10 outubro, 2025

Play Time_ vida moderna.

 

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Realizador: Jacques Tati

09 outubro, 2025

GLENN MILLER

 

FABULOSO

O simples guardanapo


 O simples guardanapo

A festa "O Paraíso" ("Festa del Paradiso"), que muitos desconhecem, está ligada à suposta invenção do guardanapo, acessório importantíssimo que hoje, se coloca em todas as mesas onde se fazem refeições.

Antes não era assim, na Idade Média as pessoas não usavam talheres para comer. Os alimentos eram levados à boca com as mãos e a sujidade ou a gordura, que ficava nos dedos, era limpa na toalha da mesa ou nas próprias roupas.

Mesmo os mais cultos, ricos e nobres, tinham esta postura, por vezes um pouco mais rebuscada, em vez de limparem as mãos à toalha de mesa, ou à roupa, permitiam a permanência de animais nas áreas de comer, especialmente, cães, gatos e coelhos, para que os convivas limpassem as mãos nos seus pêlos. Uma nojice! No século XIII, surge a ideia de deixar pedaços de pano suspensos da parede para que a precária higiene fosse feita, mas sem grande sucesso.

Assim se compreende as grandes operações de higienização das toalhas de linho após os banquetes, pois elas deveriam ficar imundas, sendo necessário, muita água a ferver, sabão, cinza, barrela e cora para eliminar toda aquela porcalhotice.

A festa ”O Paraíso” foi um evento grandioso realizado a 13 de janeiro de 1490, em Milão, na corte de Ludovico, para o casamento de Isabel de Aragão e Gian Galeazzo Sforza. A celebração, ocorreu no Castelo Sforzesco, e foi Leonardo da Vinci, mestre de cerimónias do duque de Milão, que organizou e decorou a famosa festa. A festa incluiu uma preocupação decorativa com os guardanapos individuais, substituindo coelhos (vivos) adornados com fitas presas às cadeiras dos convidados, para estes poderem limpar as mãos cheias de gordura nas costas dos animais, o que ele achava muito pouco próprio desses tempos. Decidiu então mudar esse hábito e colocar um pano individual para cada um dos convidados.

O ponto alto da festa, uma festa muitas vezes imitada e nunca igualada, foi o espectáculo oferecido a Isabel, que era muito jovem, que continha  algo inovador para a época - uma encenação com dança, música, jogos de luz e fumo, e uma grande máquina com várias engrenagens que proporcionavam movimento em cima do palco conjugado com personagens mitológicas, Apolo, Júpiter e Mercúrio, até surgir um cavalo mecânico, alusão à enorme estátua equestre que Leonardo tanto desejava ter como encomenda para decorar um mausoléu – coisas da vida de artista, sempre dependente de quem detém o poder.

Voltando aos guardanapos, a decepção foi grande para Leonardo, porque os guardanapos não foram utilizados devidamente. Segundo Pietro Alemanni, «Ninguém sabia como utilizá-lo nem o que fazer com ele. Alguns dispuseram-se a sentar-se em cima dele. Outros serviram-se dele para assoarem o nariz. Outros usavam-no como um jogo. Outros ainda embrulhavam neles as iguarias que escondiam nos seus bolsos e bolsas. E, quando acabada a refeição a toalha de mesa ficava suja como nas ocasiões anteriores, o mestre Leonardo desabafou-me o seu desespero em relação ao insucesso da sua invenção».

O uso do guardanapo individual demorou a ser aceite. Só uns séculos mais tarde se converte num elemento de uso imprescindível nas boas maneiras às mesas, em todas as classes sociais do mundo ocidental.

Publicado em NVR 08|10|2025

08 outubro, 2025

"A VERDADE" - António Ramos Rosa

 


"A VERDADE" - António Ramos Rosa

https://voca.ro/1mdpVAYBND0L

Voz: Anabela Quelhas

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05 outubro, 2025

DIA DO PROFESSOR

ALUNOS MJA 2011






DIA DO PROFESSOR

 


Sou arquitecta de formação e profissão e em paralelo fui professora. Inicialmente enveredei pelo ensino para melhorar a minha condição financeira, em início de carreira de arquitecta dava jeito mais uns escudos, passado uma semana, decidi que não seria só uma experiência, porque enriquecia a minha polivalência, e assim durante muitos anos tive duas profissões, conseguindo dar o melhor nas duas. Profissionalizei-me para melhor entender o processo educativo.

Como arquitecta realizava o exercício da composição diariamente, que acho essencial, e a arquitectura abria-me a porta para o mundo. Como professora realizava todas as experiências plásticas que só é possível realizar na Escola, e eram para mim momentos de descontração e de enriquecimento criativo. Com os alunos abria portas para o interior de cada um deles, para eles poderem sair da caverna e a gostar deles e do mundo.

Foram anos de carreira de grande potencial. Ensinei sobretudo o gosto pela arte e o entusiasmo em realizar trabalhos artísticas, que melhoravam a auto-estima dos alunos. Passei por 7 escolas, e em todas deixei marca, com convites para voltar. Os trabalhos dos alunos estavam sempre expostos, e mesmo aqueles de menor qualidade, arranjava um jeito de o valorizar para estimular o aluno a fazer melhor.

A carreira dos professores tem sido pouco valorizada, tanto em remuneração como em dignificação pública, mas devo salientar duas vertentes muito positivas: Concursos nacionais de lista única e haver uma renovação anual. Em cada ano pode-se ter alunos diferentes, colegas diferentes e até uma escola diferente, isso para mim é muito estimulante. Poder realizar práticas diferentes todos os anos, tiram qualquer resquício de monotonia que me afecta negativamente. Nunca quis saber quem eram os novos alunos e o seu aproveitamento escolar anterior. As artes visuais, que leccionei, foram sempre uma plataforma de renascimento, de renovação e de novas oportunidades.

Lembrar, que os professores precisam de pausas - mais dias de férias e menos horas de trabalho. Ninguém consegue estar todos os dias, operacional, cativante, criativo e colocar-se ao nível de cada aluno (por vezes são mais de 100 alunos/dia), se não tiver pausas de tranquilidade e renovação. Os professores com mais de 60 anos estão exaustos, a sua carreira é longa e desgastante e funcionaram como almofada a todas as reformas tresloucadas que cada ministro quis impor.

04 outubro, 2025

DOURO JAZZ



Em boa companhia

ENCONTRO(S) DE LITERATURA

 

~
ESPAÇO MIGUEL TORGA

Destaco:

Analise da obra "Naus" de António Lobo Antunes - Marina Rocha

Analise da obra  "Ano da morte de Ricardo Reis - Adelaide Jordão