24 dezembro, 2019

19 dezembro, 2019

Opera de Garnier

 No retorno a Paris.
Opera de Garnier de novo o encontro com a arquitectura da capital da luz.
Este sítio é simbólico para mim.
Edifício complexo e deslumbrante. Um dia inteiro para admirar detalhes, cor, forma volume e luz. 
Paris é para visitar muitas vezes e eu vou tentar.
Nesta terceira volta, já dei um bom avanço, mas ainda há mais.


(Diário de Viagem - Junho 2019)


MADONAS



 Museu Thyssen

Autor conhecido que não anotei

Menino Jesus magrinho

2017

18 dezembro, 2019

Narrativa de Natal


Narrativa de Natal         
                Fui dar uma volta num sábado de tarde soalheira, pelo centro histórico de Vila Real já vestido de Natal. Esqueci-me da máquina fotográfica e o telemóvel foi o recurso disponível para registar algumas situações que sempre gosto de conservar e lembrar mais tarde. Tentei entrar no espírito natalício, nesta época mágica em que todos somos família e muito amiguinhos uns dos outros, trocando pechisbeques, que não emagreçam muito a nossa conta bancária.
                Há uns anos fiz uma crítica feroz a alguns aspectos dos presépios apresentados no centro histórico de Vila Real, que tinham umas vedações que se usam para vedar buracos do saneamento, denunciando inexperiência e má improvisação por parte da CMVR. No ano seguinte tudo foi alterado, para melhor. Parabéns.
                Este ano, devo felicitar as freguesias do concelho de Vila Real pelos presépios, apresentados. A qualidade elevou-se e há vários, muito interessantes. Apaixonei-me pelo presépio de Mouçós/Lamares, porque de uma forma minimalista, subtil e original faz a ligação ao último construtor de socos que ainda conheci, na estrada de Varge, homenageando algo que integra a identidade dessa freguesia e uma profissão tradicional. Para quem não sabe, há 60 anos, no tempo do grande ditador, quando todos os portugueses eram pobrezinhos, mas “felizes”, a maioria dos lavradores só tinha isto para calçar, para além do pé descalço, claro, outro modelito muito em voga nessa época! (ironia)
                Parece-me que as freguesias ocupam sempre o mesmo lugar. Será assim? Seria saudável e democrática, a rotatividade de lugares.
                Como andei de cabeça no ar, admirando este esforço da autarquia para enriquecer os espaços urbanos, já com presépios, iluminações, decorações de montras… deparei-me com outras situações pouco dignas que empobrecem esta cidade.
                1 - Os múltiplos cabos aéreos que atravessam todas as ruas em paralelo em cima das montras e pontualmente se convertem num autêntico novelo de fios emaranhados, que suponho serem de electricidade e telefones/net, que não respeitam nem a melhor arquitectura desta cidade. Horrível! Dezenas de fios são certamente inúteis e estarão desactivados, mas dará muito trabalho retirar. Alguns espaços parecem telas de rabiscos saturados de cientista distraído.
                [“A EDP anunciou a 30 de outubro, que fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 460 milhões de euros, o que representa um crescimento de 55% face ao período homólogo do ano passado”. Ah, pois, mas isto deve-se aos negócios no Brasil!]
                2 – No trajecto pedestre comercial, há diversas montras inactivas, que correspondem a lugares degradados e que apresentam a sua nudez doentia e feia. São poucas, mas existem. Eu trocaria uma dúzia de foguetes das festas populares, por um revestimento em tela decorativa (figuras ilustres, arquitectura popular, poesia, etc) que ocultasse esta face inevitável da degradação urbana. Isto poderia converter-se num acto cultural e criativo vilarealense do agrado de todos
                Depois choveu.
                Choveu e choveu. Choveu como normalmente chove no Inverno/Outono.
                Ventou também!
                Ontem quinta-feira, no meio de um vendaval, passo pela rotunda da ex Padaria Nadir Afonso, com a minha irmã ao lado. Esta olhou para a rotunda e perguntou, o que é aquilo? Respondi são trabalhos das escolas para decorar rotundas.
                Ela exclamou: CREDO!
                Acrescentei algo muito cabeludo que não posso escrever.
                Acho não ser necessário acrescentar mais nada sobre a sua apreciação. Decoração de rotundas exige uma concepção e trabalho numa escala que não é proporcional com as capacidades financeiras e criativas das crianças dos centros escolares, contribuindo certamente para grandes traumas nas criancinhas, perante o resultado final, visualizado pelas famílias ao circular nas rotundas, onde não se pode circular a pé, nem olhar de perto. Os centros escolares produzem trabalhos de alta qualidade, mas não são para decorar rotundas, enfrentar intempéries e nem para olhos cansados de trânsito de automobilistas que não sabem circular em rotundas.
                Para que serve um claustro do palácio dos Condes de Amarante? um NERVIR? ou uma tenda gigante a colocar no Jardim da Carreira ou noutro lugar qualquer?  
                Tenho pena das criancinhas!
                Bora lá comprar uns pijamas, uns cachecóis e umas peúgas… um osso para o cão e o Reumongel para o Pai Natal.
                Feliz Natal.

Publicado em NVR a 18/12/2019