“Não sei, não quero saber” e faltou dizer que tem raiva a
quem sabe.
Foi assim que a Maria de Lurdes Rodrigues terminou a sua
intervenção, ontem no programa da RTP1. Que má intervenção! Estou como o Paulo
Guinote, estou farta de presenciar declarações diferentes conforme os cargos
que ocupam, chama-se a isso ser vira-casacas e ter uma grande lata. Um dos
problemas desta senhora é de facto comparar um professor a um técnico superior
da função pública, esta foi a raiz do problema, e que deu origem a toda esta
trapalhada: Modelos de avaliação para profs copiados ao Chile, avaliação
utópica e desgastante, cargas horárias excessivas, uma carreira com cotas e com
tudo muito bem registado e evidenciado em vários suportes, criando um monstro
chamado burocracia, feita de papéis e registos, que ninguém lê e a abertura a
projectos sem fim, que até já lhes perdi a conta, que pressionam e distraem a
escola do seu foco principal. Formar futuros cidadãos não é igual a trabalhar
em excel como os economistas e engenheiros.
Vimos mais uma vez a arrogância desta senhora, a sua
petulância e o seu não entendimento sobre a profissão mais nobre do mundo.
Há umas semanas foi o ex.-ministro Crato, a meter os pés
pelas mãos e agora esta que me irrita tanto, que me obriga a tomar um
Kompensan. Talvez o próximo seja um tal Albino representante dos pais do
antigamente... e mais tarde, Tiago Brandão. Todos “com culpa no cartório!”
Não sei se estiveram atentos sobre a MANIPULAÇÃO QUASE
INVISÍVEL, como se fosse inevitável a alteração do modelo de recrutamento dos
docentes, eliminando a lista graduada nacional.
Sou completamente contra a contratação directa realizada
pelos directores porque abre um caminho perigoso de possível favorecimento, na
contratação. A autonomia é algo que teoricamente parece bem, mas aqui
funcionará muito mal. O processo actual fica sem a sua característica de
transparência, das mais positivas desde sempre. Sempre soubemos quem nos passou
à frente na lista graduada e porquê.
Confesso, para além
de gostar de ensinar e influenciar os meus alunos nos caminhos da arte, a lista
graduada nacional foi um dos parâmetros que me atraiu à profissão - concorrer,
ser contratada e nunca ter de pedir nada a ninguém, nem procurar cunhas e
favores. O futuro pode ser a surpresa de
alguém que consegue trabalho, porque fez uma boa entrevista e até tem
competências na área do Reiki e do
Ubuntum, para não dizer mais!... Não isso não! todo o processo pode ser
alterado, mas que seja limpinho, transparente e visivelmente centralizado,
recorrendo a plataformas abertas e devidamente organizadas. AQ
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