilo Castelo Branco | Regina Correia

21 março, 2025

"DESCALÇA VAI PARA A FONTE" - Luís Vaz de Camões



Voz: Martim Carvalho



EM DIA DA POESIA
apresento aqueles que dão voz à poesia no programa "De poeta e de louco todos temos um pouco" e renova-se o convite aos que apreciam poesia para integrar esta experiência com a Universidade FM.


Anabela Quelhas, João Carlos Carranca, Graça Vilela, Martim Carvalho, Manuela Vaz de Carvalho, António Cazal-Ribeiro, Manuel Afonso, Luísa Fresta, Rosa Canelas, Alexandre Favaios e Idalina Ferreira. 

19 março, 2025

COMPACTO V DO PROGRAMA "DE POETA E DE LOUCO TODOS TEMOS UM POUCO"

 DE 41 A 50


José Carlos Ary dos Santos | Almeida Garrett | Zére | Reynaldo ferreira | Maria Teresa Horta

Alberto Fialho Janes | Natália Correia | José Régio | Camilo Castelo Branco | Regina Correia





CAMILO CASTELO BRANCO


PARCERIA: Hoje no Karranca às quartas com Camilo Castelo Branco.

Por Camilo

 

Por Camilo

Em ano de comemoração do segundo centenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, deixo o meu registo de homenagem. 

Antes de ler qualquer obra de Camilo, já via a peça de teatro adaptada da obra “Amor de perdição”. Tinha apenas dez anos e aquilo pareceu-me tão dramático, tão pesado, que ganhei alguns anti-corpos em relação à leitura da sua obra.

Em 1977, conheci a cela onde esteve Camilo, detido na Casa da Relação do Porto, ocupada por retornados. Espaço lúgubre, degradado, dividido por cortinas para abrigar desalojados, acentuou este reflexo obscuro deste escritor, com Ana Plácido à mistura - só mais tarde soube que Camilo se fez acompanhar da sua biblioteca e Ana Plácido do seu piano.

Depois conheci também a habitação onde viveu Camilo com Joaquina de França, em Ribeira de Pena, completamente degradada e miserável.

Estes momentos Camilianos deprimentes construíram em mim um Camilo escritor, em relação ao qual seria necessário desenvolver o sentimento de compaixão, porque era tudo tão mau!!!!

Só mais tarde, com a minha maturidade, consegui integrar no meu percurso de leitora, o verdadeiro Camilo Castelo Branco e a sua escrita.

Camilo foi o primeiro escritor português que fez da escrita uma profissão exclusiva. Escreveu mais de duzentas e sessenta obras, ou seja, mais de seis livros por ano.

É verdade que Camilo, com a sua produção prolífica, não apenas se destacou como um dos primeiros escritores a fazer da literatura uma profissão, mas também capturou nas suas obras as tensões sociais e culturais de uma época em transformação. Ele conseguiu articular, com mestria, as tradições do mundo rural e as influências urbanas, criando narrativas que exploram o amor, o sofrimento, e as complexidades da condição humana.

Talvez o que mais merece destaque é expor o contraste das tradições vetustas do mundo rural e as influências dos ventos europeus da modernidade. A sua criatividade como romancista está presente em todas as obras. A literatura tem o poder de explorar a complexidade das relações humanas e os dilemas sociais de forma profunda e envolvente. Ao abordar temas como amores contrariados, podemos mergulhar nas emoções intensas dos personagens, desvendando as barreiras que os separam, sejam elas sociais, familiares ou internas.

No cárcere, Camilo conhece Zé do Telhado, famoso salteador, de quem acaba por ficar amigo e ao qual se refere na sua obra “Memórias do Cárcere”. Camilo acabará por apoiar “Zé do Telhado” durante o seu processo judicial. Esta obra é um retrato duro, realista, sobre as severas condições de vida no histórico estabelecimento, onde se vivia a pesada justiça oitocentista.

Entre 1862 e 1863, na Casa da Relação, Camilo publicou onze novelas e romances, atingindo uma notoriedade dificilmente igualável. É deste período “Amor de Perdição”, escrito na cadeia em quinze dias, inspirado numa história familiar. Isto revela uma capacidade de trabalho invulgar.

Para finalizar, a última estátua de Camilo, localizada na cidade do Porto, parece um “torpedo”, apenas se salva pela delicadeza feminina e pode ser vista como um reflexo da dualidade presente na sua obra - a dureza da realidade e a fragilidade dos sentimentos humanos.

Camilo Castelo Branco merece ser celebrado não apenas como um autor, mas como um símbolo da resiliência e da luta pela expressão artística em tempos difíceis. A sua homenagem é um convite para que todos nós revisitemos e redescubramos as suas obras, compreendendo melhor a sua relevância na literatura portuguesa e na nossa cultura.

Publicado por NVR 19|03|2025

Partilha com Rádio Portimão no programa Karranca às quartas.

"PRENUNCIAÇÃO" - Regina Correia



Voz: Luísa Fresta

PAI


 Tive a sorte de ter um pai que nunca me descartou em nenhum momento. Nunca me adiou, nunca me ignorou, nunca passou a responsabilidade para os outros, esteve sempre presente nos meus maus momentos, para que eu me sentisse segura e apoiada. Foi um exemplo para mim em tudo. Aprendi tanto!

Hoje pertences ao Universo porém, continua a ser o teu dia..

18 março, 2025

THE FOZ GARDEN STUDIO

ANTECIPANDO

Rua Senhora Luz, 27H, Aldoar, Foz do Douro


Abraço para quem nos recebe.