29 novembro, 2020

IRMÃO SOL. IRMÃ LUA


IRMÃ SOL, IRMÃ LUA

Realizador Franco Zeffirelli

1972

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COCO AVANT CHANEL

 

COCO AVANT CHANEL

Produção:Anne Fontaine

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28 novembro, 2020

A PAIXÃO DE VAN GOGH

A PAIXÃO DE VAN GOGH

Realizadores: Hugh Welchman · Dorota Kobiela

2017

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Amarillis - glass art

 

Amaríllis - peças de autor, Anabela Quelhas


Cravos - glass art

Peças de autor - Anabela Quelhas





 

25 novembro, 2020

B.B.


 

Vai ter de superar ahahah | Vai ter de superar ahahah |Essa minina solta |Essa minina solta… (Giulia Be)

              Rei da bobage | O social básico | Princesa do norte | A pérola do meu colar | O Quintino, o Toy, a Cinha Jardim…

              Observam-se as relações de várias pessoas, maioritáriamente jovens, encerradas numa casa luxuosamente bela, com uma brutal piscina localizada junto ao mar da Ericeira. Rapidamente os humores variam ao longo do dia e da noite, como consequência da personalidade de cada um - é esse o desafio segundo os psicólogos. Através da televisão, temos uma montra de emoções humanas, que podemos olhar em anonimato, a qualquer hora do dia ou da noite. Ou então mudar de canal fazer zapping e estacionar numa esquina qualquer.

              Teresa Guilherme, madrinha dos primeiros Big Brothers, apresenta-se de pele bem esticada, parece passada a ferro. Envelheceu. Em vez de sorrir para cima, faz um esgar com os cantos da boca virados para baixo, parecendo uma caricatura do que foi. A transferência bancária deve ser muito motivadora para a senhora sair de casa ao final da noite e mastigar a falta de privacidade de cada jogador.

              Essa vida “difícil” que eles levam dentro daquela casa é enriquecida por desafios e festas constantes, como se vida fosse assim na vida real. Pareço eu a organizar o Natal na minha casa, pensando e criando entretenimento para a minha família passar dois dias à lareira, sempre divertida e ocupada com situações leves e divertidas.

              Muita luz, muitos balões, muita dança, muita sensualidade, tal qual a vida da maioria dos jovens portugueses, com pais desempregados a viver em bairros sociais. (sou eu a ironizar)

              Vai ter de superar ahahah |Vai ter que superar ahahah | Essa minina solta

              A todas as horas, transmite-se a excessiva preocupação com maquilhagens, com toilettes, como se a vida fosse apenas isto. Falam uma linguagem estranha, que abunda entre os jovens, alternando todas as palavras com “tipo isto” e ” tipo aquilo”, pouco “tás a ver mano”. O “pá” quase inexistente, cedeu lugar ao “tipo”,  o que torna os diálogos um autentico massacre.

              Cada um transporta os seus dramas, com o objectivo de aproximar mais esta realidade virtual, ao mundo dos humanos inscrito na sociedade. E o Dr. Quintino comenta - uma figura  que me deixa enfastiada com tantos metros quadrados de lábios, que parecem uma banheira. O Toy puxa da sua veia poética e com frequência faz uns poemas pimba, onde amor rima com sedutor. Pipoca é fria, seca e mal educada e Fanny parece um parque de diversões.   

              Reality show???será? será tudo menos reality!

              Os desafios colocados são pobres de conteúdo e de finalidade.  Fazer piscinas para somar metros até fazer os quilómetros da distância, daqui ao Brasil, receber bolinhas de recados que vão chegando inesperadamente através de um besidróglio, passear com um balão pendurado na barriga,… isto serve para quê? É apenas competição idiota que vão gerando atritos e cumplicidades, mais nada. Incomodam-me tarefas e diversão sem objectivos válidos. Por vezes têm um desafio focado na reciclagem e na sustentabilidade, com o objectivo de elevar o nível.

              Vai ter de superar ahahah | Vai ter de superar ahahah

              O Big, uma das vozes masculinas mais belas do mundo, Cândido Mota, com um sentido de humor depurado, inigualável e com uma paciência infinita, depois de tantos anos na rádio e no Passageiro da Noite (quem se lembra dos anos 80?), salva o show. A voz vai equilibrando estes jovens que depois de algumas semanas colapsam, demonstrando como são pouco resilientes, bastante ignorantes e facilmente desmontam a pose da roupa e da maquilhagem… Por vezes penso: há 50 anos, estes jovens estariam num quartel ou no mato com uma metralhadora na mão…

              Nos diálogos com Cândido Mota, este por vezes utiliza um vocabulário mais depurado que estes simpáticos jovens “do tipo”, não entendem. Assim percebemos, como eles são “tipo”incultos, como eles têm tanta coisa para aprender… sabem fazer maquilhagens prodigiosas, sabem as letras da música da moda, dançam bem kizomba, despejam letras rap, mas coitados, não leem, não conhecem a língua portuguesa, não sabem fazer contas e não se envergonham da sua ignorância. Fumam, usam unhas de pantera, os rapazes cuidam diariamente do visual, com o seu corte de cabelo tipo capachinho, as meninas usam tanguinhas de praia, mesmo que esteja frio, colocam os pés em cima dos sofás onde depois se deitam os rostos e os cabelos…  Deitam-se às tantas, acordam tarde, raramente limpam a loiça que sujam e assim passam o dia e a noite. Dançam e dançam, mas desconhecem qual é a capital da Austrália, em que continente fica a Croácia e como se faz uma conta de dividir… e o que isso interessa?

              Vai ter de superar ahahah | Vai ter de superar ahahah

              Alguns defendem causas… causas de meninos e meninas da mamã e vão ganhando  uns euros, em cada dia que passa e a esperança de contratos milionários no futuro. Entre estes betinhos afortunados, destaca-se um personagem com comportamento inaceitável e que durante algum tempo massacra o bom senso e a saúde mental dos companheiros, até ser expulso. Um menino que parece ser mentalmente instável, mas que os especialistas afirmam que não será, mas cria conflitos, e torna perigosa a sua permanência dentro daquela casa, para ele e para os outros. Mostra-se vândalo e mau, escudando na sua infância vivida com problemas entre o pais, como se isso justificasse a sua acção maléfica.

              Vai ter de superar ahahah | Vai ter de superar ahahaha | Essa minina solta

              Histórias de superação são expostas ao público… a que preço? Pessoas feitas de histórias, querem um futuro melhor e veem aqui uma janela de oportunidade, os três meses de fama que as poderá catapultar para o sucesso e talvez ganhar os 50 mil euros do prémio final.

              Suponho que dentro daquela casa fechada, o tempo fica incomensurável, refletindo-se em stress, conflitos e paixões rápidas. Incomodam-me os pés em cima dos sofás, os pés em cima das cadeiras mexendo nos pés, enquanto comem, a permanência constante entre almofadas no sofá ou nas cadeiras da piscina, à espera de aviões que arrastam uma faixa com algumas palavras dirigidas aos concorrentes, ao bocejo, à parvoeira e ao ócio continuado..          Apesar de tudo eles são simpáticos, amorosos e as audiências sobem. Que lodo!

              Vai ter de superar ahahah | Vai ter de superar ahahah | Essa minina solta.

21 novembro, 2020

DELICATESSEN

 

DELICATESSEN

Realizador: 
Jean-Pierre Jeunet
1991
Bizarro/horror e divertido
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20 novembro, 2020

CAI A NOITE SOBRE A CIDADE

 

CAI A NOITE SOBRE A CIDADE

Realizador: Jean- Pierre Melville

1972

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18 novembro, 2020

DIVINA CRIATURA

 

DIVINA CRIATURA

Realizador: Giuseppe Patroni

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16 novembro, 2020

ALÉM DAS NUVENS

 

ALÉM DAS NÚVENS

Realizador: Michelangelo Antonioni, Win Wenders

1995

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poético

15 novembro, 2020

NO SMOKING

 

SMOKING

NO SMOKING

Realizador: Alain Resnais

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14 novembro, 2020

ENTREM


 

O DECLÍNIO DO IMPÉRIO AMERICANO

Realizador: Denys Arcand

1986

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13 novembro, 2020

SABER PERDER, DIGNIFICA

 

Saber perder, dignifica


         Nas imagens que correram o mundo com Donald Trump a fazer a conferência de imprensa, é visível a sua postural corporal, encurvado e braços pendurados (you know there, stupid people D.T.), não engana, significa derrota, porém a sua derrota assume acusações verbais tão graves que alguns canais de televisão americana, foram obrigados a cortar a emissão – algo inimaginável.

         Aqui está um péssimo exemplo para a humanidade, oferecido por Trump.

         Ninguém gosta de perder, podemos ficar indispostas, aborrecidos para o resto da vida, traumatizados, mas virar tudo ao contrário acusando os outros, revela má formação, e neste caso, põe em causa as instituições que organizam o processo eleitoral, sob a sua responsabilidade.

         Este caso não merece da minha parte, mais nenhuma referência, mas pretendo reflectir sobre, “saber perder dignifica”.

         Quem luta, quem vai a jogo, quem tem coragem em se expor, arrisca a ganhar ou a perder. Mais importante do que essa coragem, é saber aceitar uma derrota, transformando-a em aprendizagem. Quem aceita derrotas, quem reflecte sobre elas, analisando o que falhou, está a preparar-se para uma próxima vitória.

         O sentimento de frustração que acompanha a derrota, o reconhecimento que, as nossas expectativas falharam, o tempo gasto num certo enquadramento, desapareceu, não são fáceis de digerir, e especialmente se foi utilizado esforço, empenho, resiliência, porém, são esses os eixos do desenvolvimento da aprendizagem que é necessária concretizar. A auto-avaliação, realista e pacífica, dão-nos a perspectiva do caminho a seguir no futuro. Sei que há caminhos já feitos, a fazer, regulares e labirínticos, mas são caminhos, abrem informação e permitem planeamento e acção.

         A derrota é a melhor lição que poderemos ter sobre nós e sobre o que queremos. Reagir agressivamente, sem lógica e teimosamente atirando as culpas para os outros e o desejo de vingança, não dignifica ninguém. É assim na política, no futebol, na vida profissional, na educação dos filhos, na relação com a família e amigos.

         Aceitar uma derrota, faz parte do nosso processo de crescimento interior. Foi assim desde que nascemos. O processo é genético. Quando um bebé cai, chora e tenta levantar-se para continuar a sua aprendizagem da marcha.

         A nossa mente bloqueia com mentiras, desculpas, medos não permitindo sair do patamar da derrota e engordando a vitimização, que não chega nunca a algo vitorioso e digno.

         A derrota é um sinal de fraqueza, mas aceitar a fraqueza é um sinal de inteligência, racionalidade, que levará a futuras vitórias e a um novo grau de civilidade.

         Há um provérbio japonês que diz:

         Pouco se aprende com a vitória, mas muito com a derrota.”

Publicado em NVR - 10/11/2020

á Há um proveHá

08 novembro, 2020

EM CARNE VIVA

 

EM CARNE VIVA

Realizador: Pedro Almodover

1997

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07 novembro, 2020

A inteligência artificial e os humanos

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         Ainda parece um assunto distante de nós, mas, não é, e há várias actividades da nossa vida que envolvem o desempenho da Inteligência Artificial — a utilização dos telemóveis, o robot de cozinha, o corretor ortográfico, as plataformas streaming,  o gps, os tradutores automáticos, a banca digital, os transportes, as luzes automaticas, os alarmes, e muito mais; os jovens utilizam-na diariamente, nos milhares de jogos electrónicos.

            A ciência e a tecnologia unem-se para dar continuidade a algo iniciado há 80 anos, que vai invadindo a nossa vida e alterando a estrutura da vida atual, na saúde, educação, desporto, robótica, economia, trabalho, agricultura e diversão. 

            Se a Inteligência Artificial está cada vez mais presente na nossa vida, deveremos reflectir sobre ela, tentando encontrar, os benefícios e os constrangimentos, daí resultantes.

            A ideia de que as máquinas seriam utilizadas para poupar o esforço humano, idealizando a sociedade perfeita para todos os seres humanos, mais justa, menos violenta, com o andar dos tempos, sabemos que nada disto acontece. Acontece e não acontece. De facto a máquina alterou completamente o mundo laboral, mas para benefício só de alguns. A ilusão de que os trabalhadores iriam trabalhar menos e ganhar mais, não passa de uma verdadeira utopia.

            Actualmente as grandes preocupações com a Inteligência Artificial, ligam-se com a instabilidade laboral, com a diminuição dos pontos de trabalho, a diminuição do poder de compra das famílias e o aumento da pobreza a nível mundial. Certamente irão surgir novas profissões e novas oportunidades de trabalho para quem estiver preparado para este tipo de desafios, o que cria logo à partida uma desigualdade de oportunidades, porque uns estão preparados e outros não. Lembro que vivemos na charneira entre o mundo analógico e o digital e nem todos estarão enquadrados para estes novos desafios. 

            O desenvolvimento tecnológico e o progresso socio- económico estão cada vez mais interligados e ditam os caminhos do futuro, quer agrade ou não. E como vai ser o futuro?

            Sabemos que no futuro e até já no presente, a formação será constante e ao longo da vida… Ninguém pense que em algum momento da vida, não necessita aprender mais. Os pessimistas pensam que a Inteligência Artificial acabará com várias profissões, gerando desemprego e pobreza, os optimistas pensam que a sociedade terá capacidade em reagir, renovando-se com outras profissões. O grande problema é como se gere esta “revolução” e quem a gere. Será uma entidade ou várias entidades inatingíveis, incontroláveis, distantes e impessoais? Uma coisa é certa, a ignorância sempre afectará as pessoas, pela negativa e as deixará para trás. Preparem-se para os novos paradigmas!

            Resta o temor de alguns humanos:

            — O que acontecerá quando um dia uma máquina replicar ou ultrapassar a inteligência humana?

            Faz-me lembrar os criadores do Pinóquio, do Frankenstein e ainda a lenda de Golém…

            Talvez eu seja limitada, mas parece-me esta situação impossível, por considerar o pensamento humano insuperável, já que este é bem mais do que uma sucessão de algoritmos. A nossa mente não é um computador, mas considerando essa hipótese, teremos que repensar a nossa posição no universo ou reduzir-nos à nossa insignificância.

            Os teóricos da Inteligência Artificial continuam a pesquisar sobre a possibilidade de o pensamento humano poder ser integralmente mecanizado, unindo diversas áreas do conhecimento: filosofia, matemática, antropologia, linguística, psicologia, informática. Prepara-se o duelo entre titãs, os filósofos e os cientistas.

Publicado em NVR 3/11/2020

Link da imagem: https://thatto.com.br